No dia 23 de Outubro de 2004 morreu um barítono que se sentia tão à vontade na noite de estreia no Metropolitan Opera como no dia de abertura do campeonato no Estádio dos Yankees. Tinha 85 anos e chamava-se Robert Merrill.
Morreu na sua casa, em New Rochelle, enquanto
assistia, pela televisão, a um jogo de baseball. Tinha nascido no dia 4 de
Junho de 1919, em Brooklyn, Nova Iorque. Era filho de um vendedor de sapatos e
de uma cantora de ópera que o guiou nos primórdios da sua aprendizagem musical.
Cresceu em Brooklyn e despertou para a música quando assistiu a uma
interpretação da ópera “Il Trovatore”, de Verdi. O jovem barítono pagava as
lições com dinheiro que ganhava a jogar baseball, como semi-profissional.
Merrill, que foi uma vez descrito na revista Time como “um dos melhores
barítonos do Met” tornou-se também famoso entre os fãs dos Yankes por cantar o
hino nacional na abertura dos jogos, uma tradição que começou em 1969. Nos 31
anos de temporadas consecutivas no Metropolitan Opera, Robert Merrill
interpretou quase todos os papéis de barítono no repertório operático. Deixou o
Met em 1976, mas regressou aos seus palcos em 1983, quando a companhia celebrou
o centésimo aniversário. Ganhou admiração pelas suas interpretações de dúzias
de papéis, incluindo Escamillo, na Carmen e Fígaro, no Barbeiro de Sevilha.
Sabe-se que esta última era a sua ópera favorita. Dizia que a ópera é a arte
mais difícil. “É um instrumento humano. A tua voz, tantas palavras, tanta
música… Há muita emoção.”
Canção do Toreador, da ópera
“Carmen”, de Bizet
Barítono: Robert Merrill
Barítono: Robert Merrill
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