quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Howard Ferguson – Pianista e compositor irlandês

No dia 31 de Outubro de 1999 morreu, em Cambridge, na Inglaterra, o pianista e compositor irlandês Howard Ferguson. Tinha nascido em Belfast, Irlanda, a 21 de Outubro de 1908. O seu talento musical manifestou-se cedo.


O pianista Harold Samuel ouviu-o, quando tinha 13 anos, e encorajou os pais a deixá-lo viajar até Londres, para ser seu aluno. Estudou na Escola de Westminster e ingressou no Royal College of Music, em 1924, para estudar composição com Ralph Vaughan Williams. Também estudou composição com Malcolm Sargent.
O primeiro sucesso de Ferguson como compositor foi a 1ª sonata para violino. Mas, chegou à conclusão que nunca conseguiria ganhar a vida só como compositor. Dedicou-se, então, à música de câmara, formando um trio de piano, violino e violoncelo, em que ele era o pianista. Este trio seria, mais tarde, ampliado para formar o Ensemble Players. Em 1933 compôs, para este agrupamento, a obra que o tornou famoso: o octeto para 2 violinos, viola, violoncelo, baixo, clarinete, fagote e trompa.
Durante a 2ª guerra mundial, Ferguson ajudou Myra Hess a organizar os populares concertos diários na National Gallery, em Londres, para levantar o moral dos ingleses. Entre 1948 e 1963 foi professor de composição na Royal Academy of Music.
Depois de compor "The Dream of the Rood", em 1958-59, Ferguson abandonou a composição, para se dedicar à musicologia. Afirmou que, nas poucas obras que compôs, tinha dito tudo o que queria dizer. A sua obra publicada inclui unicamente 20 composições.
3º andamento da Sonata nº 1, para violino e piano, de Howard Ferguson
Violino: Ruben Kosemyan
Piano: Artur Avanesov

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

René Jacobs – Maestro e contratenor belga

No dia 30 de Outubro de 1946 nasceu em Ghent, na Bélgica, o maestro e contratenor belga René Jacobs, que é reconhecido internacionalmente como um dos mais importantes maestros no domínio da ópera barroca dos séculos XVII e XVIII.

Durante a infância, René Jacobs descobriu o gosto pela música como cantor na catedral de Ghent. Depois de frequentar a Universidade de Ghent, estudou canto em Bruxelas e complementou a sua formação em Haia. Gustav Leonhardt, Alfred Deller e os irmãos Kuijken encorajaram-no a especializar-se como contratenor. Ao fim de poucos anos, tornou-se num dos mais eminentes cantores neste domínio, dando recitais em toda a Europa, nos Estados Unidos e no Extremo Oriente. Fascinado pela música barroca e pelo seu vasto repertório, dedicou-se com paixão à redescoberta das primeiras óperas e de outras grandes obras esquecidas, começando a dirigir as partituras no momento em que a sua carreira de cantor atingia grande popularidade.
Ao fim de pouco tempo, René Jacobs ganhou grande reputação como maestro. É convidado regularmente por teatros e festivais de prestígio por todo o mundo. Em 1998, recebeu o Grand Prix para "Melhor Actuação Lírica do Ano", pelo Orfeo de Monteverdi, que dirigiu no Festival de Aix-en-Provence. No ano seguinte, foi nomeado "Personalidade Musical do Ano", nomeadamente pelas suas gravações de Così fan tutte, de Mozart e de Il primo Omicidio de Alessandro Scarlatti. Em 2000, recebeu o Grand Prix du Disque da Academia Charles Cros. René Jacobs gravou mais de 250 discos. Scarlatti, Gluck, Monteverdi e Mozart foram os compositores que mais vezes interpretou e que lhe valeram prémios de prestígio. Fez gravações consideradas históricas, como “As Bodas de Fígaro” e “Cosi Fan Tutte”, de Mozart.

Abertura da ópera “As Bodas de Fígaro”, de Mozart
Agrupamento “Concerto Koln”
Maestro: René Jacobs

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Franco Corelli – Tenor italiano

No dia 29 de Outubro de 2003 morreu, em Milão, o tenor italiano Franco Corelli. Tinha nascido a 8 de Abril de 1921, na cidade de Ancona.


Foi nessa cidade que Franco Corelli veio a promover um importante concurso internacional de canto, destinado a descobrir e estimular jovens cantores talentosos. Um pouco à imagem do exemplo da sua própria carreira, que apenas quis iniciar depois dos 30 anos, por exigência de um trabalho de aperfeiçoamento da voz que nunca achava completo…
Por esse trabalho muito sério e pelos excepcionais dotes vocais que tinha, Franco Corelli foi reconhecido e aclamado como um dos maiores tenores do séc. XX. Um tenor que tinha tudo para ser o preferido de muitos dos críticos e melómanos do século: voz potentíssima, de agudos claros e fortes, excelentes atractivos físicos, presença de palco carismática.
O compositor preferido de Corelli era Puccini. Com dotes únicos de “casar” a voz com a orquestra, ele deslumbrava todos com a “cor” que dava aos personagens, com a perfeição de harmonia entre a personalidade da voz e o acompanhamento da música.

Ária “Che gelida manina”, da ópera “La bohème”, de Puccini
Tenor: Franco Corelli

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Joseph Bodin de Boismortier – Compositor francês

No 28 de Outubro de 1755 morreu, em Paris, o compositor francês Joseph Bodin de Boismortier, invejado por uns, odiado por outros e amado por outros tantos. Tinha nascido a 23 de Dezembro de 1689, em Thionville.


