terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Nathan Milstein – “Príncipe do violino”

No dia 31 de Dezembro de 1903 nasceu em Odessa, Rússia, o violinista Nathan Milstein.


Foi o quarto de sete filhos de uma família judia, da classe média, sem nenhum passado musical. É famoso pelas suas interpretações das obras para violino solo de Bach e de obras do período romântico. Teve uma longa carreira como violinista: actuou em público, com um enorme grau de excelência, até aos 83 anos e só terminou a sua carreira, porque partiu a mão, num acidente. O seu último concerto foi em Estocolmo, em 1986. Foi muitas vezes chamado “príncipe do violino” e, às vezes, “príncipe do arco”
Ao assistirem a um concerto dado por um rapaz de 11 anos, os pais de Milstein decidiram fazer dele um violinista. Esse rapaz de 11 anos era, nem mais nem menos, que Jascha Heifetz. Aos sete anos começou os estudos de violino com Piotr Stolyarsky, que também era professor do grande violinista David Oistrakh. Quando atingiu os 11 anos, foi convidado por Leopold Auer a ser um dos seus alunos no Conservatório de S. Petersburgo. Quando Auer partiu para a Noruega, Milstein regressou a Odessa.
Em 1921, conheceu o pianista Vladimir Horowitz e a sua irmã Regina, durante um recital, em Kiev. Convidaram-no a tomar chá, em casa dos pais. Milstein, mais tarde, afirmou: “Vim tomar chá e fiquei três anos”. Milstein e Horowitz actuaram juntos, como “filhos da revolução”, por toda a União Soviética, e desenvolveram uma amizade para o resto da vida. Em 1952, deram uma série de concertos pela Europa Ocidental.
Nathan Milstein teve a sua estreia nos Estados Unidos, em 1929, com Leopold Stokowsky e a Orquestra de Filadélfia. Eventualmente, mudou-se para Nova Iorque e tornou-se cidadão americano. No entanto, continuou a dar concertos pela Europa e manteve residência em Londres e Paris. Em 1968, foi-lhe atribuída, na França, a Legião de Honra e, em 1975, ganhou um Grammy Award, pela sua gravação das Sonatas e Partitas, de Bach. Também lhe foram atribuídas honras do Kennedy Center, pelo Presidente Ronald Reagan. Morreu em Londres no dia 21 de Dezembro de 1992, dez dias antes de fazer 89 anos.
Prelúdio da Partita nº 3, em mi maior, BWV 1006, de Johann Sebastian Bach
Violinista: Nathan Milstein

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Dmitry Kabalevsky – Compositor do regime

No dia 30 de Dezembro de 1904 nasceu, em São Petersburgo, na Rússia, o compositor Dmitry Kabalevsky.


Como estudante, frequentou o Conservatório de Moscovo, onde foi aluno de Nikolai Miaskovsky entre 1881 e 1950, e seria professor a partir de 1932.
Além do ensino e da composição, participou em organizações políticas e sindicais, trabalhou na editora de música estatal, foi editor dum jornal e membro do Partido Comunista. As músicas de Kabalevsky, fazendo uso frequente de melodias tradicionais russas, eram intensamente líricas, bem ao gosto do regime vigente. Dedicou a Sinfonia nº 3 à memória de Lenine e compôs várias outras obras versando o patriotismo heróico. Morreu no dia 16 de Fevereiro de 1987.
“Dança dos Comediantes”, da Suite “Os Comediantes”, de Kabalevsky
Maestro:Victor Borge

domingo, 29 de dezembro de 2013

Pablo Casals - Violoncelista e maestro catalão

No dia 29 de Dezembro de 1876, nasceu, em El Vendrell, na Catalunha, o violoncelista e maestro catalão Pau Casals.


Ironicamente, tornou-se conhecido internacionalmente pelo seu nome em castelhano, Pablo. Embora tivesse sido um grande incentivador da luta contra a ditadura de Francisco Franco e o domínio nazi, o nome imposto pelo regime franquista ficou gravado. Demonstrou talento desde pequeno, obtendo fama internacional ainda jovem. Centralizando as suas actividades de músico em Paris, percorreu a Europa e os Estados Unidos, promovendo concertos e recitais. Fundou uma orquestra em Barcelona, actuando também como maestro.
Por ser ardente patriota e republicano, Pablo Casals recusou-se a viver sob a ditadura de Franco e exilou-se na França. Contudo, o amor pela pátria levou-o a morar em Prades, uma pequena cidade no sul da França, no sopé dos Pirinéus, não muito longe da sua terra natal. Quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial, continuou a sua resoluta oposição ao governo franquista, combatendo também os fascistas alemães e italianos que apoiavam Franco. Os nazis ameaçaram-no, tentando suborná-lo, mas ele manteve-se firme nas suas convicções e ajudou os refugiados da Espanha fascista. Quando a guerra terminou muitos músicos foram a Prades estudar com Casals. Morreu em San Juan de Porto Rico, no dia 22 de Outubro de 1973.
Suite nº 1, BWV 1007, para violoncelo, de Johann Sebastian Bach
Violoncelista: Pablo Casals

sábado, 28 de dezembro de 2013

João Domingos Bomtempo - Pianista, compositor e pedagogo português

No dia 28 de Dezembro de 1775, nasceu, em Lisboa, o pianista, compositor e pedagogo português João Domingos Bomtempo.


