sábado, 31 de maio de 2014

Shirley Verrett - Cantora lírica americana

No dia 31 de Maio de 1931 nasceu em New Orleans, nos Estados Unidos, Shirley Verrett, uma cantora lírica americana que, sendo mezzo-soprano, várias vezes interpretou papéis de soprano sem nenhuma dificuldade.


Apesar de mostrar talento para a música desde a infância, teve uma educação estritamente religiosa. Sem o apoio da família, foi estudar para a famosa Juilliard School, de Nova Iorque. A sua estreia operática deu-se em 1957, no papel principal da ópera “The Rape of Lucretia”, de Benjamin Britten. A estreia internacional teria lugar em Colónia, dois anos mais tarde. Em 1962, destacou-se como Carmen no Festival de Spoleto.
Seguiram-se diversas estreias em teatros importantes neste papel: Bolshoy, La Scala, Metropolitan Opera e Covent Garden. A partir de então, passou a realizar apresentações regulares nestas e noutras famosas casas de espectáculo, tais como a Ópera do Estado de Viena, a Ópera de Paris e a Ópera de San Francisco, até que se retirou dos palcos em 1990. Verrett também desempenhou um papel importante na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. Faleceu em Ann Arbor, Michigan, no dia 6 de Novembro de 2010.
"Pace, pace mio Dio", da ópera “A Força do Destino”, de Verdi
Mezzo soprano: Shirley Verrett
Orquestra Filarmónica dos Países do Loire
Maestro: Marc Soustroc

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Benny Goodman – Clarinetista e compositor americano

No dia 30 de Maio de 1909, nasceu, em Chicago, filho de imigrantes judeus, o clarinetista e compositor americano Benny Goodman.

Influenciado por clarinetistas de Nova Orleães que tocavam em Chicago, aprendeu a tocar clarinete na infância e começou cedo a tocar como profissional.
A Benny Goodman se deveu a difusão do swing entre jovens brancos. Além disso, deu um passo importante na integração racial nos Estados Unidos, ao quebrar a regra de músicos brancos e negros não tocarem juntos, no início da década de 1930.
Mas a música de Goodman não se confinou ao mundo do jazz: tocou e gravou com clássicos como Bella Bartok, que, inclusivamente, escreveu composições para ele, e foi o primeiro músico de jazz a tocar no distinto Carnegie Hall, em Nova Iorque.
No final da vida, Benny Goodman tinha recebido os mais importantes galardões das academias musicais americanas, aos quais acrescentou doutoramentos honoris causa que lhe foram conferidos por universidades tão importantes como as de Harvard, Hartford, Brandeis ou Columbia.
Morreu em Nova Iorque no dia 13 de Junho de 1986.


1º andamento do Concerto em lá maior, para clarinete, de Mozart
Clarinete: Benny Goodman
Orquestra Sinfónica de Boston
Maestro: Charles Munch

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Isaac Albéniz – Pianista e compositor espanhol

No dia 29 de Maio de 1860, nasceu, em Camprodon, na Catalunha, o pianista e compositor espanhol Isaac Albéniz, mais conhecido pelas suas obras para piano, baseadas em música popular espanhola.


Albéniz foi um menino-prodígio que, com quatro anos, já tocava em público e, aos quinze, já tinha dado concertos em vários países do mundo. Aos sete anos, ficou aprovado no exame de admissão ao Conservatório de Paris, na classe de piano, mas foi-lhe recusado o ingresso, porque, enquanto brincava com uma bola que tinha tirado do bolso, partiu o vidro de uma janela.
Depois de uma curta passagem pelo Conservatório de Leipzig, foi estudar para Bruxelas, em 1876. Em 1870, foi para Budapeste, com a intenção de estudar com Franz Liszt, mas, quando lá chegou, descobriu que Liszt se encontrava em Weimar, na Alemanha.
Em 1883, encontrou o compositor e professor Felipe Pedrell, que o inspirou na composição de música espanhola, como a Suite Espanhola, op. 47. O quinto andamento dessa obra, chamado Astúrias, é, nos dias de hoje, mais conhecido por fazer parte do reportório para guitarra, embora fosse, originalmente, escrito para piano e, só mais tarde, transcrito para guitarra. Muitas das sua outras composições foram, também, transcritas para guitarra, em particular, por Francisco Tárrega. Albéniz afirmou, uma vez, que preferia as transcrições de Tárrega às suas próprias obras, originalmente escritas para piano.
Durante a década de 1890, Albéniz viveu em Londres e Paris e escreveu, principalmente, obras para teatro. Em 1900 recomeçou a escrever música para piano. Entre 1905 e 1909, compôs a sua obra mais conhecida, Ibéria, uma suite de 12 “impressões”, para piano.
Isaac Albéniz faleceu em Cambo-les-Bains, no País Basco, no dia 18 de Maio de 1909 e está sepultado no Cemitério do Sudoeste, em Barcelona.
Astúrias, da Suite Espanhola, op. 47, de Isaac Albéniz
Guitarra: Andrés Segovia

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Leopold Mozart - Compositor, maestro, professor de música e violinista alemão

No dia 28 de Maio de 1787, morreu, em Salzburgo, na Áustria, o compositor, maestro, professor de música e violinista alemão Leopold Mozart, pai do mais popular e conhecido Wolfgang Amadeus Mozart. Tinha nascido em Augsburgo, na Alemanha, no dia 14 de Novembro de 1719.


