No dia 27 de Outubro 1782, nasceu, em Génova, na Itália, o compositor e violinista italiano Niccolò Paganini.
Filho de Antonio Paganini, um modesto
trabalhador portuário e razoável violinsta, Niccolò começou a aprender violino
com o pai, aos 5 anos. Era forçado a praticar durante dias inteiros e, no caso
de faltar, a pena era ser privado de alimentação. Não tardou muito até que o
pequeno suplantasse o seu mestre e passasse a ter aulas com um professor
particular. Aos 10 anos estreou-se em público, sem grande alarido e, aos 13,
foi levado para Parma, para estudar com o reputado Alessandro Rolla. Este,
apercebendo-se da mestria do rapaz, depressa o libertou, sob o pretexto de que
nada tinha para acrescentar ao que ele já sabia.
Entre 1801 e 1809, Paganini fixou-se em Lucca, localidade onde tocou, aprendeu,
compôs e dirigiu. A partir de 1809 e até 1827, viajou um pouco por toda a
península italiana, cativando audiências com o seu virtuosismo incomparável. Perdeu
o seu violino ao jogo – mas um mecenas ofereceu-lhe um novo violino, nada menos
que o seu famoso Guarnieri. Aos 45 anos, começou a dar concertos no
estrangeiro. O seu progresso no resto da Europa foi triunfal, conquistando
públicos e, especialmente, os músicos mais célebres, que confundia e deliciava
com as suas actuações. Em Viena, por exemplo, os admiradores de Paganini,
chegavam a ocupar os seus lugares nas salas duas horas antes da actuação, para
não perderem a vez. Em 1829, um amigo de Goethe escreveu a este, referindo-se
ao extraordinário violinista: "com
os seus malditos concertos, enlouquece homens e mulheres".
A estreia de Paganini em Paris, em 1831, foi assistida por várias
personalidades culturais como Rossini, Donizetti, Liszt, etc.. Um crítico do
Times escreveu sobre Paganini: "podem
não acreditar em metade do que eu escrever, e eu não estou a contar-vos metade
do que deve ser dito". Espalharam-se alguns rumores sobre o talento
infalível de Paganini. Dizia-se que tinha aprendido a tocar na cadeia, depois
de matar outro amante de uma das suas amantes ou, então, que o violinista tinha
feito uma misteriosa aliança com o diabo.
Como era uma pessoa extremamente caridosa e generosa, acabou por viver na
miséria, mesmo nos anos de maior sucesso. Aos 50 anos, a sua fortuna tinha
desaparecido e a saúde começava a deteriorar-se. Mudou-se para Parma, onde
dirigiu a orquestra da Grã-Duquesa Marie Louise, investindo ruinosamente o
dinheiro entretanto ganho numa casa de jogo parisiense. A música de Paganini,
para além de todas as dificuldades técnicas, encerrava mais do que destreza
acrobática: possuía, também, grande força expressiva, era gentil e de uma
profunda sensibilidade romântica. Como escreveu Heinrich Heine, "eram sons que o ouvido não entende, mas que
só o coração pode sonhar".
Paganini morreu em Nice, depois de recusar os sacramentos da igreja, no dia 27
de Maio de 1840.
3º andamento do Concerto
nº 1, para violino, de Paganini
Violino: Yehudi Menuhin
Orquestra Sinfónica de Paris
Maestro: Pierre Monteux
Violino: Yehudi Menuhin
Orquestra Sinfónica de Paris
Maestro: Pierre Monteux
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