Era filho de Francesco Saverio Bomtempo, oboísta na Corte de Lisboa, que veio a ser o seu primeiro professor de música. Estudou no Seminário Patriarcal e, aos 14 anos, foi admitido na Irmandade de Santa Cecília, como cantor da Capela Real da Bemposta.
Em 1801 Bomtempo decidiu ir para França, contrariando o costume dos músicos portugueses da época e pondo de lado uma eventual continuação dos estudos em Itália. Foi, então, para Paris, onde encontrou o melhor ambiente para desenvolver a sua vocação musical e conviveu com o grupo de exilados, adeptos das novas correntes filosóficas e políticas, que se reuniam à volta do poeta Filinto Elísio. Acolhido por este grupo de emigrantes que partilhavam as suas ideias liberais iniciou uma carreira de pianista e estreou algumas das suas primeiras composições.
Em 1810, ano em que a sua 1ª Sinfonia é alvo dos maiores elogios por parte da crítica parisiense, foi para Londres. Na capital britânica é, uma vez mais, bem recebido pela comunidade portuguesa e algumas famílias da aristocracia inglesa dão-lhe as boas vindas especialmente como professor de piano. Dado o perfil das pessoas com que se relaciona, é provável que date desta época a sua iniciação na Maçonaria. Em 1815, após o congresso de Viena, regressou a Portugal. Depois, voltou a Londres, passou novamente por Paris e regressou, definitivamente, a Lisboa, onde, embora se dedicasse mais ao ensino, continuou a compor até 1842, ano em que faleceu, no dia 18 de Agosto.
Requiem à memória de Camões, de João Domingos Bomtempo (excerto)
Coro e Orquestra de Câmara Americantiga
Maestro: Ricardo Bernardes

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Shura Cherkassky – O pequeno grande pianista

No dia 27 de Dezembro de 1995, faleceu, em Londres, o pianista russo Shura Cherkassky.


Embora a maioria das referências biográficas de Alexander Isaakovich Cherkassky, mais conhecido como Shura Cherkassky, mencionem 1911 como o ano em que nasceu, a certidão de nascimento, que se encontra na posse do seu agente, refere que nasceu em Odessa, Rússia, no ano de 1909. Mais precisamente, no dia 7 de Outubro.
Para escapar à revolução russa, a sua família foi para os Estados Unidos. Recebeu as primeiras lições de piano da mãe, Lydia Cherkassky. Nos Estados Unidos, continuou os estudos no “Curtis Institute of Music”, com o professor Jozèf Hoffman. Mas, antes disso, fez algumas audições para Rachmaninoff, que o aconselhou a deixar de tocar em público durante, pelo menos, dois anos e a corrigir a posição das mãos no teclado. No entanto, Hoffman aconselhou-o a dar concertos e notava-se que Cherkassky se sentia muito confortável a tocar em público. Algumas das suas melhores gravações foram de interpretações ao vivo.
Muitos maestros mostravam alguma relutância em actuar com ele. O pianista era muito imprevisível, pois nem sempre o que se passava nos ensaios acontecia em frente ao público. Mesmo assim, tocou com alguns dos mais notáveis maestros do mundo.
Depois de ter vivido algum tempo na Califórnia, Shura Cherkassky passou pela Alemanha e Áustria, vindo a fixar-se em Londres, depois da morte da mãe, em 1961. Ali se manteve, num hotel, até à data da morte, em 1995, no dia 27 de Dezembro.
Concerto italiano, de Johann Sebastian Bach
Pianista: Shura Cherkassky

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Ópera “Norma”, de Vincenzo Bellini

No dia 26 de Dezembro de 1831 estreou-se, no Teatro alla Scala, de Milão, a ópera “Norma”, de Vincenzo Bellini. É uma ópera em dois actos, com libreto de Felice Romani, e é considerada o ponto alto da tradição do “bel canto”.


O libreto é baseado na tragédia “Norma, ou o Infanticídio”, do poeta francês Alexandre Soumet. Contém um grande espectro de emoções: conflitos na vida pessoal e pública, romantismo, amor maternal, amizade, ciúme, intenções criminosas e resignação. O papel principal da ópera é, geralmente, considerado como um dos mais difíceis do repertório de soprano. Foi criado para a cantora italiana Giuditta Pasta, que foi também a primeira s interpretar o papel de Amina na ópera “La sonnambula”, do mesmo compositor.
Durante o século XX, somente um pequeno número de cantoras foi capaz de desempenhar o papel de Norma com sucesso: Rosa Ponselle, no início da década dos anos 1920, depois Joan Sutherland e Montserrat Caballé. Maria Callas foi a mais famosa Norma no período pós-guerra. Representou esse papel inúmeras vezes e gravou-o em duas ocasiões.
A acção desenvolve-se na antiga Gália, onde a sacerdotisa Norma é pressionada pelo povo a liderar uma revolução contra os Romanos. Mas Norma tinha-se apaixonado pelo procônsul romano Pollione, do qual teve dois filhos. Por sua vez, Pollione tinha-se apaixonado por Adalgisa, outra sacerdotisa. Quando Norma descobre a sua traição, ameaça matar as crianças. Só a inesperada amizade de Adalgisa faz com que a ameaça não se concretize. O núcleo emocional desta ópera é, exactamente, a relação entre Norma e Adalgisa.
Ária “Casta diva”, da ópera “Norma”, de Bellini
Soprano: Joan Sutherland
The Elizabethan Symphony Orchestra
Maestro: Richard Bonynge

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Charlie Chaplin – Actor, realizador, escritor, maestro e compositor

No dia 25 de Dezembro de 1977 morreu o grande Charlie Chaplin que, sendo realizador, compunha a música para os seus próprios filmes. Tinha nascido em Londres, no dia 16 de Abril de 1889.


