No dia 25 de Dezembro de 1977 morreu o grande Charlie Chaplin que, sendo realizador, compunha a música para os seus próprios filmes. Tinha nascido em Londres, no dia 16 de Abril de 1889.
Foi uma das personalidades mais criativas que
atravessou a era do cinema mudo. Actuou, dirigiu, escreveu, produziu e
financiou os seus próprios filmes. O seu principal e mais conhecido personagem
é conhecido, entre nós, como Charlot e como Carlitos, no Brasil. Chaplin foi
para os Estados Unidos da América, integrado na Companhia de Karno, a 2 de
Outubro de 1912. Nessa Companhia estava Arthur Stanley Jefferson, que se
tornaria conhecido e amado como Stan Laurel, o estica da conhecida dupla “Bucha
e Estica”. Chaplin e Laurel partilharam um quarto numa pensão.
Em 1919, Charlie Chaplin fundou o estúdio United Artists com Mary Pickford,
Douglas Fairbanks e D. W. Griffith. Apesar dos filmes sonoros se terem popularizado
em 1927, resistiu a usá-los até ao final da 1930. O seu posicionamento político
sempre foi esquerdista ou mesmo de extrema-esquerda. Vários dos seus filmes
seguiram essa tendência, principalmente “Tempos Modernos”, que foi uma crítica
à situação da classe operária e dos pobres em geral. Ao mostrar interesse em
viajar para a Inglaterra, em 1952, Chaplin foi ameaçado de ter os bens
confiscados pelo governo americano. A sua atitude foi surpreendente: sem
questionar, disse que podiam vender tudo! E foi para a Inglaterra.
Quando resolveu regressar aos EUA foi proibido, pelo Serviço de Imigração,
devido a acusações de "actividades antiamericanas", na época do
macarthismo. Decidiu então permanecer na Europa, escolhendo morar na Suíça. Em
1952, ganhou o Óscar de melhor música em filme dramático, com o filme “Luzes da
Ribalta”. Devido às perseguições da época, só pôde receber o prémio em 1972.
Nesse ano, voltou aos Estados Unidos pela última vez, para receber um prémio
especial da Academia pelas "suas incalculáveis realizações na indústria do
cinema", tornando-se uma das maiores aclamações na história do Óscar, onde
Chaplin foi aplaudido por mais de cinco minutos, em pé, por todos os presentes.
Morreu aos 88 anos, no dia de Natal de 1977 em Vevey, Suíça, na consequência de
um derrame cerebral. Três meses depois, o cemitério foi invadido na calada da
noite, a sepultura violada e o corpo roubado, na tentativa de extorquir
dinheiro da família. O plano falhou, os ladrões foram capturados e condenados à
morte. O corpo foi recuperado onze semanas depois, num lago, e novamente
enterrado, desta vez debaixo de uma tampa de cimento de dois metros de
espessura (por ordem da família), como medida de precaução para evitar futuros
problemas.
Tema musical do Filme “Luzes
da Ribalta”, de Charlie Chaplin
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