Mudou-se para Paris em 1724, onde iniciou uma fecunda carreira como compositor. Publicou 102 obras que abrangeram as mais diversas formas musicais, tanto no campo vocal como instrumental.
A popularidade das obras de Boismortier permitiu-lhe sempre uma certa independência económica, sem ter necessidade de recorrer a patronos, recurso muito utilizado na sua época. Poucas contêm dedicatórias e, quando estas existem, enfatizam sempre uma estreita relação entre o compositor e a pessoa a quem é dedicada a obra, nunca revelando uma atitude servil ou bajuladora.
Embora tenha composto com o principal objectivo de atingir popularidade rapidamente, o que fez com que Boismortier tenha enriquecido em pouco tempo, as suas obras não são de menosprezar. Um teórico musical da época escreveu, em tom de crítica: "Contente anda o Boismortier, cuja caneta fértil consegue dar à luz, sem dor, uma peça de música por mês". A tal crítica, consta que Boismortier simplesmente respondeu: "Estou a ganhar dinheiro...".
Recentemente, a sua obra tem vindo a ser redescoberta e as suas composições de câmara são de tal nível e em tal quantidade que lhe têm valido a alcunha de "Telemann francês". Tal como o seu colega alemão, Boismortier conhecia, a fundo, os instrumentos para os quais compunha e o seu texto musical é sempre fluente e equilibrado.

Sonata VI a, em Ré maior, de Joseph Bodin de Boismortier
Agrupamento Corelli Consort

domingo, 27 de outubro de 2013

Niccolò Paganini – Compositor italiano, que foi, também, o violinista mais importante do séc. XIX

No dia 27 de Outubro 1782, nasceu, em Génova, na Itália, o compositor e violinista italiano Niccolò Paganini.


Filho de Antonio Paganini, um modesto trabalhador portuário e razoável violinsta, Niccolò começou a aprender violino com o pai, aos 5 anos. Era forçado a praticar durante dias inteiros e, no caso de faltar, a pena era ser privado de alimentação. Não tardou muito até que o pequeno suplantasse o seu mestre e passasse a ter aulas com um professor particular. Aos 10 anos estreou-se em público, sem grande alarido e, aos 13, foi levado para Parma, para estudar com o reputado Alessandro Rolla. Este, apercebendo-se da mestria do rapaz, depressa o libertou, sob o pretexto de que nada tinha para acrescentar ao que ele já sabia.
Entre 1801 e 1809, Paganini fixou-se em Lucca, localidade onde tocou, aprendeu, compôs e dirigiu. A partir de 1809 e até 1827, viajou um pouco por toda a península italiana, cativando audiências com o seu virtuosismo incomparável. Perdeu o seu violino ao jogo – mas um mecenas ofereceu-lhe um novo violino, nada menos que o seu famoso Guarnieri. Aos 45 anos, começou a dar concertos no estrangeiro. O seu progresso no resto da Europa foi triunfal, conquistando públicos e, especialmente, os músicos mais célebres, que confundia e deliciava com as suas actuações. Em Viena, por exemplo, os admiradores de Paganini, chegavam a ocupar os seus lugares nas salas duas horas antes da actuação, para não perderem a vez. Em 1829, um amigo de Goethe escreveu a este, referindo-se ao extraordinário violinista: "com os seus malditos concertos, enlouquece homens e mulheres".
A estreia de Paganini em Paris, em 1831, foi assistida por várias personalidades culturais como Rossini, Donizetti, Liszt, etc.. Um crítico do Times escreveu sobre Paganini: "podem não acreditar em metade do que eu escrever, e eu não estou a contar-vos metade do que deve ser dito". Espalharam-se alguns rumores sobre o talento infalível de Paganini. Dizia-se que tinha aprendido a tocar na cadeia, depois de matar outro amante de uma das suas amantes ou, então, que o violinista tinha feito uma misteriosa aliança com o diabo.
Como era uma pessoa extremamente caridosa e generosa, acabou por viver na miséria, mesmo nos anos de maior sucesso. Aos 50 anos, a sua fortuna tinha desaparecido e a saúde começava a deteriorar-se. Mudou-se para Parma, onde dirigiu a orquestra da Grã-Duquesa Marie Louise, investindo ruinosamente o dinheiro entretanto ganho numa casa de jogo parisiense. A música de Paganini, para além de todas as dificuldades técnicas, encerrava mais do que destreza acrobática: possuía, também, grande força expressiva, era gentil e de uma profunda sensibilidade romântica. Como escreveu Heinrich Heine, "eram sons que o ouvido não entende, mas que só o coração pode sonhar".
Paganini morreu em Nice, depois de recusar os sacramentos da igreja, no dia 27 de Maio de 1840.
3º andamento do Concerto nº 1, para violino, de Paganini
Violino: Yehudi Menuhin
Orquestra Sinfónica de Paris
Maestro: Pierre Monteux

sábado, 26 de outubro de 2013

Domenico Scarlatti – Compositor italiano

No dia 26 de Outubro de 1685, o mesmo ano em que nasceram Bach e Haendel, nasceu, em Nápoles, o compositor italiano Domenico Scarlatti.


Filho do também compositor Alessandro Scarlatti, que de resto foi o seu primeiro professor de música, foi Maestro di Capella da rainha da Polónia (para quem compôs várias óperas) e teve a sua vida muito ligada a Portugal e a Espanha.
Scarlatti, que José Saramago fez personagem do seu “Memorial do Convento”, veio para a corte portuguesa em 1720 e foi encarregado de ensinar a filha mais velha do rei D. João V, Maria Bárbara. Partiu nove anos depois para Espanha, acompanhando a princesa que foi casar com o herdeiro da coroa espanhola – e passou o resto da vida em Madrid.
Em Espanha compôs algumas das suas principais obras. As suas sonatas testemunham a extraordinária capacidade de composição e de execução que fizeram dele um dos mais virtuosos cravistas do chamado barroco tardio e uma das maiores influências do classicismo. A técnica de cruzar as mãos no teclado abriu portas decisivas no domínio da interpretação dos instrumentos de tecla.
Em 1709 propuseram a Scarlatti uma competição com Haendel – e o virtuosismo era de tal modo característica de ambos que o concurso terminou com um empate. Virtuosismo que levou um ouvinte de Scarlatti em concerto a afirmar que dentro do cravo se encontravam mil diabos, tal era a chama que saía daquele génio.
Domenico Scarlatti morreu, em Madrid, no dia 23 de Julho de 1757.