Foi uma das personalidades mais criativas que atravessou a era do cinema mudo. Actuou, dirigiu, escreveu, produziu e financiou os seus próprios filmes. O seu principal e mais conhecido personagem é conhecido, entre nós, como Charlot e como Carlitos, no Brasil. Chaplin foi para os Estados Unidos da América, integrado na Companhia de Karno, a 2 de Outubro de 1912. Nessa Companhia estava Arthur Stanley Jefferson, que se tornaria conhecido e amado como Stan Laurel, o estica da conhecida dupla “Bucha e Estica”. Chaplin e Laurel partilharam um quarto numa pensão.
Em 1919, Charlie Chaplin fundou o estúdio United Artists com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W. Griffith. Apesar dos filmes sonoros se terem popularizado em 1927, resistiu a usá-los até ao final da 1930. O seu posicionamento político sempre foi esquerdista ou mesmo de extrema-esquerda. Vários dos seus filmes seguiram essa tendência, principalmente “Tempos Modernos”, que foi uma crítica à situação da classe operária e dos pobres em geral. Ao mostrar interesse em viajar para a Inglaterra, em 1952, Chaplin foi ameaçado de ter os bens confiscados pelo governo americano. A sua atitude foi surpreendente: sem questionar, disse que podiam vender tudo! E foi para a Inglaterra.
Quando resolveu regressar aos EUA foi proibido, pelo Serviço de Imigração, devido a acusações de "actividades antiamericanas", na época do macarthismo. Decidiu então permanecer na Europa, escolhendo morar na Suíça. Em 1952, ganhou o Óscar de melhor música em filme dramático, com o filme “Luzes da Ribalta”. Devido às perseguições da época, só pôde receber o prémio em 1972. Nesse ano, voltou aos Estados Unidos pela última vez, para receber um prémio especial da Academia pelas "suas incalculáveis realizações na indústria do cinema", tornando-se uma das maiores aclamações na história do Óscar, onde Chaplin foi aplaudido por mais de cinco minutos, em pé, por todos os presentes.
Morreu aos 88 anos, no dia de Natal de 1977 em Vevey, Suíça, na consequência de um derrame cerebral. Três meses depois, o cemitério foi invadido na calada da noite, a sepultura violada e o corpo roubado, na tentativa de extorquir dinheiro da família. O plano falhou, os ladrões foram capturados e condenados à morte. O corpo foi recuperado onze semanas depois, num lago, e novamente enterrado, desta vez debaixo de uma tampa de cimento de dois metros de espessura (por ordem da família), como medida de precaução para evitar futuros problemas.
Tema musical do Filme “Luzes da Ribalta”, de Charlie Chaplin

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

É Natal, é Natal, ninguém leva a mal


O dia 25 de Dezembro, mais conhecido pelo Dia de Natal, é uma data engraçada. Engraçada, no sentido de curiosa, porque se celebra o nascimento de um homem que, segundo os historiadores, nasceu noutra data qualquer.

Começou por ser uma celebração pagã para comemorar o solstício de Inverno e que, mais tarde, os cristãos adoptaram como sendo a data do nascimento de Cristo ("O maior culto pagão religioso que alimentou a celebração de 25 de Dezembro como feriado em todo o mundo Romano e Grego foi o culto pagão de adoração ao sol - Mitraísmo-.... Este festival de inverno era chamado " A Natividade "- " A Natividade do sol" (J. Frazer: “The Golden Bough", New York, Macmillan Co., 1935 p.471).

O curioso é que, através dos tempos, esta data começou a ser celebrada por quase toda a gente, mesmo os que não são cristãos. Até os ateus (pecador, me confesso) a celebram. Não passa de mais uma boa desculpa para juntar a família e conviver durante umas horas, à volta de uma mesa, bebendo uns copos e mandando as dietas à mãe. Por vezes aparecem pessoas que, durante o resto do ano, nem sequer sabem (ou fingem que não sabem) o nosso número de telefone. As operadoras dos telemóveis é que esfregam as mãos de contentes. Por pior que estejam as economias, sempre se arranja algum dinheirito para mandar umas mensagens. Sim, porque telefonar fica mais caro e é mais complicado arranjar conversa. Com as mensagens é mais barato e mais simples. Basta escrever uma mensagem (chapa 5) e enviá-la para toda a gente que esteja na lista. Muitas vezes, quem a manda nem sequer sabe para quem a mandou e quem a recebe fica todo contente, a pensar: “Olha, o gajo lembrou-se de mim!”. Pura ilusão! Mas o mais curioso é que o recipiente se sente na obrigação de retribuir e, já que vai mandar uma mensagem, porque não mandá-la para toda a gente da sua lista? Afinal, é simples, barato e só se paga ao fim do mês. E torna-se uma bola de neve. A bem das operadoras. Eu próprio também gosto de receber essas mensagens, confesso. Mas prefiro as daqueles amigos que, de vez em quando, durante o resto do ano, me telefonam e convidam: “Anda daí beber um copo. Vamos conversar um bocado” ou dos que, inesperadamente, batem à minha porta e exclamam: “Olha, apeteceu-me fazer-te uma visita!” Gosto mais assim. E depois, no Natal e no Ano Novo, já agora, também mandam um SMSzito.
Quando eu era puto, o Natal era a festa das crianças. Acordávamos com um chocolatinho no sapato (aqueles que tinham sapatos) e ficávamos todos contentes E quando era uma tablete (não “tablet”, tablete, que, naquele tempo, na minha terra ainda não se falava inglês) era uma alegria. Mais tarde, os mercados tomaram conta disto. Agora é uma festa para gastar dinheiro, às vezes em coisas fúteis, provavelmente, uma importação das Américas. Voltámos à festa pagã. Um parzinho de meias para este, um parzinho de cuecas para aquele, um lencinho para aquela… “É só uma lembrança”, dizem.
Conselho aos meus amigos e família:
Em vez de andaram, individualmente, a comprar coisas baratas para me oferecerem no Natal, juntem-se todos e talvez consigam dinheiro para uma televisão daquelas modernas. Mas não é das mais pequenas. Tudo para cima de 100 cm, que a vista já me vai faltando. E, já que estão com as mãos na massa, uma 3D, que eu gosto de coisas com mais realidade.
Também podem mandar mensagens. Não sei é se retribuo, porque, nessas alturas, as linhas têm tendência a ficar sobrecarregadas. A bem das operadoras.
Obrigado a todos e Feliz Natal.
Mr. Bean
O Perú de Natal

Teresa Stich-Randall – Soprano norte-americana

No dia 24 de Dezembro de 1927 nasceu, em New Hartford, no estado de Connecticut, a soprano norte americana Teresa Stich-Randall.


