No dia 2 de Abril de 1798 realizou-se, no Palácio de Schwarzenberg, em Viena, a estreia da oratória “A Criação”, do compositor Franz Joseph Haydn.
“A Criação”, composta entre 1796 e 1798, celebra a criação
do mundo, baseando-se no Livro do Génese, da Bíblia. A inspiração de Haydn veio
das visitas que fez a Inglaterra durante os anos de 1791 a 1795, onde ouviu
oratórias de Händel, interpretadas por grandes orquestras. “A Criação” é um
profundo acto de fé de um compositor profundamente religioso, que, no fim de
cada obra que completava, escrevia sempre “Louvado seja Deus”. Mais tarde,
Haydn viria a afirmar: “Nunca me senti tão devoto como quando estava a
trabalhar na ‘Criação’. Todos os dias me ajoelhava e pedia a Deus para me dar
força para acabar a obra.” A composição desta obra demorou cerca de ano e meio.
Foi a obra a que Haydn dedicou mais tempo, explicando: “Demorei muito tempo
porque tenho esperança que dure por muito tempo”.
De facto, Haydn trabalhou neste projecto até ao
ponto de exaustão e foi abatido pela doença, depois de dirigir a orquestra, no
dia da estreia. Os bilhetes para a primeira apresentação pública da Oratória “A
Criação” em Viena, no dia 19 de Março de 1799, esgotaram-se com muito tempo de
antecedência. Haydn assistiu pela última vez à “Criação”, no dia 27 de Março de
1808, um ano antes de morrer: o idoso e doente compositor foi carregado para
fora do teatro, com honras, numa cadeira de braços. Ouviu-se um aplauso
espontâneo da audiência e o “Papá” Haydn, num gesto típico, apontou para cima e
disse: “Não é minha. Tudo vem lá de cima”.
Excerto da oratória “A
Criação”, de Haydn
Soprano: Judith Blegen
Tenor: Thomas Moser
Baixo: Kurt Moll
Coro de Orquestra da Rádio da Baviera
Maestro: Leonard Bernstein
Soprano: Judith Blegen
Tenor: Thomas Moser
Baixo: Kurt Moll
Coro de Orquestra da Rádio da Baviera
Maestro: Leonard Bernstein
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