quinta-feira, 11 de setembro de 2014

11 de Setembro – Uma data para não esquecer, nunca!



Depois de três tentativas para ganhar as eleições no Chile (em 1952, 58 e 64), Salvador Allende, como candidato de uma coligação de esquerda, a Unidade Popular, conseguiu ser eleito em 1970.

Assumiu a presidência no dia 3 de Novembro desse ano. Ficou na história como sendo o primeiro marxista a chegar ao poder através de eleições. Uma das suas primeiras medidas foi a nacionalização das minas de cobre, a principal riqueza do país. Fez também uma profunda reforma agrária, em que entregou aos camponeses grandes extensões de terras que estavam abandonadas.
Desde o início do mandato, o grande sonho de Allende era a construção de um "caminho chileno para o socialismo". Se a direita chilena não gostava da ideia, o governo norte-americano muito menos. 
Com
 a liderança deste, ambos uniram forças para evitar que Allende levasse as suas ideias a bom termo. No dia 4 de Setembro de 1972, o presidente Allende denunciou, nas Nações Unidas, as tentativas norte-americanas de desestabilização do Chile. Mas foi em vão!
A economia chilena começou a degradar-se e os investimentos privados diminuíram bruscamente, causando uma subida catastrófica do desemprego. A população começou a revoltar-se e a protestar, fazendo manifestações e greves que paralisaram os transportes e o comércio. Vários atentados provocaram apagões e danificaram pontes e oleodutos.
Nas eleições de 1973, e apesar das graves dificuldades económicas, a Unidade Popular conseguiu obter 43% dos votos. Três meses depois, no dia 11 de Setembro de 1973, o exército chileno, minado pela CIA e liderado pelo general Augusto Pinochet, com a ajuda do governo norte-americano, derrubou o governo de Salvador Allende, implantando uma das mais severas ditaduras de sempre. O Presidente Allende morreu num dos ataques do exército ao Palácio Presidencial. A ditadura militar chilena deixou, pelo menos, três mil mortos e desaparecidos.
Mais ou menos o mesmo número que morreu no ataque às torres gémeas de Nova Iorque, no dia 11 de Setembro de 2001.
Pelo título desta crónica, provavelmente, a maioria dos leitores terá pensado que eu iria escrever sobre 2001. Mas desse ano, todos os anos, toda a gente fala e escreve “ad nauseam”. Por isso, preferi recuar 28 anos e lembrar 1973 e “o maior chileno da história do Chile”: Salvador Allende.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Helmut Walcha – Organista e cravista alemão

No dia 11 de Agosto de 1991 morreu, em Frankfurt, o organista e cravista alemão Helmut Walcha. Tinha nascido no dia 27 de Outubro de 1907, em Leipzig, na Alemanha.


Especializou-se nas obras dos mestres do barroco alemão e é conhecido pelas suas gravações das obras integrais, para órgão, de Johann Sebastian Bach. Walcha ficou cego aos 16 anos, depois de ter sido vacinado contra a varíola. Apesar da sua deficiência, deu entrada no Conservatório de Leipzig. Como era cego, aprendia novas peças, pedindo a outros músicos (entre os quais a sua mulher e a sua mãe) que as tocassem quatro vezes: cada mão separadamente, depois a parte do pedal e, por fim, a obra complete. As suas interpretações fixaram novos padrões que, segundo alguns críticos, ainda não foram ultrapassados.
Walcha também compôs para o órgão. Publicou quatro volumes de prelúdios corais originais. Fez, ainda, transcrições para este instrumento de obras orquestrais de outros compositores. Ensinou muitos organistas americanos relevantes, os quais se tornaram grandes professores e intérpretes. Gravou, ainda, a maioria das obras para cravo, de Joahnn Sebastian Bach. Dizia que “Bach abre uma visão para o universo. Depois de o experimentar as pessoas pensam que, apesar de tudo, a vida tem significado”.
Tocata e Fuga em ré menor, de Johann Sebastian Bach
Órgão: Helmut Walcha

domingo, 10 de agosto de 2014

Sinfonia nº 41 “Júpiter”, de Wolfgang Amadeus Mozart

No dia 10 de Agosto de 1788, Mozart termina a composição da Sinfonia nº 41, conhecida como Sinfonia “Júpiter”.


