No dia 9 de Abril de 1898 nasceu em Princeton, New Jersey, o baixo americano Paul Robeson.
Este singular, eloquente e carismático actor foi
um dos mais aplaudidos intérpretes de Eugene O’Neil e um dos mais consagrados
nomes da canção durante a primeira metade do século XX. Viu a sua vida e a sua
carreira muito prejudicadas pelo facto de ter sido, como advogado, um lutador
incansável pelos direitos humanos e pelas causas dos negros, em especial
durante o período da “guerra fria”.
Deu o seu primeiro recital como cantor em 1925, o mesmo ano em que se estreou
no cinema, protagonizando o melodrama Body and Soul.
Da activa vida deste activista dos direitos do homem haveria muito para dizer.
Jogou futebol americano, como profissional, durante 3 anos, tendo sido o 1º
negro a ingressar numa equipa universitária e foi duas vezes eleito o Jogador
de Todos os Americanos. Como actor, em 1942 declarou a sua recusa de participar
em filmes enquanto não fossem dados aos negros papéis da mesma importância dos
que eram dados a brancos. Durante a Guerra Civil de Espanha, cantou uma vez
toda uma noite, sem descanso, para as tropas republicanas.
Em 1950 foi-lhe retirado o passaporte, devido ao seu envolvimento com o
movimento anti-imperialista, às suas críticas às políticas de direitos humanos
dos Estados Unidos e à sua afiliação no Partido Comunista Americano. Embora
aclamado internacionalmente, foi proibido, no seu país, de actuar em palco, no
cinema, na rádio e na televisão. E, como também não podia viajar para o
estrangeiro, a suas economias sofreram um enorme abalo. Só em 1958 lhe foi
retirada a proibição de viajar.
Recebeu da União Soviética a Medalha Staline. Nos E.U.A. foi publicada uma
série de selos com a sua efígie e o seu nome foi até dado a canções de música
rock e, imagine-se, a uma especial qualidade de tomates.
A par disso, deu, aos 60 anos, um concerto histórico no Carnegie Hall, de que
resultou a única gravação que fez em estereofonia, editada em dois preciosos
volumes.
“Hei-de levar a minha voz onde houver
quem queira ouvir a melodia da liberdade ou palavras que possam inspirar
esperança e coragem contra o medo. A minha luta é pacífica, porque só através
da paz se conquista a paz. A canção da liberdade há-de triunfar”.
Paul Robeson morreu, em Filadélfia, no dia 23 de Janeiro de 1976.
“Ol' Man
River”, do musical “Showboat”, de Jerome Kern
Baixo: Paul Robeson
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