Estudou na Hartt School of Music, em West Hartford. Foi descoberta nos finais dos anos 40 por Arturo Toscanini, que a contratou para uma série de actuações com a sua Orquestra Sinfónica da NBC, em Nova Iorque. Toscanini descreveu-a como “a descoberta do século”. Stich-Randall estreou-se na Europa, em Florença e ganhou uma competição em Lausanne. Isto levou a que desse uma série de espectáculos com a Basel Opera, na Suiça.
A sua estreia na ópera aconteceu em 1947, no papel de Henrietta, na ópera “Mother of us all”, de Virgil Thomson e, um ano depois, interpretou o papel principal na ópera “Evangeline”, de Otto Leuning. Estreou-se na Ópera Lírica de Chicago, em 1955, no papel de Gilda, na ópera “Rigoleto”, de Verdi. Cantou pela primeira vez no Metropolitan Opera de Nova Iorque, na ópera “Cosi fan tutti”, em 1961 e permaneceu no Met até 1966.
Em 1962, o governo da Áustria atribuiu a Teresa Stich-Randall o título de Kammersängerin, título esse que só era atribuído aos melhores artistas. Por volta de 1980, a carreira de Stich-Randall já tinha terminado.
Morreu em Viena no dia 17 de Julho de 2007.

Canção “A Truta”, de Schubert
Soprano: Teresa Stich-Randall
Piano: Hans Rosbaud


segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Claudio Scimone – Maestro italiano

No dia 23 de Dezembro de 1934 nasceu em Pádua, na Itália, o maestro Claudio Scimone.

Obteve reputação internacional como musicólogo e como maestro. Reavivou muitas obras do barroco e da renascença e gravou mais de 150 títulos, muitos deles estreias mundiais, e ganhou numerosos prémios, incluindo o Grand Prix du Disque, da Academia Charles Cros. Foi o fundador do grupo I Solisti Veneti e é maestro honorário da Orquestra Gulbenkian, de Lisboa. É notável a sua revisão e publicação das obras de Vivaldi. Entre elas a ópera Orlando Furioso, que dirigiu e gravou, em estreia mundial, em 1977, com Marilyn Horne e Victoria de Los Angeles. Entre as suas inúmeras gravações encontram-se mais de 250 obras de Vivaldi.
Concerto nº 2, RV 439, para flauta, de Vivaldi
Flauta: James Galway
I Solisti Veneti
Maestro: Claudio Scimone

domingo, 22 de dezembro de 2013

Andre Kostelanetz – Maestro e arranjador russo

No dia 22 de Dezembro de 1901 nasceu, em S. Petersburgo, o popular arranjador e maestro Andre Kostelanetz, um dos pioneiros da chamada música “easy listening”, conhecido por fazer arranjos e gravações de famosas obras de música clássica e versões orquestrais de canções da Broadway.


Depois da revolução russa, em 1922, fugiu do país e, ainda nesse ano, foi para os Estados Unidos. Nos anos vinte do século passado dirigiu concertos para a rádio e, nos anos trinta, iniciou um programa semanal, na CBS, chamado “Andre Kostelanetz apresenta”.

Durante muitos anos, Kostelanetz também dirigiu a Orquestra Filarmónica de Nova Iorque. De 1940 a 1980 gravou para a Columbia Records uma série de álbuns de música instrumental, hoje conhecida como “easy listening”. Continuou a gravar este género de música, mesmo depois dos seus contemporâneos, como Mantovani, terem deixado de gravar.
Fora dos Estados Unidos, uma das obras mais conhecidas de Andre Kostelanetz foi um arranjo orquestral da canção “With a song in my heart”, que serviu de genérico a um popular programa de rádio da BBC. Patrocinou várias obras conhecidas de grandes compositores, como Aaron Copland, Jerome Kern, William Schumann, Ferde Grofé, Virgil Thomson e Paul Creston.
William Walton dedicou o seu “Capricho burlesco” a Kostelanetz, que dirigiu a estreia e fez a primeira gravação da obra, com a Orquestra Filarmónica de Nova Iorque. O seu último concerto foi na War Memorial Opera House, em Viena, no dia 31 de Dezembro de 1979. Foi o segundo marido da soprano Lily Pons, com quem esteve casado, de 1938 a 1958, ano em que se divorciaram.
Andre Kostelanetz morreu no Haiti, no dia 13 de Janeiro de 1980.
Prelúdio da ópera “La Traviata”, de Verdi
Maestro: Andre Kostelanetz

sábado, 21 de dezembro de 2013

Michael Tilson Thomas - Compositor, pianista e maestro norte-americano

No dia 21 de Dezembro de 1944 nasceu em Los Angeles, Califórnia, o compositor, pianista e maestro Michael Tilson Thomas.


Estudou na Universidade da Califórnia do Sul e, enquanto estudante, foi assistente musical e assistente dos maestros no Festival de Bayreuth. Em 1969 estreou-se como maestro, com a Orquestra Sinfónica de Boston, substituindo William Steinberg na segunda parte do concerto. Ficou em Boston como assistente do maestro até 1974. Foi director musical da Orquestra Filarmónica de Buffalo, entre 1971 e 1979. Por essa altura também dirigiu muitos concertos com a Filarmónica de Nova Iorque. De 1981 até 1985 foi o maestro principal da Orquestra Filarmónica de Los Angeles e, em 1987, fundou a Nova Sinfónica Mundial, em Miami, Flórida. De 1988 a 1995 foi o maestro principal da Orquestra Sinfónica de Londres. Desde 1995 é director musical da Orquestra Sinfónica de São Francisco.
No ano de 2009 Michael Tilson Thomas ajudou a criar a Orquestra Sinfónica do YouTube, cujos membros foram seleccionados em 30 países, tendo como base mais de 3000 audições em vídeo, no YouTube. Esta orquestra participou numa cimeira de música clássica, na Juilliard School of Music, em Nova Iorque, que durou 3 dias e terminou com um concerto ao vivo, no Carnegie Hall, no dia 15 de Abril. O concerto ficou, mais tarde, disponível no YouTube. No dia 20 de Março de 2011 Tilson Thomas também dirigiu a Orquestra Sinfónica YouTube 2 em Sydney, na Austrália.
4º andamento da Sinfonia nº 4, de Tchaikovsky
Orquestra Sinfónica de S. Francisco
Maestro: Michael Tilson Thomas

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

André Jolivet – Compositor francês

No dia 20 de Dezembro de 1974 morreu, em Paris, o compositor francês André Jolivet, conhecido pela sua devoção à cultura francesa e ao pensamento musical. Tinha nascido no dia 8 de Agosto de 1905.