Casou-se com Anna Maria Pertl, de quem teve 7 filhos, mas só 2 sobreviveram, Maria Anna Walburga Ignatia e Wolfgang Amadeus Mozart. Os outros morreram todos com menos de 1 ano de idade. Quando descobriu que tinha um menino-prodígio, Wolfgang, levou o pequeno de 5 anos pela Europa para apresentá-lo a todos e mostrar do que esse pequeno génio era capaz.
Leopold iniciou Wolfgang na música, logicamente. Apresentava-o a reis, príncipes, e outros membros da nobreza e do clero.
Talvez pela invulgar sorte que teve com os filhos, Leopold Mozart deixou para a história uma importante obra musical a que chamou Sinfonia dos Brinquedos.
É certo que deixou igualmente várias outras sinfonias, música religiosa, concertos, divertimentos, sonatas para piano e um muito notável tratado de violino. Mas foi a Sinfonia dos Brinquedos, atribuída no passado a Joseph Haydn, que contribuiu para a sua fama.
Sinfonia dos Brinquedos, de Leopold Mozart
Orquestra Filarmonia
Maestro: Herbert von Karajan

terça-feira, 27 de maio de 2014

Fromental Halèvy – Compositor francês

No dia 27 de Maio de 1799 nasceu, em Paris, o compositor francês Fromental Halèvy, amplamente conhecido pela sua ópera “La Juive”.


O seu pai era cantor, escritor, professor de hebraico e secretário da comunidade judaica de Paris. Entrou no Conservatório de Paris com nove anos, em 1809, onde foi aluno e, mais tarde, protegido de Cherubini. Halévy foi mestre de coro no Teatro Italiano, enquanto lutava para conseguir realizar uma ópera.
Foi nomeado professor do Conservatório de Paris em 1827 e membro da Academia das Belas-Artes, em 1836. Foi secretário perpétuo daquela instituição a partir de 1854. Fromental Halévy morreu em Nice, no dia 17 de Março de 1862, deixando a sua última ópera, Noé, inacabada. Foi concluída pelo seu genro, Georges Bizet, mas apenas foi executada 10 anos depois da sua morte.
Ária “Rachel,quand du Seigneur”, da ópera “La Juive”, de Fromental Halèvy
Tenor: Plácido Domingo
Orquestra de Paris
Maestro: James Levine

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Eugene Goossens - maestro e compositor inglês

No dia 26 de Maio de 1893 nasceu Eugene Goossens, maestro e compositor inglês que, em 1956, foi detido no aeroporto de Sydney, por transportar uma grande quantidade do que, na altura, era considerado material pornográfico.


Para além de ter de pagar uma multa de 100 libras, o escândalo arruinou a sua reputação, forçando-o a resignar da sua posição de maestro da Orquestra Sinfónica de Sydney.

Sir Eugene Goossens nasceu em Camden, Londres e era filho do compositor e violinista belga Eugène Goossens. Aos dez anos começou a estudar música em Bruges, três anos depois, estudou em Liverpool e, em 1907, em Londres, no Royal College of Music. De 1912 a 1915, foi violinista na Orquestra de Thomas Beecham, da qual, mais tarde, se tornou maestro assistente.
Em 1921 decidiu prosseguir a carreira de maestro e fundou a sua própria orquestra, com a qual fez algumas gravações. Foi com a orquestra de Eugene Goossens que, no dia 7 de Junho de 1921, se realizou a estreia, na Inglaterra, da Sagração da Primavera, de Igor Stravinsky, na presença do compositor.
Durante cerca de um quarto de século, aceitou posições em orquestras americanas. A convite de George Eastman, foi maestro da Orquestra Filarmónica de Rochester, de 1923 a 1931. Este cargo também incluía a posição de professor na Eastamn School of Music. Entre 1931 e 1946, sucedeu a Fritz Reiner, como maestro da Orquestra Sinfónica de Cincinnati.
Goossens passou nove anos na Austrália, entre 1947 e 1956. Foi maestro da Orquestra Sinfónica de Sydney e director do Conservatório. Depois do escândalo que já referido, no aeroporto de Sydney, foi forçado a resignar.
Devido à febre reumática, faleceu no Hospital de Hillingdon, em Midlesex, na Inglaterra, a 13 de Junho de 1962.
3º andamento do Concerto nº 1, para violino, de Paganini
Violino: Michael Rabin
Orquestra Filarmonia
Maestro: Sir Eugene Goossens

domingo, 25 de maio de 2014

Gustav Holst - Compositor inglês

No dia 25 de Maio de 1934 morreu, em Londres, o compositor inglês Gustav Holst. Tinha nascido em Cheltenham, perto de Gales, no dia 21 de Setembro de 1874, com raízes familiares na Lituânia, Suécia e Espanha.


De nome completo Gustavus Theodore von Holst, durante a Primeira Guerra Mundial, retirou o “von” do seu nome, com medo de ser identificado como alemão. Estudou no Royal College of Music de Cheltenham, mas, mais tarde, continuou os estudos em Londres. Muitas das suas composições foram escritas para instrumentos de sopro, o que lhe garantiu um lugar especial na história destes instrumentos. Além de compositor, Holst também tocava trombone.
Segundo o seu biógrafo, Gustav Holst era frugal, nunca fumava nem bebia álcool. Desde que saiu de casa tornou-se vegetariano. Como nunca se alimentou com comida nutritiva, os seus olhos ficaram muito débeis, o que o afectou para o resto da vida. Em 1933, começou a sofrer de sérios problemas de estômago e no dia 25 de Maio de 1934 morreu, devido a complicações, depois de uma operação, em Londres.
Júpiter, da Suite “Os Planetas”, de Gustav Holst
Orquestra Filarmónica de Berlim
Maestro: Seiji Osawa

sábado, 24 de maio de 2014

Paul Paray - Maestro, organista e compositor francês

No dia 24 de Maio de 1886 nasceu, em Le Tréport, o maestro, organista e compositor francês Paul Paray.