Sonata K. 141, de Domenico Scarlatti
Piano: Martha Argerich

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A erosão dos valores e a perda de solidariedade

(Partilhado de Carlos Esperança, no Facebook)

Quem assistiu ao 25 de Abril e participou no primeiro 1.º de maio, em Lisboa, não mais esquecerá os momentos mais sublimes da sua vida, a alegria contagiante, a euforia que transbordava e a generosidade transmitida mimeticamente pelos militares que fizeram a Revolução.

Nos primeiros anos, o espírito solidário foi uma constante. Ninguém negava dinheiro para uma creche, terreno para uma escola, trabalho em obras sociais. Todos cooperavam nas campanhas de alfabetização, no recenseamento eleitoral, nas mesas de voto ou em qualquer outra tarefa cívica que urgisse.

Depois, lentamente, a cidadania deu lugar ao egoísmo, a disponibilidade ao interesse, a generosidade ao cálculo videirinho.

Ainda hoje sinto o orgulho com que desajeitadamente pegava na picareta para compor um caminho público ou presidia a uma mesa eleitoral que nunca abandonava, com umas sanduiches comidas nos momentos de menor afluxo e interrompidas à chegada de novos eleitores. Se houvesse remuneração, nunca teria integrado uma mesa eleitoral, por julgar esse dinheiro indigno do dever de cidadania que me cabia. E todos éramos assim.

O pagamento dos membros das mesas eleitorais bem como das senhas de presença nos órgãos autárquicos, e outros benefícios, transformaram um dever cívico num comércio onde os autarcas distribuem lugares e ganham eleitores.

Há personalidades que presidem a Assembleias Municipais de remotos concelhos e que vão dos grandes centros às terras de origem com ajudas de custo, quilómetros pagos e senhas de presença. Abdicam os que têm ambições políticas mas recebem-nas os outros, que logo telefonam a saber quando estarão a pagamento.

Que diferença entre os que fizeram a Revolução de Abril e os que se repoltreiam à custa do erário púbico, indiferentes à democracia que receberam generosamente quando numa manhã de abril floriram cravos nos canos das espingardas!

Georges Bizet – Compositor francês

No dia 25 de Outubro de 1838, nasceu, em Paris, o compositor francês, da época do romantismo, Georges Bizet.


O pai era professor de canto, e a mãe pianista e irmã do famoso professor François Delsarte. Aos nove anos foi admitido no Conservatório de Música de Paris. Em 1857 foi agraciado com um prémio oferecido por Jacques Offenbach pela ópera “Le Docteur Miracle” e obteve o Prémio de Roma, onde estudou durante três anos. Depois da sua estadia em Roma, voltou a Paris onde se dedicou totalmente à composição.
Em 1869, casou com a filha de Fromental Halévy, compositor com quem tinha estudado no Conservatório. Embora tenha sido mais famoso como compositor, foi também um grande pianista, elogiado por Franz Liszt, que o considerou um dos melhores executantes de toda a Europa. Bizet morreu de ataque cardíaco, em Bougival, perto de Paris, no dia 3 de Junho de 1875, data do seu aniversário de casamento e pouco tempo depois de ter composto a sua imortal “Carmen”.
Prelúdio+Sur la Place, da ópera “Carmen”, de Bizet
Soprano: Maria Ewing
Tenor: Luis Lima
Royal Philharmonic Orchestra
Maestro: Zubin Mehta

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Lá vem o Sócrates outra vez...!

Primeiro, culparam o Sócrates - eu não me importei, porque não votei no Sócrates.
Depois, culparam o Tribunal Constitucional - eu não me importei, porque não sou juiz.
A seguir, culparam a Constituição - comecei a desconfiar.
Um dia destes, culparão a democracia - e, se lhe dermos tempo, vão acabar com ela.
E estão a acabar com ela.

Leiam este artigo do QUADRATIM. Está lá tudo.

Lá vem o Sócrates outra vez...!


José Sócrates persiste em desassossegar os neo-fascistas portugueses. Continua a fazer-se ouvir, com a mesma clareza e a mesma clarividência de sempre. E cada domingo à noite recomeça um ciclo de estrebuchar dos “filhos de Cavaco” – com a berraria da supina imbecilidade que caracteriza os acoitados nos tachos da desvergonha cavaquista e os graxistas de sempre à procura da sombra de um bpn redentor.
E o ex-primeiro-ministro, com a autoridade de quem não é candidato a nada, a mesma de quem governou pela vontade popular e saíu de cena quando ela mesma o quis de fora, vai continuando esta coisa inédita em Portugal que é um político (mesmo) falar para todos: os que compreendem a Política (mesmo) e os que que, odiando-a e odiando-o, percebem muito bem do que ele fala.

Domingo à noite é o diabo. Anda a gente dois anos a martelar que a Política acabou, que agora há só a Economia e as Finanças e os Mercados e a Dívida - e depois a RTP, que é nossa, abre as portas ao diabo.
E o homem vem. E fala. E deixam-no falar. Já não há respeito. Já não há "cidadões" atentos, venerandos e obrigados ao Senhô'Pessor e à Santa Madre Igreja. O mundo está de pernas para o ar. Eu é que havia de mandar, que eu dizia-lhe! Isto anda a precisar é de ressuscitarem o Salazar! Andava...
E o homem fala de Política, credo! E o homem diz coisas tão perigosas e pronográficas como lembrar-nos de que o BPN do Senhô'Pessor deu aos amigos do Senhô'Pessor uma merdice de 5.000 milhões, uma merdice que a gente poupa num anito ou dois de impostos e cortes, desde que a gente meta na cabeça que anda a viver acima das possibilidades.
E o homem fala. E a RTP deixa-o falar! Cruzes canhoto!
Ao domingo à noite é um desassossego, poça. Anda a gente e mais os nossos assessores e os nossos especialistas toda a semana num virote, Jesus Maria!



