No dia 5 de Março de 1953 morreu, em Moscovo, o compositor russo Sergei Prokofiev. Tinha nascido na Ucrânia, a 23 de Abril de 1891.
Demonstrou bem cedo invulgares dotes musicais.
Em 1902, quando começou a receber lições particulares de composição, já tinha
composto algumas peças. Quando aprendeu a base teórica musical necessária,
dedicou-se à experimentação e à definição do que seria o seu estilo musical. Em
1904, encorajado por Alexander Glazunov, mudou-se para São Petersburgo e
inscreveu-se no Conservatório. Terminou o curso com as mais altas
classificações. Em 1908 estreou-se como pianista. Em sequência da Revolução Russa
de 1917, emigrou para a América e, de 1918 a 1920, viveu em São Francisco. De
1920 a 1936 viveu na Europa Ocidental, realizando digressões como pianista, nas
quais interpretava obras próprias como os cinco concertos para piano e as cinco
primeiras Sonatas para piano.
Voltou à Rússia em 1936, onde continua a compor sobre a mesma linguagem musical
e as suas obras demonstram uma extraordinária integridade, se se tiver em
consideração a pressão imposta pelo dogma soviético do realismo socialista.
Entre estas obras destacam-se a famosa composição infantil “Pedro e o Lobo”
para narrador e orquestra (escrita em 1936 para agradar a Estaline), o bailado “Romeu
e Julieta”, as óperas “Guerra e Paz” e “O Amor das Três Laranjas”, a Sinfonia
n.º 5 e as cantatas “Alexandre Nevski” e “Ivan, o Terrível” (compostas para os
filmes homónimo do realizador soviético Sergei Eisenstein).
Quando voltou para a Rússia, foi atacado por formalismo burguês. Depois de um
período de resistência contra os ataques, retractou-se publicamente. Escreveu
obras que agradaram às autoridades, mas também outras, mais independentes. Em
Fevereiro de 1948, um decreto do comité central do partido comunista tornou
impossível a resistência contra a estética oficial. Só foi reabilitado em 1956.
Mas nem todas as suas obras foram reincluídas no repertório oficialmente aprovado.
Nos últimos anos, Prokofiev enfrentou dificuldades financeiras e de saúde. Como
que por ironia, morreu no mesmo dia em que, na mesma cidade, morreu Estaline.
Cantata “Alexander
Nevsky”, de Prokofiev
Contralto: Ewa Podles
Orquestra Sinfónica de Barcelona e Nacional de Catalunha
Maestro: Pablo González
Contralto: Ewa Podles
Orquestra Sinfónica de Barcelona e Nacional de Catalunha
Maestro: Pablo González
Sem comentários:
Enviar um comentário