terça-feira, 24 de dezembro de 2013

É Natal, é Natal, ninguém leva a mal


O dia 25 de Dezembro, mais conhecido pelo Dia de Natal, é uma data engraçada. Engraçada, no sentido de curiosa, porque se celebra o nascimento de um homem que, segundo os historiadores, nasceu noutra data qualquer.

Começou por ser uma celebração pagã para comemorar o solstício de Inverno e que, mais tarde, os cristãos adoptaram como sendo a data do nascimento de Cristo ("O maior culto pagão religioso que alimentou a celebração de 25 de Dezembro como feriado em todo o mundo Romano e Grego foi o culto pagão de adoração ao sol - Mitraísmo-.... Este festival de inverno era chamado " A Natividade "- " A Natividade do sol" (J. Frazer: “The Golden Bough", New York, Macmillan Co., 1935 p.471).

O curioso é que, através dos tempos, esta data começou a ser celebrada por quase toda a gente, mesmo os que não são cristãos. Até os ateus (pecador, me confesso) a celebram. Não passa de mais uma boa desculpa para juntar a família e conviver durante umas horas, à volta de uma mesa, bebendo uns copos e mandando as dietas à mãe. Por vezes aparecem pessoas que, durante o resto do ano, nem sequer sabem (ou fingem que não sabem) o nosso número de telefone. As operadoras dos telemóveis é que esfregam as mãos de contentes. Por pior que estejam as economias, sempre se arranja algum dinheirito para mandar umas mensagens. Sim, porque telefonar fica mais caro e é mais complicado arranjar conversa. Com as mensagens é mais barato e mais simples. Basta escrever uma mensagem (chapa 5) e enviá-la para toda a gente que esteja na lista. Muitas vezes, quem a manda nem sequer sabe para quem a mandou e quem a recebe fica todo contente, a pensar: “Olha, o gajo lembrou-se de mim!”. Pura ilusão! Mas o mais curioso é que o recipiente se sente na obrigação de retribuir e, já que vai mandar uma mensagem, porque não mandá-la para toda a gente da sua lista? Afinal, é simples, barato e só se paga ao fim do mês. E torna-se uma bola de neve. A bem das operadoras. Eu próprio também gosto de receber essas mensagens, confesso. Mas prefiro as daqueles amigos que, de vez em quando, durante o resto do ano, me telefonam e convidam: “Anda daí beber um copo. Vamos conversar um bocado” ou dos que, inesperadamente, batem à minha porta e exclamam: “Olha, apeteceu-me fazer-te uma visita!” Gosto mais assim. E depois, no Natal e no Ano Novo, já agora, também mandam um SMSzito.
Quando eu era puto, o Natal era a festa das crianças. Acordávamos com um chocolatinho no sapato (aqueles que tinham sapatos) e ficávamos todos contentes E quando era uma tablete (não “tablet”, tablete, que, naquele tempo, na minha terra ainda não se falava inglês) era uma alegria. Mais tarde, os mercados tomaram conta disto. Agora é uma festa para gastar dinheiro, às vezes em coisas fúteis, provavelmente, uma importação das Américas. Voltámos à festa pagã. Um parzinho de meias para este, um parzinho de cuecas para aquele, um lencinho para aquela… “É só uma lembrança”, dizem.
Conselho aos meus amigos e família:
Em vez de andaram, individualmente, a comprar coisas baratas para me oferecerem no Natal, juntem-se todos e talvez consigam dinheiro para uma televisão daquelas modernas. Mas não é das mais pequenas. Tudo para cima de 100 cm, que a vista já me vai faltando. E, já que estão com as mãos na massa, uma 3D, que eu gosto de coisas com mais realidade.
Também podem mandar mensagens. Não sei é se retribuo, porque, nessas alturas, as linhas têm tendência a ficar sobrecarregadas. A bem das operadoras.
Obrigado a todos e Feliz Natal.
Mr. Bean
O Perú de Natal

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