No dia 26 de Outubro de 1685, o mesmo ano em que nasceram Bach e Haendel, nasceu, em Nápoles, o compositor italiano Domenico Scarlatti.
Filho do também
compositor Alessandro Scarlatti, que de resto foi o seu primeiro professor de
música, foi Maestro di Capella da rainha da Polónia (para quem compôs várias
óperas) e teve a sua vida muito ligada a Portugal e a Espanha.
Scarlatti, que José Saramago fez personagem do seu “Memorial do Convento”, veio
para a corte portuguesa em 1720 e foi encarregado de ensinar a filha mais velha
do rei D. João V, Maria Bárbara. Partiu nove anos depois para Espanha,
acompanhando a princesa que foi casar com o herdeiro da coroa espanhola – e
passou o resto da vida em Madrid.
Em Espanha compôs algumas das suas principais obras. As suas sonatas
testemunham a extraordinária capacidade de composição e de execução que fizeram
dele um dos mais virtuosos cravistas do chamado barroco tardio e uma das
maiores influências do classicismo. A técnica de cruzar as mãos no teclado
abriu portas decisivas no domínio da interpretação dos instrumentos de tecla.
Em 1709 propuseram a Scarlatti uma competição com Haendel – e o virtuosismo era
de tal modo característica de ambos que o concurso terminou com um empate.
Virtuosismo que levou um ouvinte de Scarlatti em concerto a afirmar que dentro
do cravo se encontravam mil diabos, tal era a chama que saía daquele génio.
Domenico Scarlatti morreu, em Madrid, no dia 23 de Julho de 1757.
Sonata K. 141, de Domenico Scarlatti
Piano: Martha Argerich
Piano: Martha Argerich
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