O seu pai, Auguste, era escultor e organista na igreja de St. Jacques e presidente de uma sociedade de músicos amadores. Foi nesta sociedade que o jovem Paul teve os primeiros contactos com a música. Mais tarde foi para Rouen estudar música e órgão, como preparação para entrar no Conservatório de Paris.
Em 1911, Paul Paray ganhou o primeiro grande prémio de Roma, com a sua cantata Yanitza. Quando começou a 1ª guerra mundial alistou-se no exército francês. Em 1914 foi prisioneiro de guerra no campo de Darmstadt, onde compôs um quarteto de cordas.
Depois da guerra, foi convidado para dirigir a orquestra do casino de Cauterets. Mais tarde, foi director musical da Orquestra de Monte Carlo e presidente dos concertos de Colónia. Em 1939, estreou-se na América, com a Orquestra Filarmónica de Nova Iorque.
Em 1952 foi nomeado director musical da Orquestra Sinfónica de Detroit, com a qual fez inúmeras gravações. Manteve-se nesse cargo durante dez anos.
Paul Paray morreu em Monte Carlo, no dia 10 de Outubro de 1979.
Excerto da Suite “L'Arlésienne”, de Bizet
Orquestra do Teatro de Monte Carlo
Maestro: Paul Paray

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Alicia de Larocha – A “maior pianista espanhola”

No dia 23 de Maio de1923 nasceu, em Barcelona, a pianista espanhola Alicia de Larrocha.


Começou os estudos musicais aos 3 anos e, em 1936, quando tinha apenas 13, já fazia a sua estreia como pianista com orquestra, em concertos em Madrid e Barcelona. Foi aluna de Frank Marshall, continuador da prestigiada Academia Granados, que lhe proporcionou conhecer Rubinstein, Sauer, Cortot e outros grandes pianistas da época. A partir de 1939, ainda muito jovem, passou a apresentar-se em concertos com diversas orquestras europeias.
Em 1954 estreou-se nos Estados Unidos e desde então ganhou extraordinário reconhecimento internacional, pela impecável técnica de execução pianística, que igualmente lhe valeu os mais importantes e diversos prémios ao longo de todo o resto da sua carreira: vários Grammies, sucessivos prémios de interpretação e de carreira nas artes, a par de doutoramento honoris causa, da medalha de ouro e da chave da cidade de Barcelona. Talvez a mais significativa tenha sido a medalha Albéniz, atribuída ao melhor intérprete do grande compositor espanhol.
Triana, da Suite “Iberia”, de Isaac Albeniz
Piano: Alicia de Larrocha

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Requiem, de Verdi

No dia 22 de Maio de 1874 Giuseppe Verdi subiu ao pódio, na capela de S. Marcos, em Milão, para dirigir a orquestra na estreia da sua Missa de Requiem.


Verdi escolheu esta data para a estreia do Requiem, para comemorar o primeiro aniversário da morte de Alessandro Manzoni, um poeta e romancista italiano muito admirado pelo compositor e com quem se tinha encontrado em 1868. A peça também é, por vezes, referida como Manzoni Requiem. Foi escrita para quatro cantores solistas, coro duplo e grande orquestra.
O Requiem obteve sucesso imediato. Teve sete representações na Opéra Comique, em Paris. Em Veneza, foi feita uma impressionante decoração eclesiástica Bizantina para a sua apresentação. Foram ouvidas versões com acompanhamento de quatro pianos ou conjunto de metais. Mais tarde desapareceu do repertório coral, mas nos anos trinta, do séc. XX, ressurgiu e é, hoje, um marco para qualquer coro.
“Dies Irae”, do Requiem, de Verdi
Baixo: Roberto Scandiuzzi
Mezzo-soprano: Luciana D'Intino
Coro e Orquestra Filarmonia
Coro da Orquestra Sinfónica da Cidade de Birmingham
Maestro: James Levine

quarta-feira, 21 de maio de 2014

António Victorino d'Almeida - Compositor, maestro, pianista e escritor português

No dia 21 de Maio de 1940 nasceu, em Lisboa, o compositor, maestro, pianista e escritor português António Victorino d'Almeida.


