No dia 30 de Janeiro de 1963 morreu o compositor e pianista francês Francis Poulenc. Tinha nascido em Paris, no dia 7 de Janeiro de 1899.
Aprendeu piano com a mãe e começou a compor com
7 anos de idade. Aos 15 anos estudou com Ricardo Vinhes, que o encorajou a
compor e o apresentou a Satie, Casella, Auric e outros. Em 1917 a sua “Rapsodie
Nègre” deu-lhe uma proeminência notável em Paris. Mesmo assim, os seus
conhecimentos técnicos eram escassos. Nunca frequentou o Conservatório, pelo
que, em 1920, decidiu estudar harmonia durante três anos, mas nunca estudou contraponto
nem orquestração.
A sua vida foi de constante luta interna. Tendo nascido e sido educado na
religião católica, debatia-se com a conciliação dos seus desejos sexuais, pouco
ortodoxos à luz das suas convicções religiosas. Alguns autores consideram mesmo
que foi o primeiro compositor abertamente homossexual, embora tenha mantido
relações sentimentais e físicas com mulheres e tenha sido pai de uma filha.
O Dicionário Oxford de Música classifica a sua música como “essencialmente
diatónica e melodiosa, embelezada com dissonâncias do século XX” e diz que tem
talento, elegância, profundidade de sentimento e doce-amargo que são derivados
da sua personalidade alegre e melancólica.
Poulenc fez parte dum grupo de seis compositores escolhidos pelo crítico Henri
Collete e que ficaram conhecidos por “Les Six”. Deram concertos juntos,
baseando-se num manifesto de inspiração no chamado “folclore parisiense”, isto
é, nos músicos de rua, nos teatros musicais e nas bandas de circo.
A obra de Poulenc, no estilo dos Seis, chamou a atenção de Stravinsky e
Diaguilev e veio a dar origem às suas obras mais conhecidas, as canções para
voz e piano, sobre poemas de Apollinaire e de Paul Elouard, que, de resto, foi
amigo pessoal de Poulenc. É uma obra ecléctica e ao mesmo tempo pessoal.
A morte acidental do seu grande amigo Pierre-Octave Ferroud, conjugada com uma
peregrinação à Virgem Negra de Rocamadour, em 1935, levou Poulenc a regressar
ao catolicismo, resultando em composições com um tom mais austero e sombrio.
Glória, de Francis
Poulenc
Soprano: Barbara Hendricks
Orquestra Nacional de Lille
Maestro: Jean-Claude Casadesus
Soprano: Barbara Hendricks
Orquestra Nacional de Lille
Maestro: Jean-Claude Casadesus
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