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E, JÁ AGORA, O QUE O HOMEM FALOU:


Coisas simples, desta vez:
Há 2 anos, o teddy boy Coelho granjeou o justo cognome de “farsola” quando se amancebou com o PCP e o Bloco para, segundo as suas próprias palavras, “ir ao pote”, jurando num dia que era muito pesado para os portugueses o PEC IV aprovado pela EU para evitar a vinda da troika – e vindo logo no dia seguinte afirmar que governaria indo “para além da troika”. Ganhou as eleições graças a outro juramento solene e lampeiro: o seu partido tinha estudado a situação, conhecia todos os elementos e podia garantir que não eram precisos nem mais impostos, nem cortes de subsídios, nem mexer nos salários, nem fazer despedimentos, nem austeridade coisa nenhuma. Tinha a garantia dos “mercados” seus amigos e de Cavaco, de que bastaria ele subir ao poder para imediatamente os ditos mercados acabarem com o ataque a Portugal. E ganhou.
Passados dois anos, Cavaco e Coelho retiraram 15.000 milhões às famílias e às empresas portuguesas. E conseguiram o milagre de com esses 15.000 milhões de sacrifícios e fome, pouparem ao Estado… 3.000 milhões. E anunciam mais e maior austeridade para 2014. Tudo para a abençoada redução do défice – que afinal é hoje maior do que sempre – e da dívida, que com eles cresceu exponencialmente. E que continua a subir.


Tudo, afinal, em cumprimento da “brilhante” ideologia de uma seita que se candidatou a governar o País e cuidar da prosperidade da Nação… empobrecendo-a.
Pois é… Eu não percebo é nada de economia – o que não me incomoda, porque desta economia também não percebem os economistas nem os académicos nem os prémios Nobel. Ninguém percebe o “farsola”, a não ser o padrinho Cavaco. Ninguém percebe o Cavaco, a não ser o farsola afilhado. Nós não percebemos nada de nada.
E a culpa é do Sócrates.


P.S. – A culpa não é só do Sócrates, note-se. Tem ajuda do Tribunal Constitucional mais de quem se lembrou de fazer o raio da Constituição e mais de quem um dia inventou a Democracia - essa terrível ameaça aos santos "mercados” .

David Oistrakh – Violinista russo

No dia 24 de Outubro de 1974, morreu, em Amesterdão, o violinista russo David Oistrakh. Tinha nascido no dia 30 de Setembro de 1908, em Odessa.


É considerado um dos mais importantes intérpretes do violino do séc.XX – tão importante que ficou conhecido como “o rei David”.

Ilustres contemporâneos seus, como Khachaturian e Shostakovich, dedicaram-lhe os seus concertos para violino; e Prokofiev fez para ele um arranjo da sua sonata para flauta, convertendo-a na segunda sonata para violino e piano.
Tendo iniciado os seus estudos musicais aos 5 anos, David Oistrakh obteve a formatura no Conservatório de Odessa em 1926 (tinha então 18 anos) e debutou como concertista em 1933, em Moscovo. A partir de 1934 repartiu a sua actividade musical de prestigiado professor, director de orquestra e concertista de afanosas tournées, que começaram pelas diversas repúblicas da então União Soviética.
Em 1937, David Oistrakh ganhou em Bruxelas o 1º prémio de interpretação do Concurso Rainha Isabel. Desde então, o seu impecável estilo e a sua técnica perfeita colocaram-no entre os maiores intérpretes do violino em todo o mundo. A partir de 1951 fez intermináveis digressões pela Europa e pela América, com a maior admiração de todos os críticos.
Gravou discos interpretando as mais importantes obras para violino e com as melhores orquestras. Foi considerada insuperável a gravação do Concerto para 2 Violinos, em Ré menor, de Bach, que fez com seu filho Igor Davidovich. E ficou célebre a gravação que fez, numa autêntica equipa de luxo (com o pianista Sviatoslav Richter, o violoncelista Mstislav Rostropovich e o maestro Herbert von Karajan) do Triplo Concerto de Beethoven.

Concerto para violino, violoncelo e piano, de Beethoven
Violino: David Oistrakh
Piano: Sviatoslav Richter
Violoncelo: Mstislav Rostropovich
Orquestra Filarmónica de Berlim
Maestro: Herbert von Karajan

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Robert Merrill – Barítono americano

No dia 23 de Outubro de 2004 morreu um barítono que se sentia tão à vontade na noite de estreia no Metropolitan Opera como no dia de abertura do campeonato no Estádio dos Yankees. Tinha 85 anos e chamava-se Robert Merrill.


Morreu na sua casa, em New Rochelle, enquanto assistia, pela televisão, a um jogo de baseball. Tinha nascido no dia 4 de Junho de 1919, em Brooklyn, Nova Iorque. Era filho de um vendedor de sapatos e de uma cantora de ópera que o guiou nos primórdios da sua aprendizagem musical. Cresceu em Brooklyn e despertou para a música quando assistiu a uma interpretação da ópera “Il Trovatore”, de Verdi. O jovem barítono pagava as lições com dinheiro que ganhava a jogar baseball, como semi-profissional.
Merrill, que foi uma vez descrito na revista Time como “um dos melhores barítonos do Met” tornou-se também famoso entre os fãs dos Yankes por cantar o hino nacional na abertura dos jogos, uma tradição que começou em 1969. Nos 31 anos de temporadas consecutivas no Metropolitan Opera, Robert Merrill interpretou quase todos os papéis de barítono no repertório operático. Deixou o Met em 1976, mas regressou aos seus palcos em 1983, quando a companhia celebrou o centésimo aniversário. Ganhou admiração pelas suas interpretações de dúzias de papéis, incluindo Escamillo, na Carmen e Fígaro, no Barbeiro de Sevilha. Sabe-se que esta última era a sua ópera favorita. Dizia que a ópera é a arte mais difícil. “É um instrumento humano. A tua voz, tantas palavras, tanta música… Há muita emoção.”
Canção do Toreador, da ópera “Carmen”, de Bizet
Barítono: Robert Merrill

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Franz Liszt - O supra-sumo do piano

No dia 22 de Outubro de 1811, nasceu, em Haiding, na Hungria, o compositor húngaro Franz Liszt.