A Sinfonia nº 41, em Dó Maior, também conhecida por “Júpiter” foi terminada nos primeiros dias de Agosto de 1888 – ou seja, poucos dias após Mozart ter concluído a Sinfonia nº 40.
Estrearam ambas em 1791, precisamente o ano da morte do compositor.
Mozart compôs praticamente em simultâneo as suas últimas 3 sinfonias, as nºs 39, 40 e 41.
Acerca da vertiginosa velocidade com que Mozart escrevia as suas composições, já se tem dito que, numa época em que boa parte da música se fazia por encomenda, o compositor de Salzburgo fazia produção em série.
Mas estas suas últimas sinfonias demonstram que a razão dessa facilidade de criação era outra: o genial talento de Mozart.
Na Sinfonia nº 41, Mozart combina o rigor da técnica do contraponto, característico do período barroco, com uma linguagem própria, nova, que faz já lembrar o que Beethoven viria a fazer depois, em plena época clássica.
Daí se diz que, com a Sinfonia Júpiter, Mozart baseia-se na tradição para rasgar as linhas do futuro.
Sinfonia nº 41 “Júpiter”, de Mozart
Orquestra de Câmara Europeia
Maestro: Nicolaus Harnoncourt

sábado, 9 de agosto de 2014

Ópera “Beatriz e Benedicto”, de Berlioz

No dia 9 de Agosto de 1862, o compositor francês Hector Berlioz, assumiu o papel de maestro, na estreia da sua ópera “Beatriz e Benedicto”. O evento realizou-se no Neues Theater, em Baden-Baden.


“Beatriz e Benedicto” é uma ópera cómica, em dois actos, com libreto em francês, escrito pelo próprio compositor, baseado na obra de Shakespeare “Muito barulho para nada”. Berlioz terminou a partitura desta ópera logo depois de terminar e antes de produzir a monumental ópera “Os Troianos”. Pouco depois da sua triunfante estreia, Berlioz dirigiu as duas primeiras actuações de uma versão alemã de “Beatriz e Benedicto”, em Weimar.
Como o próprio Berlioz refere nas suas memórias, em Weimar foi “inundado por todo o género de amáveis atenções”. A ópera “Beatriz e Benedicto” não é levada à cena com frequência e nunca se tornou parte do habitual repertório operático. No entanto, existem várias gravações e a sua abertura, que refere várias passagens da ópera, é frequentemente ouvida nas salas de concerto.
Abertura da ópera “Beatriz e Benedicto”, de Berlioz
Orquestra Sinfónica de Boston
Maestro: Charles Münch

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Cécile Chaminade - Compositora e pianista francesa

No dia 8 de Agosto de 1857, nasceu, em Paris, a compositora e pianista francesa Cécile Chaminade.


Estudou primeiramente com a mãe, depois com Félix Le Couppey, Savart, Martin Pierre Joseph Marsick e Benjamin Godard. Aos 10 anos foi ouvida por Bizet, ao piano, e mereceu dele a classificação de “Mozart no feminino”. O padre que influenciava a família é que não esteve pelos ajustes: entendia e recomendava que a pequena Cécile devia crescer para governar o lar, ser esposa e mãe.
Mas ela não contrariou o seu grande talento musical. Formou-se com aulas particulares de piano e acabou por ganhar fama animando tertúlias com a chamada música de salão. Bem-humorada, charmosa, independente, Cecile Chaminade fez carreira como pianista, animando as soirées dos artistas mais libertinos de Paris.
Sempre inspirada na graciosidade mas também na liberdade e no romance no feminino, Cécile Chaminade escreveu 140 canções. A maioria inspira-se no folclore francês – mas em todas sobreleva o tom romântico que caracteriza a compositora.
Abandonou a carreira musical quando começou a I Grande Guerra. E ainda veria a II Guerra Mundial. Tinha 87 anos quando morreu, no Mónaco, a 13 de Abril de 1944.
Concertino para flauta e orquestra, de Cécile Chaminade
Flauta: Guillermina Ibañez
Orquestra Juvenil Libertador San Martín
Maestro: Juan Pablo Llobet

