quarta-feira, 2 de abril de 2014

Oratória “A Criação”, de Haydn

No dia 2 de Abril de 1798 realizou-se, no Palácio de Schwarzenberg, em Viena, a estreia da oratória “A Criação”, do compositor Franz Joseph Haydn.

“A Criação”, composta entre 1796 e 1798, celebra a criação do mundo, baseando-se no Livro do Génese, da Bíblia. A inspiração de Haydn veio das visitas que fez a Inglaterra durante os anos de 1791 a 1795, onde ouviu oratórias de Händel, interpretadas por grandes orquestras. “A Criação” é um profundo acto de fé de um compositor profundamente religioso, que, no fim de cada obra que completava, escrevia sempre “Louvado seja Deus”. Mais tarde, Haydn viria a afirmar: “Nunca me senti tão devoto como quando estava a trabalhar na ‘Criação’. Todos os dias me ajoelhava e pedia a Deus para me dar força para acabar a obra.” A composição desta obra demorou cerca de ano e meio. Foi a obra a que Haydn dedicou mais tempo, explicando: “Demorei muito tempo porque tenho esperança que dure por muito tempo”.
De facto, Haydn trabalhou neste projecto até ao ponto de exaustão e foi abatido pela doença, depois de dirigir a orquestra, no dia da estreia. Os bilhetes para a primeira apresentação pública da Oratória “A Criação” em Viena, no dia 19 de Março de 1799, esgotaram-se com muito tempo de antecedência. Haydn assistiu pela última vez à “Criação”, no dia 27 de Março de 1808, um ano antes de morrer: o idoso e doente compositor foi carregado para fora do teatro, com honras, numa cadeira de braços. Ouviu-se um aplauso espontâneo da audiência e o “Papá” Haydn, num gesto típico, apontou para cima e disse: “Não é minha. Tudo vem lá de cima”.
Excerto da oratória “A Criação”, de Haydn
Soprano: Judith Blegen
Tenor: Thomas Moser
Baixo: Kurt Moll
Coro de Orquestra da Rádio da Baviera
Maestro: Leonard Bernstein

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