O seu talento precoce ao piano surpreendeu a nobreza local.
Começou jovem a deslumbrar todos, incluindo Beethoven e Schubert. Destroçou corações de senhoras nobres, que por ele abandonaram os maridos. Conta-se que durante uma recepção num palácio, o chapéu de Liszt caiu, rolando pela escada abaixo. Uma princesa russa exclamou: "Senhor, o seu chapéu caiu!". O compositor respondeu: "Não se preocupe! Por causa do seu encanto já perdi a cabeça, de modo que o chapéu não me serve para nada". Assim era Liszt. Amado pelas mulheres e admirado pelos homens.
Viu casar uma sua filha com o prodigioso e controverso Richard Wagner. Ensinou ilustres alunos e ajudou generosamente músicos famosos. Donizetti, Berlioz, Schumann, Wagner e Verdi são apenas os mais conhecidos nomes de grandes músicos que Liszt ensinou, ou apoiou, ou influenciou. Aluno muito encorajado e elogiado por ele foi também Vianna da Motta, nome dos maiores da História da Música em Portugal.
Mas a História recorda Liszt, acima de tudo, como virtuoso pianista e genial compositor. Ele fez com o piano o que Paganini tinha feito com o violino: levou a execução do instrumento ao extremo do virtuosismo e compôs peças e obras pianísticas que continuam a ser as de mais difícil execução.
Ao tentar entrar para o conservatório de Paris, foi impedido pelo director "por ser estrangeiro". O director era o italiano Luigi Cherubini. Não desistiu e começou a estudar com professores particulares. Festejado como virtuoso, foi para Viena, para aperfeiçoar os seus conhecimentos. Mais tarde, mudou-se para Paris, onde o seu talento sobressai. Entre os seus amigos encontramos Chopin, Berlioz, Schumann, Victor Hugo, Lamartine e outros grandes nomes do movimento Romântico, do qual Liszt é um dos expoentes máximos. Em 1842 vai para Weimar, assumindo o cargo de mestre-capela. Graças a ele, Weimar destaca-se como centro de peregrinação musical. Inúmeros compositores vão até lá, sequiosos de conhecer o famoso pianista húngaro.
Em 1861, Liszt deixa a corte de Weimar, partindo para Roma, com a intenção explícita de se tornar padre. Recebe as ordens menores em 1865, mas não chega a ser ordenado.
Franz Liszt morreu, em Bayreuth, na Alemanha, no dia 31 de Julho de 1886.
Liebestraum nº 3, de Liszt
Piano: Lang Lang

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Georg Solti – Maestro húngaro

No dia 21 de Outubro de 1912, nasceu, na cidade de Budapeste, Hungria, o maestro húngaro Georg Solti.


Mais tarde, assumiu a cidadania inglesa, tendo-lhe sido concedido o título de "sir" pela rainha Isabel. Foi o maestro responsável pela primeira gravação discográfica, em sistema stereo, do ciclo “O Anel dos Nibelungos” de Richard Wagner, interpretação esta que contou com a participação de eminentes cantores wagnerianos, com a Orquestra Filarmónica de Viena. Foi director artístico da Royal Opera House, Covent Garden e da Orquestra Sinfónica de Chicago. Foi um intérprete aclamado das várias obras wagnerianas, bem como do repertório mozartiano.
Nascido numa família judia, Sir Georg Solti conviveu com o compositor húngaro Béla Bartók, foi aluno de Zoltán Kodály, trabalhou com o compositor alemão Richard Strauss e tornou-se, em 1937, assistente do maestro italiano Arturo Toscanini.
No dia 5 de Setembro de 1997,o tenor italiano Luciano Pavarotti entrou na abadia de Westminster, onde se realizavam as exéquias da princesa Diana, exibindo uma expressão de choque. Não era por causa da princesa. Tinha acabado de receber a notícia da morte de Solti, em Antibes, na França. A imprensa, só resumidamente, noticiou a morte do maestro. Ocuparia a maior parte do espaço com a morte da princesa Diana.
Hoje, no entanto, continua-se a falar de Sir Georg Solti.
Intróito, do Requiem, K. 626, de Mozart
Orquestra Filarmónica de Viena
Maestro: Sir Georg Solti

domingo, 20 de outubro de 2013

Charles Ives - Um dos primeiros compositores americanos com reconhecimento internacional

No dia 20 de Outubro de 1874, nasceu, em Danbury, Connecticut, o compositor norte-americano Charles Ives.