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Alfredo Catalani – Compositor italiano

No dia 7 de Agosto de 1893, faleceu, em Milão, o compositor italiano Alfredo Catalani. Tinha nascido em Lucca, a 19 de Junho de 1854.


Ficou mais conhecido pelas suas óperas “La Wally” e “Loreley”. As suas outras óperas tiveram menos sucesso devido à menor qualidade dos libretos. Estudou no Conservatório de Milão com Antonio Bazzini, que também ensinou Puccini, e que acabaria por ser director do Conservatório.
Catalani opôs-se à corrente chamada de “verismo”, que afirmava o direito do artista de representar a realidade com todos os seus contornos, sem restrições nem preconceitos, estilo que se popularizou por volta de 1880. Preferiu optar por um estilo de composição mais tradicional.
A maioria das suas obras já não faz parte do reportório actual dos teatros de ópera, preteridas pelas de Massenet e Puccini, de cujas obras a sua música mais se aproxima, bem como pelas de Amilcare Ponchielli, cuja influência também se pode sentir no trabalho de Catalani. Apesar de tudo, “La Wally” continua a ser apresentada ocasionalmente.
Alfredo Catalani morreu de tuberculose, em 1893, e foi enterrado no Cemitério Monumental, em Milão, onde Ponchielli e o maestro Arturo Toscanini também repousam. Toscanini, sendo um vigoroso defensor da música de Catalani, deu o nome de Wally à sua filha, em homenagem à ópera de maior sucesso do compositor e, em 1952, dirigiu a Orquestra Sinfónica da NBC, no Carnegie Hall, num concerto que incluiu o prelúdio do 4º acto da ópera “La Wally” e a “Dança das Ninfas Aquáticas”, de “Loreley”, que deu origem a uma gravação para a RCA Victor.
Ária “Ebben? Ne andrò lontana”, da ópera “La Wally”, de Alfredo Catalani
Soprano: Anna Netrebko
Orquestra Nacional da Bélgica
Maestro: Emmanuel Villaume

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

"Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem." – Jean-Paul Sartre

No dia 6 de Agosto de 1945 e, novamente, no dia 9, o governo americano decidiu lançar bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki.