Começou, desde muito cedo, a aprender música. Aos cinco anos compôs a sua primeira obra, mas, apesar de ter sido considerado menino-prodígio, teve uma infância normal. Aos sete anos deu o primeiro recital, interpretando obras de Mozart e Beethoven e duas peças de sua autoria. O Século Ilustrado, chamando-lhe “Antonito”, considerou “maravilhoso o seu poder de interpretação”.
Terminou, com 19 valores, o Curso Superior de Piano do Conservatório Nacional de Lisboa, onde foi aluno de Campos Coelho. Depois, graças a uma bolsa do Instituto da Alta Cultura foi para Viena, onde se licenciou em composição, com a mais alta classificação conferida pela Escola Superior de Música daquela cidade. O júri foi unânime naquela classificação. Recebeu o prémio especial do Ministério da Cultura da Áustria por ter sido o melhor aluno finalista de cada ano. Fixou residência em Viena, onde viveu durante duas décadas, fazendo visitas regulares a Portugal. Durante sete anos desempenhou o cargo de Adido Cultural da Embaixada de Portugal em Viena, tendo recebido duas das mais importantes condecorações atribuídas pela Presidência da República da Áustria
Tem trabalhado em rádio e televisão e como actor em filmes e séries televisivas. Foi também membro do júri nos Concursos Vianna da Motta, em Lisboa e no Concurso Tchaikovsky, em Moscovo. Foi, ainda, presidente do Sindicato dos Músicos.
Além de concertista, Victorino d’Almeida é um prolífico compositor, sendo, sem dúvida, um dos compositores portugueses que mais obra produziu, abrangendo os mais variados géneros musicais, como a música a solo, para piano e outros instrumentos, música de câmara, sinfónica e coral, incluindo ópera, fado e muita música para cinema e teatro.
Embora não se considere um maestro de raiz, já dirigiu praticamente todas as orquestras portuguesas e também algumas importantes orquestras estrangeiras.
António Victorino d'Almeida é uma referência de que os portugueses se orgulham. Sendo um comunicador nato, consegue cativar todo o tipo de públicos, com a sua simpatia e a inteligência das suas palavras. Cultiva alguma excentricidade, visível na bengala e nos cabelos em desalinho, traços que sublinham o seu espírito crítico, por vezes, desconcertante.
3º andamento do Concerto, op. 20, para piano e orquestra, de António Victorino D'Almeida
Piano: Ingeborg Baldaszti
Maestro: António Victorino D'Almeida

terça-feira, 20 de maio de 2014

Clara Schumann – Compositora e pianista alemã

No dia 20 de Maio de 1896, morreu, em Frankfurt, a compositora alemã Clara Schumann, que também foi considerada uma grande pianista romântica, comparável com Chopin e Liszt.


Também conhecida pelo seu nome de solteira Clara Wieck nasceu em Leipzig no dia 13 de Setembro de 1819 e chegou a receber, em 1838, a mais alta distinção musical da Áustria Imperial. Aprendeu piano com o pai, que viria a ser o professor de Robert Schumann com quem acabaria por casar. Além de instrumentista de eleição, verdadeira chefe de família, pianista e compositora, Clara ainda encontrava tempo para se dedicar ao ensino. Embora só tenha falecido aos 77 anos, deixou de compor relativamente cedo (com pouco mais de 30 anos) aparentemente por ter perdido fé nas suas capacidades.
Nos dias de hoje, há poucas obras desta compositora a serem interpretadas. Mas, para termos uma ideia do génio de Clara ouçamos o Concerto para piano, que compôs com apenas 14 anos e interpretou na Gewandhaus, em Leipzig, com 16, sob a direcção de Felix Mendelssohn.
Concerto em lá menor, op. 7, para piano e orquestra, de Clara Schumann
Piano: Julija Botchkovskaia
Orquestra da "Hochschule für Musik und Theater", de Hamburgo
Maestro: David de Villiers

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Nellie Melba - Soprano australiana

No dia 19 de Maio de 1861, nasceu em Doonside, Nellie Melba, a primeira soprano australiana a obter reconhecimento internacional e cuja voz ficou célebre pela sua pureza e flexibilidade.


É uma de somente duas cantoras que tem um busto de mármore no átrio da Royal Opera House, Covent Garden, em Londres. Devido à sua íntima ligação com o Conservatório de Melbourne, esta instituição mudou o nome para Conservatório Memorial de Melba, em 1956. O anfiteatro da Universidade de Melbourne é conhecido como o Anfiteatro de Melba.
Canberra tem um subúrbio chamado Melba em que todas as ruas têm nomes de compositores e outros notáveis da música australiana. A actual nota de cem dólares australianos apresenta a imagem do rosto de Nellie Melba. O chefe de cozinha francês Auguste Escoffier criou quatro pratos com o nome desta cantora.
Nellie Melba faleceu, em Sydney, no dia 23 de Fevereiro de 1931.
Ária "Porgi, amor", da ópera “As Bodas de Fígaro”, de Wolfgang Amadeus Mozart
Soprano: Nellie Melba
Gravação de 1904

domingo, 18 de maio de 2014

Gustav Mahler - Um dos mais conhecidos maestros e compositores austríacos

No dia 18 de Maio de 1911 faleceu, em Viena, o compositor austríaco Gustav Mahler. Tinha nascido em Kaliště, na Boémia, no dia 7 de Julho de 1860.


Quando morreu o irmão mais velho, Gustav tomou conta da família que o pai, alcoólico, não conseguia governar. Tornou-se então músico profissional. Tinha 6 anos de idade. Os seus contemporâneos quase não o conheciam como compositor, pois foi como maestro que adquiriu fama e fortuna. As suas composições só viriam a ser reconhecidas nos anos 60. Para isso contribuíram as gravações de Leonard Bernstein, um dos seus sucessores à frente da Filarmónica de Nova Iorque, assim como biografias escritas por Theodor Adorno e Otto Klemperer, publicadas na década de 60. A última contribuição para a sua redescoberta foi a utilização do Adagietto da 5ª sinfonia como parte da banda sonora do filme “Morte em Veneza”, de Luchino Visconti, em 1970. A música de Mahler é impregnada de romantismo, mas possui novas tendências. As suas composições seguem a linha de Anton Bruckner e Beethoven.
Gustav Mahler compôs dez sinfonias, sendo que a última foi completada por Deryck Cooke, um investigador britânico, em 1964. A estreia, em 1910, da sua 8ª Sinfonia (A Sinfonia dos Mil), dirigida por ele mesmo, precisou de dois coros e um terceiro de vozes brancas, oito vozes solistas, órgão e orquestra. Mahler foi, também, um apreciado intérprete de obras clássicas. Em 1907, abandonou Viena para se instalar em Nova Iorque, onde dirigiu a Orquestra Filarmónica. Em 1911, ficou extremamente doente. A conselho do seu médico, ainda viajou até Paris, para ser tratado. Teve pequenas melhoras durante algum tempo, mas não conseguiu resistir. Deslocou-se, então, para Viena para ser internado. Veio a falecer a 18 de Maio de 1911.
3º andamento da Sinfonia nº 1, de Mahler
Orquestra Filarmónica de Viena
Maestro: Leonard Bernstein

sábado, 17 de maio de 2014

Paul Dukas - Compositor francês

No dia 17 de Maio de 1935, morreu, em Paris, o compositor francês Paul Dukas. Tinha nascido na mesma cidade, a 1 de Outubro de 1865.