Era filho de George Ives, líder da Banda do Exército dos Estados Unidos, durante a guerra civil americana. O pequeno Charles costumava ir para a praça de Danbury, para ouvir a banda do pai e outras que por lá tocavam, às vezes simultaneamente, noutros locais da praça. Este facto contribuiu muito para o desenvolvimento do seu gosto pela música. Recebeu lições de música do pai, que o encorajou a fazer experiências com harmonizações bitonais e politonais.
Tornou-se organista da igreja quando tinha 14 anos e escreveu vários hinos e canções para os serviços eclesiásticos. As suas composições foram largamente ignoradas enquanto foi vivo e muitas delas não foram executadas durante vários anos. As suas composições combinavam a música popular americana e a música tradicional da igreja com a música europeia e foi dos primeiros compositores a aventurar-se no mundo da música experimental.
Em 1893 mudou-se para New Haven e matriculou-se na Hopkins School, onde foi capitão da equipa de baseball. Em Setembro de 1894 entrou para a Universidade de Yale. Compunha música de igreja e, em 1896, escreveu uma canção para a campanha presidencial de William McKinley. Continuou a ser organista na igreja até Maio de 1902. Em 1899 arranjou emprego numa companhia de seguros, onde se manteve até 1906. Em 1907, juntamente com um amigo, Charles Ives criou a sua própria companhia de seguros, que manteve até que se reformou. Era muito bem visto no ramo das seguradoras e muitos dos seus companheiros de profissão ficavam surpreendidos, ao saberem que também era compositor.
Nesse mesmo ano sofreu o primeiro de vários ataques de coração. Depois da recuperação, iniciou um dos períodos mais criativos da sua vida como compositor. Depois de casar com Harmony Twitchell, em 1908, mudou-se para Nova Iorque, onde continuou a ser um prolífico compositor até que, em 1918, sofreu outro ataque de coração. Depois disso, só compunha esporadicamente. A sua última composição foi a canção “Sunrise”, em Agosto de 1926. A sua mulher conta que, um dia, no início do ano de 1927, Ives foi ter com ela e, com lágrimas nos olhos, disse-lhe: “Já não consigo compor. Nada me soa bem.
Embora deixasse de compor e lutasse, constantemente, com problemas de saúde, continuou a fazer revisões às suas obras anteriores e a supervisionar estreias da sua música. Em 1930 contraiu diabetes e retirou-se, definitivamente, do negócio de seguros. Embora tivesse mais tempo para se dedicar à música, nunca mais conseguiu compor.
Charles Ives faleceu, em Nova Iorque, no dia 19 de Maio de 1954.

4º e 5º andamentos da Sinfonia nº 2, de Charles Ives
Orquestra Sinfónica da Radiodifusão da Bavária
Maestro: Leonard Bernstein

sábado, 19 de outubro de 2013

Jacqueline du Pré – Violoncelista inglesa

No dia 19 de Outubro de 1987, morreu, em Londres, a violoncelista inglesa Jacqueline du Pré. Tinha nascido no dia 26 de Janeiro de 1945, em Oxford, Inglaterra.


Aos quatro anos, ao ouvir pela primeira vez o violoncelo, pediu que lhe comprassem um. Começou a tocar com cinco anos, entrando na escola de violoncelo, em Londres, quando tinha seis, e deu o primeiro concerto aos sete. Aos dez anos começou a estudar com William Pleeth e continuou a estudar com ele quando entrou para a escola de música de Guildhall. Ao completar 11 anos, ganhou o primeiro prémio internacional de violoncelo de Guilhermina Suggia. Continuou a ganhar prémios durante todos os anos de escolaridade, incluindo uma medalha de ouro quando se graduou da escola de Guildhall, em 1960.
O reconhecimento profissional de Jacqueline du Pré aconteceu em 1961 quando tocou, no Salão Wigmore, em Londres, num raro violoncelo que lhe foi oferecido por um anónimo - um Stradivarius de 1672, avaliado em cerca de 3 milhões de dólares. A sua intensidade e virtuosismo atraíram imediatamente a atenção e daí surgiu a oportunidade de viajar por toda Europa e América do Norte. Após vários anos de intensa actividade, foi para Moscovo, em 1966, para estudar com o célebre violoncelista e maestro Mstislav Rostropovich. No ano seguinte casou com o pianista e maestro Daniel Barenboim. A sua carreira foi curta e trágica. Aos 28 anos começou a apresentar sintomas de esclerose múltipla e teve que se aposentar.
Jacqueline du Pré teve uma vida curta mas recheada de momentos geniais, como o da estreia, no Carnegie Hall, do concerto para violoncelo de Edward Elgar.
Excerto do Concerto para violoncelo e orquestra de, Elgar
Violoncelista: Jacqueline du Pré
Orquestra Nova Filarmonia
Maestro: Daniel Berenboim

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Charles Gounod – Compositor francês

No dia 18 de Outubro de 1893 morreu, em Saint-Cloud, o compositor francês Charles Gounod. Tinha nascido em Paris no dia 17 de Junho de 1818.


Estudou música desde muito jovem e aos 21 anos ganhou um importante prémio para jovens compositores, que lhe valeu uma bolsa de estudos em Itália.
Os ares de Itália fizeram mudar o jovem Gounod: entrou em contacto com a música polifónica do séc. XVI e, por influência disso ou não, tomou-se de preocupações místicas. Sobre um prelúdio de Bach compôs a Avé Maria que o imortalizou. E foi mais longe: chegou a pensar em ser sacerdote…
Compôs muita música religiosa. Mas foi principalmente pela música de ópera que se tornou célebre. A par de “Fausto” (a sua obra-prima) as óperas Sapho, A Rainha do Saba, Mireille e Romeu e Julieta alcançaram grande sucesso e continuam a ser muito interpretadas.
Além disso, escreveu numerosas melodias, canções e pequenas peças. Como a “Marcha Fúnebre para uma marionete”, que os filmes de curta-metragem de Alfred Hitchcock tanto divulgaram no cinema e na televisão.

Marcha Fúnebre para uma marionete, de Charles Gounod
Orquestra Filarmónica da BBC
Maestro: Yan Pascal Tortelier

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Frédéric Chopin – O "Segundo Mozart"

No dia 17 de Outubro de 1849, morreu, em Paris, vítima de tuberculose, o compositor polaco Frédéric Chopin. Tinha nascido no dia 1 de Março de 1810, na aldeia de Żelazowa Wola, Ducado de Varsóvia.