O bombardeiro que lançou a bomba sobre Hiroshima, no dia 6, ficou conhecido como Enola Gay, nome que lhe foi atribuído pelo próprio piloto. A mãe desse piloto chamava-se Enola Gay. Não consigo imaginar maneira mais odiosa de prestar “homenagem” à própria mãe. Mas ele lá saberá as razões.
Se eu deitar fogo à Serra da Gardunha e for apanhado, mesmo que não mate ninguém, serei considerado criminoso, julgado e condenado como tal. E bem. Se for um acto negligente, também não ficarei impune. Mas o governo americano, presidido por Harry Truman, conseguiu, com este bombardeamento, matar mais de 250 mil pessoas. Inocentes, é bom que se diga. E não foi negligência. Foi um acto criminoso e deliberado que nunca foi julgado nem condenado. Foi o maior crime contra a humanidade cometido pelos governantes de um país onde, nalguns estados, se condena à morte uma pessoa porque cometeu um crime. Em Hiroshima e Nagasaki foram assassinadas mais de 250 mil pessoas! Foram danos colaterais, dirão eles. No dia 11 de Setembro de 2001, no ataque às torres gémeas, em Nova Iorque, morreram cerca de 3 mil pessoas. Foram danos colaterais, dirão os outros.
"A humanidade tem de acabar com a guerra antes que a guerra acabe com a humanidade" disse o presidente americano John Kennedy, em 1961. Bonita frase esta, não se desse o caso de, no mesmo ano em que a pronunciou, estar disposto a iniciar uma guerra, com a finalidade de destituir Fidel Castro, quando mandou invadir a Baía dos Porcos, em Cuba.
Quantas palavras belas saem da boca para fora de tantos e tantos estadistas, de tantos e tantos políticos, por esse mundo fora, e que, mais tarde ou mais cedo, se vem a constatar que não passam de palavras hipócritas para enganar o povo?
Quantos sorrisos belos estão estampados na cara de tantos e tantos estadistas, de tantos e tantos políticos, por esse mundo fora, e que, mais tarde ou mais cedo, se vem a constatar que não passam de sorrisos hipócritas para ficar bem na fotografia?
Depois de Nagasaki e Hiroshima, quantas guerras se travaram, onde morreram demasiados inocentes, só porque vivemos num mundo onde alguns daqueles que nele mandam são hipócritas, xenófobos, fanáticos e gananciosos?
Antes e depois de Nagasaki e Hiroshima, quantas guerras se travaram e quantas atrocidades se cometeram, em que morreram demasiados inocentes, só porque acreditam, fanaticamente, num qualquer Deus que, ironia das ironias, até dizem ser infinitamente bom e justo?
(As imagens não são fruto de um qualquer fogo provocado pela natureza. São obra de mão criminosa.)


A rosa de Hiroshima, de Vinícius de Moraes
Intérprete: Ney Matogrosso

Oratória “Messias”, de Haendel

No dia 6 de Agosto de 1768, estreou-se, no Palácio Pitti di Firenze, a oratória “Messias”, de Georg Friedrich Haendel, talvez uma das obras corais mais conhecidas de sempre.


“Messias”, HWV 56, é uma oratória composta por 51 movimentos e foi escrita por Haendel em 1741. É a sua mais famosa criação e está entre as mais populares obras corais da literatura ocidental. Narra a vida de Jesus Cristo desde a sua anunciação profética, o seu nascimento, vida, morte e ascensão ao céu.
Em 1741, Haendel recebeu um convite do Lord Lieutenant da Irlanda para ajudar a angariar dinheiro para três instituições de caridade de Dublin, através de apresentações musicais. Embora doente na altura, Haendel estava determinado a compor uma nova oratória sacra para a ocasião e pediu a Charles Jennens, o seu libretista em “Saul” e “Israel no Egipto”, um tema apropriado. Jennens respondeu com uma série de versículos do Velho e do Novo Testamentos arranjados num "argumento" em três partes.
Na época, o texto suscitou controvérsia, com alguns jornais considerando-o de natureza blasfema. O produto acabado, contudo, teve outra receptividade, sendo elogiado em Berlim e depois em Londres. Haendel fez várias revisões subsequentes, incluindo uma versão criada para o Hospital Thomas Coram, em 1754.
A tradição conta que na primeira apresentação do “Messias”, em Londres, o rei da Inglaterra, Jorge II, estava presente. Quando o coro começou a entoar os primeiros acordes do “Halleluia”, o rei, impressionado com a potência e a beleza daquela oração, levantou-se automaticamente da poltrona. Quando viram que o rei estava em pé, todas as pessoas se ergueram. Daí o costume de a assistência permanecer de pé durante a execução desta parte da oratória.
O nome da oratória foi tirado do conceito judaico e cristão de messias. Para os cristãos, o messias é Jesus. O próprio Händel era um cristão devoto e a obra é uma apresentação da vida de Jesus e do seu significado, de acordo com a doutrina cristã.
Apesar de a obra ter sido concebida para a Páscoa, após a morte de Händel tornou-se tradição executá-la durante o Advento, o período preparatório para as festas do Natal. Mas é também, muitas vezes, executada no domingo de Páscoa.
Halleluia, da Oratória “Messias”, de Haendel
Mormon Tabernacle Choir
Orchestra at Temple Square
Maestro: Mack Wilberg

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Erich Kleiber – Maestro austríaco

No dia 5 de Agosto de 1890 nasceu, em Viena, o maestro Erich Kleiber.