Compositor de música clássica do modernismo, Paul Dukas foi também conceituado professor de composição e crítico musical. Era um perfeccionista extremo. E foi-o principalmente consigo próprio, a ponto de, em 1920, ter destruído parte da obra musical que tinha produzido.
A obra mais conhecida de Dukas é "O Aprendiz de Feiticeiro", baseada num conto de Goethe. A peça tornou-se popular em todo o mundo com a sua utilização no filme de banda desenhada “Fantasia”, de Walt Disney, em que o simpático rato Mickey desempenha o papel do protagonista aprendiz de feiticeiro.
O Aprendiz de Feiticeiro, de Paul Dukas
Orquestra de Filadélfia
Maestro: Leopold Stokowkski

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Friedrich Gulda – O “pianista terrorista”

No dia 16 de Maio de 1930 nasceu, em Viena, o pianista e compositor austríaco Friedrich Gulda, que se destacou tanto na música clássica como no jazz.


Começou a aprender piano aos sete anos, no conservatório de Viena, com Felix Pazofsky. Em 1942, entrou para a Academia de Música de Viena, onde estudou piano e teoria musical. Ganhou o primeiro prémio no concurso internacional de Genebra, em 1946. A partir daí, começou a dar concertos por todo o mundo.
Juntamente com Jörg Demus e Paul Badura-Skoda, Gulda formou o grupo que se tornou conhecido como "troika de Viena". A partir da década de 1950 começou a interessar-se por jazz, tocando com vários músicos de Viena e compondo canções e temas instrumentais, que, às vezes, combinavam o jazz com a música erudita. Em 1982, Gulda juntou-se ao pianista Chick Corea, com quem fazia longas improvisações, misturando jazz e música clássica.
Certas práticas não ortodoxas valeram-lhe a alcunha de "pianista terrorista". Manifestava grande desprezo pelas autoridades, como a Academia de Viena. Foi-lhe atribuído o prémio "Beethoven Ring", pelas suas interpretações notáveis daquele compositor, mas recusou o prémio. Chegou a encenar a sua própria morte, em 1999, cimentando o seu estatuto de “enfant terrible”, entre os pianistas.
Mesmo assim, Gulda é amplamente reconhecido como um dos mais proeminentes pianistas do século XX. Entre os seus alunos, destacam-se a pianista Martha Argerich e o maestro Claudio Abbado. Expressou o desejo de morrer no dia do aniversário do seu compositor favorito, Mozart, o que de facto aconteceu, no dia 27 de Janeiro de 2000.
1º andamento do Concerto nº 20, para piano, de Mozart
Orquestra Filarmónica de Munique
Maestro e pianista: Friedrich Gulda

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Claudio Monteverdi – Violinista, organista, maestro e compositor italiano

No dia 15 de Maio de 1567 nasceu, na cidade italiana de Cremona, o compositor Claudio Monteverdi.


Fez estudos musicais na sua cidade natal e foi depois, entre 1590 e 1612, violinista, organista e depois maestro da corte de Mântua. Em 1613 foi nomeado maestro do coro da Basílica de São Marcos, em Veneza. Depois da morte da sua mulher, ordenou-se padre, em 1632.
Foi contemporâneo da música polifónica (em que predominava o nome de Palestrina) e da ainda embrionária ópera florentina.
Mas o ponto de partida de Monteverdi foi o madrigal renascentista. Entre 1587 e 1638 publicou oito colecções de madrigais e deu o passo decisivo da polifonia para o canto instrumental. A sua ópera Orfeo, de 1607, foi um feito pioneiro: a primeira ópera que ainda hoje pode ser ouvida com interesse mais que histórico e a primeira obra de música com ampla participação orquestral, sobretudo de instrumentos de cordas.
Toccata, da ópera “Orfeu”, de Monteverdi
Maestro: Jordi Savall

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Joly Braga Santos - Compositor português

No dia 14 de Maio de 1924 nasceu, em Lisboa, Joly Braga Santos, o mais importante compositor português da segunda metade do séc. XX, tal como o fora, na primeira metade, o seu mestre e mentor, Luís de Freitas Branco.


Estudou violino e composição no Conservatório Nacional, onde foi aluno de Luís e de Pedro de Freitas Branco, este último o principal responsável pela divulgação da sua obra por todo o mundo. Durante a juventude, Joly Braga Santos inspirou-se na música tradicional portuguesa, nomeadamente no folclore e na polifonia renascentista.
Em 1948, como bolseiro do Instituto de Alta Cultura, estudou musicologia e composição em Veneza e frequentou o Curso Internacional de Direcção de Orquestra. Foi membro fundador da Juventude Musical Portuguesa, leccionou composição no Conservatório Nacional de Lisboa, trabalhou no Gabinete de Estudos Musicais da Emissora Nacional e foi maestro da Orquestra do Teatro Nacional de S. Carlos e da Orquestra Sinfónica do Porto. Joly Braga Santos faleceu, em Lisboa, no dia 18 de Julho de 1988.
3º andamento do Concerto para Orquestra de Cordas, de Joly Braga Santos
Camerata Alma Mater
Maestro: Pedro Neves

terça-feira, 13 de maio de 2014

Arthur Sullivan - Compositor inglês

No dia 13 de Maio de 1842 nasceu, em Lambeth, Londres, o compositor inglês Arthur Sullivan, famoso pelas óperas cómicas escritas em colaboração com W. S. Gilbert.