A música de André Jolivet baseia-se no seu interesse pela acústica e atonalidade e também pelas influências antigas e modernas, especialmente em instrumentos usados nos tempos antigos. Compôs numa grande variedade de formas, para muitos tipos de agrupamentos.
Foi encorajado pelos pais (um pintor e uma pianista) a tornar-se professor. Estudou numa universidade para professores e chegou a ensinar numa escola primária, em Paris, com um intervalo de três anos, para servir no exército. Eventualmente, optou por seguir as suas próprias ambições artísticas e começou a aprender, primeiro violoncelo e, depois, composição.
O primeiro professor de Jolivet foi Paul Le Flem, que lhe proporcionou uma base sólida em harmonia e contraponto. Depois de ouvir um concerto de Arnold Schoenberg, começou a interessar-se por música atonal e, seguindo a recomendação do seu professor, tornou-se no único aluno europeu de Edgard Varèse, que lhe transmitiu os seus conhecimentos de acústica, música atonal e orquestração.
Em 1936, Jolivet fundou o grupo “La Jeune France”, com os compositores Olivier Messiaen, Daniel-Lesur e Yves Baudrie. Este grupo tentava restabelecer uma forma de composição mais humana e menos abstracta. Quando era adolescente, o seu sonho era escrever música para o teatro, o que o inspirou nas suas primeiras composições, incluindo a música para um ballet.
Jolivet foi o director musical da Comédie Française, de 1945 a 1959. Enquanto ocupou esse cargo compôs música para peças de Molière, Racine, Sófocles, Shakespeare e Claudel. Também continuou a compor para as salas de concerto, muitas vezes inspirado pelas suas frequentes viagens, adaptando, para o estilo francês, textos e música do Egipto, Médio Oriente, África e Ásia.
Durante as décadas de 50 e 60, do séc. XX, Jolivet escreveu concertos para uma grande variedade de instrumentos, que exigem do solista uma técnica fora do normal. Foi um dos poucos compositores a escrever para o Ondes Martenot, compondo um concerto para aquele instrumento electrónico em 1974, 19 anos depois de o instrumento ter sido inventado.
Em 1959, André Jolivet fundou o Centro Francês de Humanismo Musical, em Aix-en-Provence e, a partir de 1961, foi professor de composição no Conservatório de Paris. Morreu na capital francesa, no dia 20 de Dezembro de 1974, deixando inacabada a sua ópera “O Soldado Desconhecido”.
Concerto para percussão, de André Jolivet
Percussão: Masako Iguchi
Orquestra do Conservatório de Música de San Francisco
Maestro: Alasdair Neale

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Fritz Reiner - “Construtor de orquestras”

No dia 19 de Dezembro de 1888 nasceu, em Budapeste, o maestro Fritz Reiner.


Uma das facetas mais admiradas em Fritz Reiner foi a de “construtor de orquestras”, estabelecida, primeiramente, com a Orquestra Sinfónica de Pittsburgh, que dirigiu entre 1938 e 1948, e definitivamente consolidada com o período que passou à frente da Orquestra Sinfónica de Chicago, entre 1953 e 1962. Sempre manteve com os músicos uma relação difícil. "Maestro exigente e despótico", "hostil e impaciente durante os ensaios", "capaz de despedir qualquer músico que cometesse um erro durante um concerto", são algumas das descrições que encontramos nas várias biografias do maestro, húngaro de nascimento e norte-americano por naturalização.
Reiner foi durante nove anos (entre 1922-1931) director musical da Orquestra Sinfónica de Cincinatti, tendo começado a ensinar no Curtis Institute of Music em 1928, onde foi professor de Leonard Bernstein. Conta a história que Bernstein terá sido o único aluno a quem Fritz Reiner terá dado a classificação máxima. História que não deixa de ser curiosa pelo facto dos dois maestros possuírem estilos altamente contrastantes. Fritz Reiner era caracterizado pela absoluta precisão e economia de gestos numa sobriedade de estilo muito à imagem de Toscaninni, por exemplo. Já Bernstein é exactamente o oposto.
Fritz Reiner morreu em Nova Iorque no dia 15 de Novembro de 1963.
4º andamento da Sinfonia nº 4, de Beethoven
Orquestra Sinfónica de Chicago
Maestro-Fritz Reiner

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Rita Streich – Soprano alemã

No dia 18 de Dezembro de 1920 nasceu em Barnaul, na Rússia, a soprano alemã Rita Streich.


Durante a infância mudou-se, com os seus pais, para a Alemanha, onde cresceu a falar duas línguas (o russo e o alemão), algo que lhe foi extremamente útil durante a sua carreira de soprano. Por exemplo, interpretou as obras de Rimsky-Korsakov, no original, em russo, sem o mínimo de sotaque.
Rita Streich estreou-se como cantora de ópera durante a segunda guerra mundial, no Stadttheater de Ústí nad Labem, na Boémia, no papel de Zerbinetta, da ópera 'Ariadne auf Naxos' de Richard Strauss. Três anos depois conseguiu o primeiro contracto na Staatsoper Unter den Linden, em Berlim, onde permaneceu até 1952. Nesse ano foi para Bayreuth, no ano seguinte para Viena e, em 1954, para Salzburgo. Seguiram-se actuações no La Scala, de Milão e no Covent Garden, em Londres.
No filme de 2007 “Bean em férias” Rowan Atkinson canta a ária "O mio babbino caro" de Puccini. Na realidade a voz que se ouve é a de Rita Streich, na sua famosa gravação com a Orquestra da Ópera de Berlim, dirigida por Reinhard Peters.
Rita Streich morreu no dia 20 de Março de 1987, em Viena.
Ária "O mio babbino caro", da ópera “Gianni Schicchi”, de Puccini
Soprano: Rita Streich

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Arthur Fiedler – Um dos maestros mais populares dos Estados Unidos da América


No dia 17 de Dezembro de 1894, nasceu, em Boston, o maestro americano Arthur Fiedler.