Filho de mãe polaca e de pai francês expatriado é considerado um dos maiores pianistas e compositores do período romântico. Recebeu as suas primeiras aulas de piano da sua irmã mais velha, Ludwika, e foi, posteriormente, ensinado pela mãe. O seu talento musical manifestou-se imediatamente, ganhando, em Varsóvia, a reputação de "segundo Mozart". Aos sete anos já era autor de duas polacas para piano. Apareceu pela primeira vez em público, como pianista, aos oito anos de idade.Aclamado na sua terra natal como uma criança prodígio, aos vinte anos deixou a Polónia para sempre. Mudou-se para Paris e lá viveu uma importante parte da sua curta vida. Chopin estava a caminho de Paris quando recebeu a notícia de que tinha fracassado o levantamento de 1830, pela restauração da independência da Polónia. Regressar ao seu adorado país tornou-se uma ideia distante, se não impossível.Na capital francesa, fez carreira como intérprete, professor e compositor e adoptou a versão francesa dada ao seu nome, Frédéric-François Chopin. O seu nome polaco era Federico Chopino. De 1837 a 1847 teve uma relação turbulenta com a escritora francesa George Sand.Foi, na sua época, muito reconhecido como pianista, mas o séc. XIX não deu a devida atenção às suas composições. Antes dele, houvera as sonatas e os concertos de Beethoven e, depois, sucederam-lhe as imponentes obras para piano de Brahms e outros pós-românticos. Generalizou-se a opinião de que Chopin tinha sido um compositor de peças para piano bonitas mas triviais, utilizadas como música de salão. Mas o séc. XX fez a justiça de reconhecer a sua música como expansora do universo harmónico e formal. A sua força, brilho e poesia tornaram-se uma verdadeira adoração para os mais notáveis pianistas.Chopin continua a ser uma das grandes, senão a maior, de todas as referências da música de piano. Célebre e apreciado pelo grande público, sobretudo por causa dos seus Nocturnos, é também preferido dos estudiosos e intérpretes, a propósito dos seus complexos e completos estudos para piano. Um dos mais exaustivos e consagrados cultores da grande música de Chopin foi o pianista Arthur Rubinstein.Sempre com a saúde frágil, Chopin morreu no dia 17 de Outubro de 1849, em Paris, com apenas 39 anos, vítima de tuberculose. No seu funeral, a que assistiram cerca de 3 mil pessoas, junto ao túmulo, foi tocada uma versão instrumental da célebre “Marcha Fúnebre”.


1º andamento do Concerto nº 2, op. 21, de Chopin
Piano: Arthur Rubinstein
Orquestra Sinfónica de Londres
Maestro: André Previn

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Mario del Monaco - Um dos maiores tenores dramáticos do séc. XX

No dia 16 de Outubro de 1982 faleceu em Mestre, Veneza, o tenor italiano Mario Del Monaco. Tinha nascido em Florença, a 27 de Julho de 1915.


Passou a infância em Cremona, mas em 1924 teve que ir morar na Líbia (durante 4 anos) por causa do trabalho do pai que era um amante da ópera e o seu grande sonho era que um dos seus filhos fosse um grande músico. Por isso escolheu ir viver para Pesaro porque, além de ser a cidade natal de Rossini, também tinha um conservatório de grande reputação, do qual Pietro Mascagni era director. Aos 13 anos, Del Monaco começou a estudar violino, mas já possuía um enorme desejo de cantar e testava a voz com algumas árias de barítono.
A estreia oficial de Mario Del Monaco foi na ópera Madame Butterfly no dia 29 de Dezembro de 1940 no Teatro Puccini de Milão. Um marco importante na sua carreira foi Andrea Chènier em 1949, para a comemoração da morte de Umberto Giordano. Foi o próprio Giordano quem o preparou para o papel de Chènier. O seu desempenho era tal, que durante praticamente 28 anos no La Scalla, essa ópera foi somente interpretada por ele. Em 1951 foi contratado pelo Metropolitan Opera, onde se manteve durante nove anos e inaugurou 4 temporadas. Em 1976 retirou-se dos palcos, com “I Pagliacci”, em Viena.

Ária “Nessun dorma”, da ópera “Turandot”, de Puccini
Tenor: Mario del Monaco

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Cole Porter – Compositor norte-americano

No dia 15 de Outubro de 1964, morreu, de insuficiência renal, aos 73 anos, em Santa Monica, Califórnia, o compositor norte-americano Cole Porter. Tinha nascido no dia 9 de Junho de 1891, em Peru, no estado de Indiana.


A mãe de Cole iniciou-o no estudo musical desde tenra idade: aprendeu violino aos seis anos, piano aos oito e escreveu a primeira opereta (com o auxílio da mãe) aos 10. A mãe chegou a alterar a sua data de nascimento de 1891 para 1893, para fazê-lo parecer mais precoce. O avô de Porter queria que o garoto se tornasse advogado e, pensando nessa carreira, enviou-o para a Academia de Worcester, em 1905 e depois para a Universidade de Yale, em 1909.
Em 1937, num acidente de cavalo, partiu as duas pernas e ficou com dores crónicas, severamente incapacitado. Após uma série de úlceras e 34 operações, a perna direita teve de ser amputada e substituída por uma prótese mecânica, em 1958.

O seu trabalho inclui, entre muitas outras obras, as comédias musicais “Kiss Me, Kate” e “Anything Goes”, as canções “I Get a Kick Out of You”, “I've Got You Under My Skin” e um dos seus maiores sucessos “Night and Day".

Night and Day, de Cole Porter
Ella Fitzgerald e a Orquestra de Buddy Bregman

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Leonard Bernstein – Pianista, compositor e maestro americano

No dia 14 de Outubro de 1990, morreu, em Nova Iorque, o maestro e compositor americano Leonard Bernstein. Tinha nascido na cidade de Lawrence, Massachusetts, a 25 de Agosto de 1918.