Era filho de um professor de música e director de banda irlandês, que, durante anos, foi director da Royal Military Academy. Quando rapaz, Sullivan cantou no coro da Capela Real. Foi o primeiro a receber a bolsa de estudo Mendelssohn na Academia Real de Música, o que lhe permitiu estudar no Conservatório de Leipzig, onde compôs a música para “A Tempestade”, uma peça de Shakespeare produzida em 1862. Foi organista na Igreja de St. Michael, em Londres, em 1861 e professor de composição na Academia Real de Música, em 1866. Em 1871 iniciou a sua colaboração, longa e cheia de sucesso, com Gilbert. Juntos escreveram uma grande quantidade de óperas, que foram levadas a cena por Richard D’Oyly Carte, que, em 1881, construiu o Teatro Savoy expressamente para a produção de obras de Gilbert e Sullivan.
Arthur Sullivan foi também um maestro de sucesso. Para além das operetas, dirigiu a Orquestra Filarmónica de Londres, de 1885 a 1887 e os Leeds Festivals, de 1880 a 1889. Quando foi criada a Escola de Música Nacional, em 1876, Sullivan assumiu o cargo de Director, onde se manteve até 1881.
Mais conhecido pela sua colaboração com o libretista William Gilbert, de que resultaram obras de muita popularidade na cena da ópera cómica, Sullivan compôs 23 óperas, mas destacou-se também pelas suas obras orquestrais e pelos seus hinos, bailados e obras de câmara e para piano. A qualidade da sua obra valeu-lhe o título de Cavaleiro de Sua Majestade e o reconhecimento póstumo de ser sepultado na Catedral de São Paulo e de ter um monumento em sua memória nos jardins do Victoria Embankment, em Londres. Os diferentes temperamentos entre Sullivan e Gilbert causaram querelas e, eventualmente, a separação, em 1896.
Tendo sofrido de uma longa doença de rins desde 1880, que fez com que ele tivesse que dirigir a orquestra sentado, Arthur Sullivan morreu de ataque de coração no seu apartamento em Londres, no dia 22 de Novembro de 1900.
Abertura da opereta "H.M.S. Pinafore", de Arthur Sullivan
Orquestra Pops de Boston
Maestro: Arthur Fiedler

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Jules Massenet – Compositor francês

No dia 12 de Maio de 1842, nasceu, em Montaud, perto de Saint-Étienne, o compositor francês Jules Massenet, que foi especialmente conhecido pelas suas óperas, muito populares no final do século XIX e início do século XX.


Começou por destacar-se como instrumentista de orquestra. Desde jovem, porém, dedicou-se à produção dramática e apresentou a sua primeira ópera quando tinha apenas 21 anos. Mudou-se com a família para Paris, para poder estudar no conservatório. Ganhou o "Grand Prix" de Roma, em 1862, e viveu na capital italiana durante três anos. O seu primeiro grande sucesso foi a oratória “Marie-Madeleine”, aclamada pelos seus contemporâneos Tchaikovsky e Gounod. Em 1870, Massenet deixou de compor para cumprir o serviço militar na guerra Franco-Prussiana. Regressou um ano depois, quando acabou a guerra.
Foi professor de composição no Conservatório de Paris a partir de 1878. Entre os seus alunos encontrava-se Gustave Charpentier. As suas óperas mais famosas foram: Manon (estreada em 1884), Werther (em 1892) e Thaïs (em 1894). São representadas frequentemente, com enorme sucesso. A ópera Don Quixote, que compôs 2 anos antes de morrer, destacou-se pelo estilo seco e humor melancólico. Além das óperas, escreveu também ballets, oratórias, cantatas, peças orquestrais e cerca de 200 canções.
Controverso na sua época, Massenet foi muito admirado por uns e muito criticado por outros. Nietzche chamou-lhe mesmo “Wagner de segunda classe”.
Jules Massenet morreu, em Paris, no dia 13 de Agosto de 1912.
“Meditação”, da ópera “Thaïs”, de Jules Massenet
Violino: Sarah Chang
Maestro: Placido Domingo

domingo, 11 de maio de 2014

Irving Berlin - Compositor e letrista americano

No dia 11 de Maio de 1888, nasceu, na Sibéria, o compositor e letrista americano Irving Berlin.


Imigrante judeu, Irving Berlin passou a maior parte da sua vida na América do Norte e foi consagrado como um dos mais populares compositores dos Estados Unidos no século XX. Compôs canções que se tornaram uma verdadeira banda sonora da sua terra adoptiva, como God Bless America, White Christmas e There's no business like show business.
Em 1922, tornou-se o primeiro (e único) compositor a ter um teatro, o Music Box, construído apenas para apresentar os seus trabalhos.
Na década de 1930 conseguiu, sem nenhum esforço, atingir a sofisticação romântica de Fred Astaire, definindo a personalidade cinematográfica do dançarino com canções sublimes como Top hat e Cheek to cheek.
Na década de 1960, com a produção a decrescer, optou por viver em isolamento, mantendo-se fiel ao lema de que "a única canção boa é aquela que faz sucesso".
Tecnicamente, Berlin nunca escreveu nenhuma das suas músicas: iletrado musicalmente, compunha as canções no seu próprio Buick, enquanto o secretário transcrevia fielmente o que ia ouvindo.
Irving Berlin morreu, em Nova Iorque, no dia 22 de Setembro de 1989, Tinha 101 anos. Mesmo depois de morrer continuou e continua a ter canções suas trauteadas pela voz ou pelo assobio de gente de todas as idades e por todo o mundo.
There's No Business Like Show Business, de Irving Berlin
Intérprete: Ethel Merman

sábado, 10 de maio de 2014

Peter Maag - Maestro suíço

No dia 10 de Maio de 1919 nasceu em St. Gallen, na Suiça, o maestro Peter Maag.