Era filho de uma pianista e de um violinista austríaco, que era membro da Orquestra Sinfónica de Boston. Frequentou a Escola Latina de Boston, até que o pai se aposentou e voltou para a Áustria, onde Arthur estudou e trabalhou até regressar à terra natal. Em 1909, foi para Berlim estudar violino e, em 1915, integrou a Orquestra Sinfónica de Boston, como violinista. Também trabalhou como pianista, organista e percussionista.
Em 1924, Fiedler formou a Sinfonietta de Boston, uma orquestra de música de câmara, com membros da Sinfónica de Boston e, em 1930, foi nomeado o décimo oitavo maestro da Orquestra Pops de Boston. Sob a direcção de Fiedler, a orquestra fez inúmeras gravações para a RCA Victor, com um lucro de 50 milhões de dólares. Fiedler também se associou à Orquestra Pops de São Francisco durante vinte e seis verões, a partir de 1949.
Arthur tinha muitos hobbies. Ficava fascinado com o trabalho dos bombeiros e deslocava-se muitas vezes, no seu próprio carro, para os ajudar em grandes incêndios. Foi nomeado Comandante Honorário da Associação de Bombeiros de Boston. Muitas outras associações de bombeiros ofereceram-lhe capacetes e crachás. A biografia oficial do maestro relata a sua ajuda no trágico fogo de 1942, em Cocoanut Grove, na cidade de Boston.
Misto de Homem-músico e Homem-espectáculo, dizia que o seu principal objectivo era “dar bons momentos aos auditórios”. E a verdade é que, embora criticado por alguns por tratar tão “ligeiramente” a música clássica, ninguém como ele conseguiu levar a música às multidões que enchiam os seus concertos ou compravam os seus discos.
Arthur Fiedler faleceu em Brookline, Massachusetts, com oitenta e quatro anos, no dia 10 de Julho de 1979. Completava cinquenta anos à frente da Orquestra Pops de Boston. Em sua honra, a orquestra mandou fazer uma escultura com o seu rosto.
Final do Concerto nº 1, para piano, de Tchaikovsky
Piano: Earl Wild
Orquestra Pops de Boston
Maestro: Arthur Fiedler

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Ludwig van Beethoven – Compositor alemão

Não se sabendo ao certo a data de nascimento de Beethoven, presume-se que tenha sido no dia 16 de Dezembro de 1770, já que foi baptizado no dia 17, na Renânia do Norte, Alemanha.


Foi um compositor do período de transição entre o Classicismo e o Romantismo. É considerado um dos pilares da música ocidental, permanecendo como um dos compositores mais respeitados e mais influentes de todos os tempos. “O resumo da sua obra é a liberdade,” observou o crítico alemão Paul Bekker, “a liberdade política, a liberdade artística do indivíduo, a sua liberdade de escolha, de credo e a liberdade individual em todos os aspectos da vida.”
Goethe definiu-o como "Uma criatura completamente indomável."
Nunca teve estudos muito aprofundados, mas sempre revelou um talento excepcional para a música. Com apenas 8 anos, foi confiado a Christian Gottlob Neefe, o melhor mestre de cravo da cidade, que lhe deu uma formação musical sistemática, e lhe deu a conhecer os grandes mestres alemães da música. Numa carta publicada em 1780, Neefe afirmava que o seu discípulo, de dez anos, dominava todo o repertório de Johann Sebastian Bach, e apresentava-o como um segundo Mozart.
Beethoven compôs as suas primeiras peças aos 11 anos, iniciando a sua carreira de compositor. Em 1784, já era organista-assistente da Capela do Eleitor e, pouco tempo depois, foi violoncelista na orquestra da corte e professor, assumindo, nesta altura, a chefia da família, devido à doença do pai - alcoolismo. Em 1787, com o patrocínio do Conde de Waldstein, a quem mais tarde dedicou algumas das suas obras, foi para Viena, para estudar com Joseph Haydn. O Arquiduque de Áustria, Maximiliano, subsidiou os seus estudos. No entanto, teve que regressar pouco tempo depois, devido à morte da mãe. A partir daí, com apenas 17 anos, teve que lutar contra dificuldades financeiras, já que o seu pai tinha perdido o emprego, devido ao elevado grau de alcoolismo.
Inscreveu-se num curso de literatura, durante o qual teve o primeiro contacto com os ideais da Revolução Francesa, com o Iluminismo e com o movimento literário romântico “Tempestade e Paixão”, do qual faziam parte Schiller e Goethe. Em 1792, já com 21 anos, mudou-se para Viena onde permaneceu até ao fim da vida. Tornou-se um pianista virtuoso e começou então a publicar as suas obras.
Foi nesta cidade que Beethoven começou a sentir os primeiros sintomas da sua grande tragédia. Aos 26 anos, foi-lhe diagnosticada uma congestão dos centros auditivos internos, o que lhe transtornou bastante o espírito, levando-o a isolar-se e a ter grandes depressões. Consultou vários médicos, fez curativos, usou cornetas acústicas, mas os seus ouvidos permaneciam entupidos. Desesperado, entrou em profunda crise depressiva e pensou em suicidar-se. Durante os anos seguintes, a doença continuou a progredir e, aos 46 anos, estava praticamente surdo. Nem por isso deixou de compor.
As suas obras, criadas sem a menor preocupação em respeitar as regras até então seguidas, são aclamadas por todos. Beethoven inaugura a tradição do compositor livre, que escrevia música para si, sem estar vinculado a um príncipe ou nobre. Tudo, em Beethoven, traz a marca da liberdade; era solitário, não tinha vínculos nem responsabilidades com ninguém senão consigo mesmo. Em 1827, no dia 26 de Março, às 17h45, durante uma tempestade, Beethoven morreu, vitimado por cirrose crónica - herdada, talvez, do pai - brandindo a mão fechada contra o céu, num último gesto de rebeldia. Conta-se que cerca de dez mil pessoas foram ao seu funeral, entre elas Franz Schubert.
1º andamento da Sinfonia nº 5, de Beethoven
Orquestra Sinfónica da Radiodifusão da Baviera
Maestro-Leonard Bersntein

domingo, 15 de dezembro de 2013

Glenn Miller – Compositor e intérprete norte-americano

No dia 15 de Dezembro de 1944, pouco depois do meio-dia, um mono motor de nove lugares vinha de Twinwood, sul da Inglaterra, com destino a Paris. Dois oficiais da Força Aérea dos EUA estavam a bordo, além do major Glenn Miller, o aclamado músico de carreira internacional. Em minutos o avião desapareceu entre as nuvens. E nunca mais foi visto.