Estudou em Praga e, em 1923, depois de dirigir a ópera Fidélio, de Beethoven, na Ópera Estatal de Berlim, tornou-se o director musical dessa instituição. Em 1925 dirigiu a estreia mundial de Wozzeck, de Alban Berg. Quando a segunda ópera de Berg, Lulu, foi proibida pelo Partido Nazi, abandonou o seu posto na Ópera de Berlim, em sinal de protesto. Kleiber também abdicou do seu contrato com o teatro La Scala de Milão, em Abril de 1939, logo após o regime de Mussolini anunciar o anti-semitismo.
Posteriormente, Erich Kleiber mudou-se para Buenos Aires, onde trabalhou no Teatro Colón, assumindo o cargo de director musical. É especializado no repertório operático alemão, particularmente nas obras de Wagner. Graças ao prestígio do seu nome, conseguiu atrair grandes nomes ao Teatro Colón. Naturalizou-se argentino em 1938. O seu filho, Carlos Kleiber, foi, também, um maestro de renome.
Erich Kleiber morreu no dia 27 de Janeiro de 1956, em Zurique.

Abertura da ópera “Lohengrin”, de Wagner
Danish Royal Opera
Maestro: Erich Kleiber

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

William Schuman – Compositor norte-americano

No dia 4 de Agosto de 1910, nasceu, em Nova Iorque, o compositor americano William Schuman.


Nasceu no seio de uma família de judeus, em Manhattan, e foi-lhe dado o nome de Eilliam em honra do 27º presidente dos Estados Unidos, William Howard Taft, embora a família preferisse trata-lo por Bill. Enquanto criança, tocou violino e banjo, mas a sua grande paixão era baseball. Durante os tempos de liceu formou um grupo de música de dança, chamado "Billy Schuman and his Alamo Society Orchestra", que tocava em casamentos e bar mitzvahs.
Em 1928, William Schuman ingressou na Escola Comercial da Universidade de Nova Iorque, ao mesmo tempo que trabalhava numa empresa de publicidade e escrevia canções populares.
No dia 13 de Abril de 1930, foi, com a sua irmã mais velha, a um concerto no Carnegie Hall, pela Orquestra Filarmónica de Nova Iorque, dirigida por Arturo Toscanini. Acerca desta experiência, Schuman disse: “Fiquei abismado ao ver o mar de instrumentos de cordas. Esta visão, por si só, foi fantástica. Mas o som! Fiquei possesso. Nunca tinha ouvido nada como aquilo. No dia seguinte, decidi tornar-me compositor.”
Abandonou a escola e o emprego e foi estudar múesica. Em 1935, licenciou-se em Educação Musical, na Teachers College da Universidade de Columbia. Chamou à atenção do maestro Serge Koussevitzky, que patrocinou muitas das suas obras.
Em 1934, ganhou o Prémio Pulitzer para a Música, com a sua cantata “Uma Canção Livre”, adaptada de poemas de Walt Whitman. Entre 1935 e 1945, ensinou composição na Faculdade Sarah Lawrence e, em 1945, tornou-se presidente da Juilliard School, onde fundou o famoso Quarteto de Cordas Juilliard. Deixou o cargo em 1961 para se tornar o primeiro presidente do Lincoln Center, cargo que exerceu até 1969. Em 1987, foi-lhe atribuída a Medalha Nacional das Artes.
William Schuman faleceu em Nova Iorque, com 81 anos, no dia 15 de Fevereiro de 1992.
Sinfonia nº 5 “Sinfonia para Cordas”, de William Schuman
Orquestra Filarmónica de Nova Iorque
Maestro: Leonard Bernstein

domingo, 3 de agosto de 2014

Elisabeth Schwarzkopf – Soprano alemã

Na noite de 2 para 3 de Agosto de 2006, morreu durante o sono, em sua casa, na aldeia de Schruns, na Áustria, a soprano alemã Elisabeth Schwarzkopf. Tinha nascido a 9 de Dezembro de 1915, em Jarotschin, na Prússia (hoje, parte da Polónia).