O pai era ministro da igreja luterana e a mãe, violinista. Frequentou universidades em Zurique, Basileia e Genebra. Estudou piano e teoria musical em Zurique e continuou os estudos de piano, em Paris. Os seus mentores em direcção de orquestra foram Ernest Ansermet e Wilhelm Furtwängler. Maag descreveu a sua associação com este último como sendo a mais importante da sua vida. Actuou como pianista num concerto dirigido por Furtwängler e, depois do concerto, Furtwängler aconselhou-o a seguir a carreira de maestro.
Entre 1943 e 46 Peter Maag foi director do Teatro Biel-Solothurn, na Suiça, enquanto era assistente de Furtwängler. Foi também assistente de Ernest Ansermet, na Orchestre de la Suisse Romande. Entre 1952 e 1961 foi maestro de várias orquestras na Europa e Estados Unidos. A partir de 1962, e durante dois anos, retirou-se num mosteiro budista, perto de Hong Kong. Em 1964, regressou à profissão de maestro, dirigindo orquestras um pouco por todo o mundo. Veio a falecer na cidade italiana de Verona, no dia 16 de Abril de 2001.
1º andamento da Sinfonia nº 103, de Haydn
Orquestra da Suiça Italiana
Maestro: Peter Maag

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Carlo Maria Giulini – Maestro italiano

No dia 9 de Maio de 1914 nasceu, em Barletta, na Itália, Carlo Maria Giulini, um maestro que só dirigia obras que amava e com as quais conseguia alcançar "sintonia" espiritual.


Estudou na Academia de Santa Cecília, em Roma e fez, inicialmente, carreira como violetista na orquestra dessa instituição, tendo sido dirigido por todos os grandes maestros do período entre guerras: Klemperer, Walter, Furtwängler, Kleiber, Strauss, Stravinsky e Monteux são apenas os nomes de alguns deles. Estudou direcção de orquestra com Bernardo Molinari e Alfredo Casella. A sua estreia como maestro acontece num concerto que celebra a libertação de Roma, em 1944, interpretando uma sinfonia de Brahms. A primeira ópera que dirige é “La Traviata”, de Verdi, em Bergamo, com Renata Tebaldi, em 1948 e, em 1952, interpreta “LaVida Breve”, de Manuel de Falla, a sua estreia no La Scala de Milão, tornando-se director desse teatro em 1953, cargo que manteve até 1956.
A partir de 1968, insatisfeito com as condições de trabalho nos teatros de ópera, Carlo Maria Giulini dedica-se ao repertório sinfónico e aceita contractos com orquestras em Chicago, Viena e Los Angeles. A partir de 1982, reduz progressivamente o seu calendário de concertos devido a problemas de saúde da sua mulher, preferindo uma carreira como maestro convidado, junto de orquestras pelas quais tinha particular afeição. Mas em 1982 regressa à ópera, com a Falstaff, de Verdi, em Los Angeles. Dirigiu pela última vez a 29 de Outubro de 1998. Carlo Maria Giulini morreu em Brescia, na Itália, no dia 14 de Junho de 2005.
Sinfonia nº 5, de Beethoven
Orquestra Filarmónica de Los Angeles
Maestro: Carlo Maria Giulini

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Rudolf Serkin – Pianista americano, nascido na Boémia

No dia 8 de Maio de 1991, morreu, na sua quinta, em Guilford, nos Estados Unidos, o pianista Rudolf Serkin. Tinha nascido na Boémia (actual República Checa) de uma família de judeus russos, no dia 28 de Março de 1903.


Revelando-se uma criança prodígio, foi enviado para Viena para estudar piano, com a idade de 9 anos. Aos 12 fez a sua estreia pública com a Filarmónica de Viena e aos 15 passou a estudar composição com Arnold Schonberg. Durante a década de 1920 viveu em Berlim, na casa do violinista Adolf Busch, com cuja filha, Irene Busch, viria mais tarde a casar na Suíça, para onde fugiram por ocasião do crescimento do nazismo na Alemanha.
Em 1933 fez a primeira apresentação nos Estados Unidos, tocando com Adolf Busch no Festival Coolidge, em Washington D.C.
Em 1936 fez o seu concerto de carreira a solo nos Estados Unidos, com a Filarmónica de Nova Iorque, dirigida por Arturo Toscanini. Os críticos foram entusiásticos, descrevendo-o como “um artista de talento raro e impressionante, possuindo uma técnica cristalina, cheia de poder, delicadeza e pureza tonal”. Foi o início de uma longa e bem-sucedida carreira, que passou também pelo ensino de gerações no Curtis Institute de Filadélfia, de que foi director, e pela distinção com a Medalha Presidencial da Liberdade, em 1964. Quando morreu, em 1991, ficou recordado por tudo isso – com um particular destaque para as suas excepcionais interpretações de Beethoven.
1º andamento da Sonata nº 32, op. 111, de Beethoven
Piano: Rudolf Serkin

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Karl Stamitz – Compositor e violinista alemão

No dia 7 de Maio de 1745 nasceu em Mannheim, na Alemanha, o compositor alemão Karl Stamitz, o mais proeminente representante da segunda geração de músicos da chamada Escola de Mannheim.