Creditou-se o acidente ao mau tempo, mas um homem afirmou que o avião foi abatido. Mais tarde, uma investigação provou que ele estava certo. A primeira pista do que de facto aconteceu surgiu depois do lançamento do filme biográfico "Música e Lágrimas", em 1956. Após assistir ao filme, um homem chamado Fred Shaw veio a público com a desconcertante declaração de que o avião de Miller fora bombardeado acidentalmente pela Força Aérea Inglesa.
Desde que recebeu o seu primeiro trombone, aos 11 anos, Glenn Miller apaixonou-se pela música. Aos 34 anos, formou a sua própria banda, cujo som girava à volta de um clarinete e um saxofone. Esse “som Glenn Miller”, tão característico e revolucionário, rapidamente o lançou para o topo das vendas. Com sucessos como “Tuxedo Junction” e “In the mood”, a Orquestra de Glenn Miller reunia multidões pelos EUA. Em 1941, “Chattanooga Choo Choo” tornou-se o primeiro álbum na história a vender um milhão de cópias.
Chatanooga Choo Choo, de Glenn Miller
Orquestra de Glenn Miller

sábado, 14 de dezembro de 2013

Carl Philipp Emanuel Bach - Compositor alemão

No dia 14 de Dezembro de 1788 faleceu o músico e compositor alemão Carl Philipp Emanuel Bach, segundo filho de Johann Sebastian Bach. Tinha nascido em Weimar, no dia 8 de Março de 1714 e é considerado o fundador e precursor do estilo clássico na música.


Aos dez anos, ingressou na Escola de São Tomás, em Leipzig, onde o pai era cantor desde 1723. Continuou a sua educação como estudante de Jurisprudência nas universidades de Leipzig (1731) e Frankfurt an der Oder (1735). Graduou-se em 1738, mas decidiu abandonar esse caminho profissional e começou a dedicar-se completamente à música. Em 1768, sucedeu a Georg Philipp Telemann como Mestre de Capela de Hamburgo e, devido a esse cargo, passou a dedicar-se com mais atenção à música sacra.
Durante a segunda metade do séc. XVIII, C. P. E. Bach continuou a gozar de grande reputação. Wolfgang Amadeus Mozart disse a seu respeito: "Ele é o pai, nós somos os filhos". A maior parte da aprendizagem de Haydn baseou-se num estudo da sua obra. Ludwig van Beethoven expressou a mais cordial admiração e respeito pelas suas capacidades. Tudo isto se deve, principalmente, às suas sonatas para cravo, que marcam uma época importante na história da forma musical.
Magnificat, de Carl Philippe Emanuel Bach
Nashville Music City Community Chorus
Maestro-Renee Grant-Williams

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Poema Sinfónico “Um Americano em Paris”, de George Gershwin

No dia 13 de Dezembro de 1928 realizou-se a estreia do poema sinfónico "Um americano em Paris", de George Gershwin. O evento realizou-se no Carnegie Hall, em Nova Iorque, com o maestro Walter Damrosch à frente da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque.


O poema sinfónico “Um Americano em Paris” foi composto em 1928, graças a um patrocínio da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque. Inspirado na estadia de Gershwin na capital francesa, evoca as paisagens e a energia de Paris, nos anos vinte, do séc. XIX, e é uma das obras mais conhecidas do compositor.
Gershwin orquestrou “Um americano em Paris” para os instrumentos habituais de uma orquestra sinfónica, juntando-lhe uma celesta, um saxofone e buzinas de automóvel. O compositor trouxe, de Paris, algumas buzinas de táxis parisienses, que usou na estreia, em Nova Iorque. Normalmente, a parte das buzinas é interpretada pelo trompete.

1ª parte do Poema Sinfónico “Um Americano em Paris”, de George Gershwin
Orquestra Filarmónica de Nova Iorque
Maestro: Lorin Maazel

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A Valsa, de Maurice Ravel

No dia 12 de Dezembro de 1920, nos Concertos Lamoureux, em Paris, foi estreada, em versão orquestral, a obra de Maurice Ravel conhecida como “La Valse”. A direcção de orquestra esteve a cargo de Camille Chevillard.


Como balé, foi encenada, pela primeira vez, no dia 23 de Maio de 1929, na Ópera de Paris, tendo como bailarina Ida Rubinstein.
“La Valse” é uma obra orquestral concebida como uma homenagem em forma de apoteose à valsa vienense. É classificada pelo compositor como "Poema Coreográfico", devido ao seu desejo de vê-la como um bailado. Ravel chegou a apresentá-la ao empresário Serguei Diaghilev em 1919, mas este considerou que a obra não era apropiada para um bailado.
Maurice Ravel já tinha pensado, por volta de 1909, em compor uma obra em homenagem à valsa de Viena. Seria uma obra dotada de romantismo, bem ao espírito da época. No início de 1916, alistou-se no exército, interrompendo assim a sua produção musical. Só em 1919 se voltou a dedicar à composição de “ La Valse”.
Como indicação para uma montagem coreográfica, no prefácio da partitura, o compositor escreveu:
"Através de nuvens em turbilhão, são vistos, aqui e ali, pares que dançam a valsa. A névoa dissipa-se gradualmente, distinguindo-se um imenso salão povoado por uma multidão que baila. A cena torna-se cada vez mais iluminada. As luzes dos candelabros acendem-se (…). Encenada na corte imperial, por volta de 1855."
Devido aos horrores da guerra que Ravel presenciou, a obra perdeu parte do romantismo que, inicialmente, tinha concebido. O ritmo de valsa é misturado com imagens musicais, por vezes caóticas e muitas vezes nervosas.
A Valsa, de Ravel
Orquestra Nacional de França
Maestro: Leonard Bernstein

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Hector Berlioz – Compositor francês


No dia 11 de Dezembro de 1803 nasceu, perto de Grenoble, o compositor francês Hector Berlioz, cuja vida, passada entre sucessos e tormentos, faz jus à ideia de que o artista é sempre um sofredor.