Foi uma das principais sopranos do período pós-Guerra, alvo de grande admiração pelas suas interpretações de Mozart, Strauss e Hugo Wolf. Schwarzkopf, desde cedo, mostrou interesse pela música. A primeira participação numa ópera aconteceu em 1928, como Eurídice, numa encenação escolar de Orfeo e Eurídice, de Gluck, em Magdeburg, na Alemanha. Teve a sua estreia profissional na Ópera Estatal de Berlim, no dia 15 de Abril de 1938, como a Segunda Donzela no 2º Acto da ópera Parsifal, de Richard Wagner.
Elisabeth Schwarzkopf cantou em Berlim durante quatro anos, durante os quais se tornou membro do Partido Nazi (uma decisão que levou ao boicote dos seus espectáculos nos EUA por vários anos). Contudo, foi sempre bem-vinda e aclamada noutros países. Em 1942, juntou-se à Ópera Estatal de Viena, onde interpretou, entre outros, Konstanze em O Rapto do Serralho de Mozart, Mimi em La Bohème de Puccini e Violetta em La Traviata de Giuseppe Verdi.
"Vilja", da opereta “A viúva alegre”, de Franz Lehar
Soprano: Elisabeth Schwarzkopf
Orquestra da Rádio do Canadá
Maestro: Willi Boskovsky

sábado, 2 de agosto de 2014

Gundula Janowitz – Soprano austríaca, nascida na Alemanha

No dia 2 de Agosto de 1937, nasceu em Berlim, na Alemanha, a soprano austríaca Gundula Janowitz, uma das sopranos mais famosas do século XX, que atingiu o auge da carreira nas décadas de 1960 e 1970.


Estudou no Conservatório de Graz, na Áustria. Tornou-se cidadã austríaca e começou a cantar no final da década de 1950. Em 1959, o maestro Herbert von Karajan escolheu-a para o papel de Barbarina, na ópera “As Bodas de Fígaro”, de Mozart, na Ópera Estatal de Viena, companhia da qual Gundula Janowitz se tornou membro permanente em 1962. Nas décadas de 1960 e 1970 foi uma das cantoras mais populares a nível internacional e fez muitas gravações de obras, desde Johann Sebastian Bach a Richard Strauss, em cooperação com os mais destacados maestros, como o seu mentor Karajan, Otto Klemperer, Eugen Jochum, Leonard Bernstein, Rafael Kubelík, Karl Böhm, Georg Solti, Carlos Kleiber, entre outros. Em 1978, ganhou o prémio de Música Joseph Marx, do estado da Styria, na Áustria, do famoso compositor Joseph Marx.
Janowitz fez muito sucesso no Festival de Salzburgo, o que deu um grande impulso à sua carreira. Além da sua carreira como cantora, foi, também, professora. Em 1990, foi, por algum tempo, directora da ópera de Graz, na Áustria.
Janowitz cantou em muitos dos grandes palcos mundiais, incluindo o Festival de Ópera de Glyndebourne, os Festivais de Páscoa de Salzburgo, o Metropolitan Opera de Nova Iorque, a Ópera de Paris e a Royal Opera House.
A sua despedida dos palcos realizou-se no dia 18 de Maio de 1990, na Ópera Estatal de Viena, interpretando o papel principal, na ópera “Ariadne auf Naxos”, de Richard Strauss. Continuou, no entanto, a cantar recitais de Lied até 1997, ano em que se retirou completamente dos palcos.
Ária "Porgi Amor", da ópera “As Bodas de Fígaro”, de Mozart
Soprano: Gundula Janowitz
Orquestra da Ópera de Paris
Maestro: Georg Solti

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

William Steinberg – Maestro alemão

No dia 1 de Agosto de 1899 nasceu em Colónia, na Alemanha, o maestro William Steinberg, que, embora notável pelas suas interpretações expressivas, era conhecido pelo seu estilo simples e pouca dinâmica no pódio.