Além de compositor, foi virtuoso no violino, viola e viola d’amore. Era filho de Johann Stamitz, fundador da escola de Mannheim, e irmão de Anton Stamitz, ambos também compositores. É particularmente conhecido pelos seus concertos para clarinete e para viola. O clarinete foi introduzido na orquestra de Mannheim em 1758, graças ao entusiasmo de Karl Stamitz, que ficou impressionado com as possibilidades expressivas e virtuosistas do instrumento.
Apesar de ter sido um compositor prolífico e intérprete cheio de talento e grandes ambições, nunca conseguiu atingir uma posição adequada junto dos príncipes ou das grandes orquestras do seu tempo, talvez por falta de tentativas ou por causa do seu estilo de vida itinerante e instável.
Em 1770, Karl Stamitz foi para Paris, onde se tornou conhecido como violinista.
Compôs mais de 50 sinfonias e cerca do mesmo número de concertos para instrumentos vários, para além de uma quantidade de música de câmara. A sua última sinfonia data de 1791, o ano da morte de Mozart. Escreveu, também, duas óperas, que infelizmente, se perderam. Os últimos anos de vida foram passados em Jena, onde Stamitz foi Mestre de Capela e veio a falecer no dia 9 de Novembro de 1801.
Concerto em sol maior, para flauta e orquestra, de Karl Stamitz
Flauta: Davide Baldo
Orquestra Bohème
Maestro: Giuseppe Montesano

terça-feira, 6 de maio de 2014

José Guerra Vicente – Compositor e violoncelista português

No dia 6 de Maio de 1976 morreu, no Rio de Janeiro, o compositor português José Guerra Vicente. Tinha nascido em 1907, em Almofala


Foi para o Brasil aos 10 anos de idade, tendo recebido toda a sua formação musical no Rio de Janeiro. Violoncelista, professor e compositor, foi nesta última actividade, que mais se destacou. Foi fundador da secção brasileira da Sociedade Internacional de Música Contemporânea. Em 1960, a sua Sinfonia Brasília recebeu o primeiro prémio (dividido com os compositores Guerra-Peixe e Cláudio Santoro), num concurso nacional instituído pelo Ministério da Educação e Cultura, para homenagear a inauguração da nova capital.
José Guerra Vicente participou no Movimento Musical Renovador, durante os anos de 1963/64. Em 1968 ganhou o Concurso Nacional de Composição Francisco Braga (ao qual concorreram 18 partituras), com a obra Abertura Sinfónica. Foi fundador da Orquestra Sinfónica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, da qual foi violoncelista e foi professor de harmonia e composição no Instituto Villa-Lobos.
1º andamento do Concerto para trompete e orquestra, de José Guerra Vicente
Trompete: Heinz Schwebel
Orquestra Sinfónica do Teatro Nacional Cláudio Santoro
Maestro: Roberto Montenegro

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Rui Coelho - Compositor português

No dia 5 de Maio de 1986 morreu, em Lisboa, o compositor português Rui Coelho, considerado o principal dinamizador da ópera portuguesa do século XX. Tinha nascido no dia 3 de Março de 1889, em Alcácer do Sal e foi um dos mais importantes compositores portugueses da primeira metade do século XX.


A sua formação teve início em Alcácer do Sal, numa Banda Filarmónica, continuou no Conservatório de Lisboa, onde estudou entre 1904 e 1909 e concluiu, em Berlim, de 1910 a 1913, com notáveis como Humperdinck, Max Bruch e Schönberg, e em Paris com Paul Vidal. Em Berlim compôs algumas obras inovadoras no contexto da música portuguesa da época, como a "Sinfonia Camoniana nº1", a primeira obra portuguesa em que foi usada a atonalidade.
Quando terminou a Sinfonia Camoniana nº1, Rui Coelho voltou a Lisboa, onde, no dia 10 de Junho de 1913, com apenas 24 anos, participou, como organista, na estreia daquela sinfonia, numa récita de gala no Teatro S. Carlos, precedida por um discurso do ex-presidente Teófilo Braga. Foi acompanhado por cerca de quinhentos executantes, o maior conjunto coral sinfónico reunido até então em Portugal.
No dia 1 de Dezembro de 1913, estreia no Teatro S. Carlos e na presença das mais altas individualidades como Manuel de Arriaga e Afonso Costa, o "Serão da Infanta", que seria a primeira ópera portuguesa cantada em português, na estreia. O libretto era de Teófilo Braga. Em 1917 Rui Coelho assina o manifesto a publicitar a vinda dos Ballets Russes a Lisboa, com os seus amigos Almada Negreiros e José Pacheco.
Em 1919 e 1922 viaja para o Brasil onde as suas obras são exibidas por diversas vezes. Em 1924 recebe o 1º Prémio no Concurso Oficial de Espanha, com a sua Ópera Belkiss. Em 1942 e 1943 dirige a Orquestra Filarmónica de Berlim no Coliseu, regendo excertos da sua Ópera “Tá-Mar”. Em 1946 dirige a Orquestra da Rádio de Espanha, em Madrid, interpretando Passeios de Estio e o Concerto para Piano nº 1.
Excerto de “Passeios de Estio”, de Rui Coelho