É um dos mais vivos símbolos do artista romântico, com toda a grandeza que o romantismo implica nos homens da arte e da cultura do séc. XIX: Génio assombrosamente original, vida cheia de contratempos, amores obsessivos e perniciosos, talento oscilando entre a obra genial e a incompreensão de quase todos.
Quis aprender música enquanto jovem, mas a família mandou-o estudar medicina. Só aos 22 anos conseguiu entrar no Conservatório, mas teve de concorrer 4 vezes ao Prémio de Roma para conseguir vencê-lo. Apaixonou-se perdidamente pela actriz irlandesa Harriet Smithson, mas só depois de seis anos de sofrimento casou com ela… e depois foram os dois infelizes.
Uma das suas principais obras, “A Morte de Cleópatra”, foi a última das três tentativas falhadas para ganhar o Prémio de Roma. O júri recusou energicamente atribuir-lhe o prémio, para não mostrar apoio oficial a um jovem que revelava “tendências tão perigosas…”
Do longo padecimento amoroso pela actriz Harriet Smithson nasceu a obra-prima de Berlioz: a “Sinfonia Fantástica”. A intenção era descrever aquele amor obsessivo, em que a amada aparece e reaparece em cada andamento, como o que o próprio compositor admitiu ser uma “ideia fixa”.
2º andamento da “Sinfonia Fantástica”, de Berlioz
Orquestra Nacional de França
Maestro:Leonard Bernstein

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Jascha Heifetz – Violinista americano, nascido na Lituânia

No dia 10 de Dezembro de 1987 morreu Jascha Heifetz, um dos maiores virtuosos da história do violino e considerado por muitos o melhor violinista do séc. XX.


Nasceu em Vilnius, na Lituânia, no dia 2 de Fevereiro de 1901. Começou a tocar num pequeno violino, que lhe foi dado pelo pai e, com sete anos, já fazia pequenas apresentações a solo. Entrou na famosa classe de Leopold Auer, em São Petersburgo, com a idade de nove anos e foi considerado um menino-prodígio, com raro dom para a música. Nos anos que se seguiram à sua estreia em São Petersburgo, apresentou-se na Alemanha, Áustria e Escandinávia, mas, após a Revolução Russa de 1917, a sua família mudou-se para a América do Norte. Tocou pela primeira vez no Carnegie Hall, no dia 27 de Outubro de 1917.
Do dia para a noite, Jascha Heifetz tornou-se um ídolo e, durante aquele ano, actuou mais trinta vezes, apenas na cidade de Nova Iorque. Rapidamente adoptou os Estados Unidos como pátria e naturalizou-se cidadão americano em 1925. Nos anos 40, já adaptado ao “american way of life”, comprou uma confortável casa em Beverly Hills, onde viveu até ao fim da vida.
Capricho nº 24, de Paganini
Violinista: Jascha Heifetz
Pianista: Emanuel Bay

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Émile Waldteufel - Compositor francês

No dia 9 de Dezembro de 1837 nasceu em Estrasburgo, no seio de uma família de músicos judeus, Émile Waldteufel, compositor francês de música popular e de numerosas obras para piano, como valsas e polcas.


O pai tinha uma orquestra e o irmão era um músico muito apreciado. Quando o irmão conseguiu uma vaga no Conservatório de Paris, como estudante de violino, toda a família se mudou para lá e foi na capital francesa que Émile passou o resto da vida. Waldteufel estudou piano no Conservatório de Paris de 1853 até 1857. Entre os seus colegas encontrava-se Jules Massenet, o famoso compositor de ópera. Durante este período, a orquestra do seu pai tornou-se numa das mais famosas de Paris e Émile era frequentemente convidado para tocar quando havia acontecimentos importantes.
Com 27 anos, foi pianista da corte da Imperatriz Eugénia. Depois da guerra franco-prussiana ter dissolvido o Império francês, a orquestra começou a tocar nos corredores presidenciais, no Palácio do Eliseu. Em Outubro de 1874 tocou num acontecimento a que assistiu o Príncipe de Gales, o futuro rei Eduardo VII da Inglaterra. O príncipe ficou encantado com a valsa “Manolo”, e isso bastou para que a sua música passasse a ser conhecida no Reino Unido. A partir daí dominou a cena musical em Londres e tornou-se famoso por todo o mundo. A sua valsa “Os Patinadores” é, talvez, a sua obra mais conhecida.
Émile Waldteufel morreu no dia 12 de Fevereiro de 1915, em Paris.
Valsa dos Patinadores, op. 183, de Émile Waldteufel
Orquestra Sinfónica da NBC
Maestro: Arturo Toscanini

domingo, 8 de dezembro de 2013

Jim Morrison - Cantor de rock americano

A friend is someone who gives you total freedom to be yourself
Jim Morrison


No dia 8 de Dezembro de 1943, nasceu, em Melbourne, Florida, o cantor de rock americano Jim Morrison.

Estudou na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, onde, entre os seus amigos, se encontravam os membros da que viria a ser uma das bandas de rock mais conhecidas de sempre: The Doors. A banda foi formada em 1965 e dissolvida no início da década de 1970.
Conhecido por abusar do álcool e das drogas e pelo seu comportamento em palco, considerado, por muitos, escandaloso, Jim Morrison deixou a banda em 1971, para se dedicar à poesia e foi viver para Paris, onde veio a falecer, no dia 3 de Julho desse mesmo ano.
Jim Morrison continua a ser uma das estrelas de rock mais lendárias e misteriosas de sempre. As suas odes poéticas, apelando à rebelião, inspiraram toda uma geração de jovens, que encontravam nas suas palavras uma articulação eloquente das suas próprias esperanças e frustrações.
Riders on the Storm
The Doors