Foi o primeiro compositor nascido nos Estados Unidos a ter fama mundial, ficando famoso por composições como West Side Story. Bernstein despertou para a música relativamente tarde. Só aos dez anos teve as primeiras lições de piano. Foi na Universidade de Harvard e no Instituto Curtis que cursou Teoria Musical e teve as primeiras experiências como maestro.
No dia 13 de Novembro de 1943, estreou-se como maestro da Filarmónica de Nova York, em pleno Carnegie Hall. O jovem músico de 25 anos foi convidado, por acaso, para a tarefa, já que o maestro titular, Bruno Walter, tinha adoecido. Algumas pessoas do público chegaram a retirar-se da sala. Mas quem ficou, presenciou um momento que ficou para a história da música e aplaudiu-o de pé e aos gritos. No dia seguinte, o seu nome era manchete do New York Times.
Da noite para o dia, Leonard Bernstein tornou-se herói nacional. A sua enorme sensibilidade para com a música e a forma de passar esta sensibilidade para os músicos eram a sua principal característica. O pianista e compositor chegou a comparar a direcção de uma orquestra a um acto sexual:
"É como se respirássemos ao mesmo tempo, chegamos ao clímax juntos e relaxamos ao mesmo tempo. Como uma experiência sexual, só que com cem pessoas ao mesmo tempo."
Na década de 1960, Leonard Bernstein deliciou jovens e adultos por todo o mundo, com a sua série televisiva “Concertos para jovens”.
Requiem K. 626, de Mozart
Soprano: Marie Mc Laughlin
Mezzosoprano: Maria Ewing
Tenor: Jerry Hadley
Baixo: Cornelius Hauptmann
Coro e Orquestra Sinfónica da Radiodifusão da Baviera
Maestro: Leonard Bernstein

domingo, 13 de outubro de 2013

Ópera “Candide”, de Leonard Bernstein

No dia 13 de Outubro de 1982, estreou-se no New York City Opera, no Lincoln Center, em Nova Iorque, a ópera “Candide”, de Leonard Bernstein.

Baseada na obra de Voltaire com o mesmo nome, Candide foi, originalmente, concebida por Lillian Hellman como uma peça de teatro com música incidental. No entanto, Leonard Bernstein ficou tão entusiasmado com a ideia que convenceu a escritora a transformá-la numa opereta cómica. Foi então que ela escreveu o libreto original de Candide, que estreou na Broadway, como um musical, no dia 1 de Dezembro de 1956. Mas a produção foi um fracasso. Só se manteve em cena durante dois meses. O libreto de Lillian Hellman foi criticado no New York Times como sendo demasiado sério.
No entanto, a música obteve, imediatamente, sucesso junto dos críticos. Um mês depois da sua estreia na Broadway, a Abertura de Candide foi estreada, em concerto, pela Orquestra Filarmónica de Nova Iorque. Tornou-se tão popular que, nos dois anos seguintes, foi interpretada por cerca de cem orquestras. Depois de várias revisões, tanto do libretto como da música, Candide conseguiu ultrapassar a falta de entusiasmo inicial e regista, hoje, uma enorme popularidade, especialmente a sua Abertura, que, ao lado de “Amor sem barreiras”, é uma das peças mais interpretadas de Leonard Bernstein.

Abertura da ópera "Candide", de Leonard Bernstein
Orquestra Sinfónica de Londres
Maestro: Leonard Bernstein

sábado, 12 de outubro de 2013

Luís de Freitas Branco - Um dos maiores compositores portugueses

No dia 12 de Outubro de 1890 nasceu, em Lisboa, o compositor português Luís de Freitas Branco, uma das mais importantes figuras da cultura portuguesa do século XX.


Outro grande compositor português, Joly Braga Santos, caracterizou-o como “a mais elevada personalidade da sua geração e uma das maiores da música portuguesa”. Desenvolveu actividades em diversos domínios da vida cultural. Educado no meio familiar, cedo tomou contacto com a música, aprendendo violino e piano. Aos 14 anos compõe canções que atingem grande popularidade. Aos 17 inicia a crítica musical no Diário Ilustrado. Estuda também órgão.
Em 1910 viaja até Berlim para estudar composição, música antiga e metodologia da história da música. Colheu as novas ideias musicais das escolas alemã, francesa e italiana e foi o principal obreiro da introdução do modernismo em Portugal. Em Maio de 1911 vai para Paris, onde conhece Claude Debussy. Em 1916 é nomeado professor do Conservatório de Lisboa, sendo seu subdirector entre 1919 e 1924. Em 1925 torna-se director artístico do Teatro de S. Carlos, cargo que exerce durante 2 anos.
Mantém estreitas relações com diversas figuras, como Bento de Jesus Caraça, António Sérgio e Viana da Motta. Um certo dia, a pianista Elisa Pedroso disse a Freitas Branco que tinha ouvido, de Salazar, elogios a seu respeito. O compositor escreveu no seu diário: “Mal sabe esta minha excelente amiga que o sintoma é mais para alarmar do que para alegrar. Ai daquele para quem Torquemada sorri.”
A partir de 1940 era acusado de irreverente por se comportar de maneira imprópria nas aulas e por factos da vida familiar, sendo constituído arguido num processo, do qual resultaria a sua suspensão como docente no Conservatório.
Apesar de o poema sinfónico “Paraísos Artificiais”, primeira obra do modernismo português, ter nítidas inspirações em Debussy e Ravel, Luis de Freitas Branco, cedo se dedicou com profundidade à música portuguesa. O seu interesse pela música da Renascença foi a principal razão da atenção que passou a dar-se a Carlos Seixas e aos polifonistas portugueses dos sécs. XV e XVI. E na Suite Alentejana explora a nota popular do folclore tradicional orquestrado de forma magistral.
Freitas Branco morreu em Lisboa a 27 de Novembro de 1955, depois de sofrer um colapso cardíaco.

Fandango, da Suite Alentejana nº 1, de Luís de Freitas Branco
Orquestra Sinfónica do Estado Húngaro
Maestro: Gyula Németh