No dia 12 de Outubro de 1890 nasceu, em Lisboa, o compositor português Luís de Freitas Branco, uma das mais importantes figuras da cultura portuguesa do século XX.
Outro grande
compositor português, Joly Braga Santos, caracterizou-o como “a mais elevada
personalidade da sua geração e uma das maiores da música portuguesa”. Desenvolveu
actividades em diversos domínios da vida cultural. Educado no meio familiar,
cedo tomou contacto com a música, aprendendo violino e piano. Aos 14 anos
compõe canções que atingem grande popularidade. Aos 17 inicia a crítica musical
no Diário Ilustrado. Estuda também órgão.
Em 1910 viaja até Berlim para estudar composição, música antiga e metodologia
da história da música. Colheu as novas ideias musicais das escolas alemã,
francesa e italiana e foi o principal obreiro da introdução do modernismo em
Portugal. Em Maio de 1911 vai para Paris, onde conhece Claude Debussy. Em 1916
é nomeado professor do Conservatório de Lisboa, sendo seu subdirector entre
1919 e 1924. Em 1925 torna-se director artístico do Teatro de S. Carlos, cargo
que exerce durante 2 anos.
Mantém estreitas relações com diversas figuras, como Bento de Jesus Caraça,
António Sérgio e Viana da Motta. Um certo dia, a pianista Elisa Pedroso disse a
Freitas Branco que tinha ouvido, de Salazar, elogios a seu respeito. O
compositor escreveu no seu diário: “Mal sabe esta minha excelente amiga que o
sintoma é mais para alarmar do que para alegrar. Ai daquele para quem
Torquemada sorri.”
A partir de 1940 era acusado de irreverente por se comportar de maneira
imprópria nas aulas e por factos da vida familiar, sendo constituído arguido
num processo, do qual resultaria a sua suspensão como docente no Conservatório.
Apesar de o poema sinfónico “Paraísos Artificiais”, primeira obra do modernismo
português, ter nítidas inspirações em Debussy e Ravel, Luis de Freitas Branco,
cedo se dedicou com profundidade à música portuguesa. O seu interesse pela música
da Renascença foi a principal razão da atenção que passou a dar-se a Carlos
Seixas e aos polifonistas portugueses dos sécs. XV e XVI. E na Suite Alentejana
explora a nota popular do folclore tradicional orquestrado de forma magistral.
Freitas Branco morreu em Lisboa a 27 de Novembro de 1955, depois de sofrer um
colapso cardíaco.
Fandango, da Suite
Alentejana nº 1, de Luís de Freitas Branco
Orquestra Sinfónica do Estado Húngaro
Maestro: Gyula Németh
Orquestra Sinfónica do Estado Húngaro
Maestro: Gyula Németh
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