Estudou no Conservatório de Colónia, graduando-se, com distinção, em 1920. Foi-lhe atribuído o prémio Wullner, por direcção de orquestra. Na Ópera de Colónia foi assistente de Otto Klemperer, a quem sucedeu em 1924, como maestro principal. Começou também a aparecer em importantes concertos pela Europa, incluindo compromissos no Teatro Alemão de Praga, na Checoslováquia. Em 1929, foi nomeado maestro da Ópera de Frankfurt.
Steinberg deixou a Alemanha em 1936, mudando-se para Israel, porque o movimento nazi o retirou da Ópera de Frankfurt, em 1933. Tornou-se o primeiro maestro da Orquestra Sinfónica da Palestina, que viria depois a ser conhecida como Orquestra Filarmónica de Israel. Steinberg era o maestro quando Arturo Toscanini visitou a orquestra em 1936. Toscanini ficou tão satisfeito com o seu trabalho que o convidou para ser assistente na preparação de orquestras que seriam apresentadas na NBC.
William Steinberg mudou-se para os Estados Unidos em 1938, onde realizou uma série de concertos com a Orquestra Sinfónica da NBC, entre 1938 e 1940. De 1945 até 1952 foi o director musical da Orquestra Filarmónica de Buffalo. É mais conhecido pelo seu mandato como director musical da Orquestra Sinfónica de Pitsburgo, cargo que exerceu entre 1952 e 1976. De 1958 até 1960 dirigiu a Orquestra Filarmónica de Londres e foi director musical da Orquestra Sinfónica de Boston de 1969 a 1972. Entre 1966 e 1968, foi, também, o maestro principal convidado da Filarmónica de Nova Iorque.
Dirigiu as principais orquestras dos Estados Unidos e da Europa e tem uma estrela na calçada da fama de Hollywood. William Steinberg faleceu em Nova Iorque, no dia 16 de Maio de 1978.
1º andamento da Sinfonia nº 6, de Beethoven
Orquestra Sinfónica de Pitsburgo
Maestro: William Steinberg

quinta-feira, 31 de julho de 2014

François-Auguste Gevaert - Professor, historiador, escritor e compositor belga.

No dia 31 de Julho de 1828, nasceu em Huysse, na Bélgica, o professor, historiador, escritor e compositor François-Auguste Gevaert.


Era filho de um padeiro e, embora estivesse destinado a seguir a profissão do pai, conseguiu que o deixassem estudar música. Em 1841, foi para o Conservatório de Ghent e, depois, foi nomeado organista da igreja jesuíta daquela cidade. Em breve as suas composições atraíram a atenção e ganhou o Prémio de Roma, que lhe deu direito a viajar durante dois anos. Em 1849, depois de uma breve estadia em Paris, foi para a Espanha e, depois, para Itália. Em 1867, foi nomeado Chefe de Canto da academia de Música de Paris, sucedendo a Fromental Halévy.
Quatro anos depois, ocupou o cargo de Director do Conservatório de Bruxelas. Embora fosse um compositor de sucesso, Gevaert era mais feliz como professor, historiador e escritor. As suas obras, como escritor, incluem o conhecido Tratado de Instrumentação, um livro sobre harmonia e um Vade Mecum para organistas. Entre as suas composições, destacam-se doze óperas, cantatas e canções. François-Auguste Gevaert faleceu em Bruxelas, no dia 24 de Dezembro de 1908.
Kerstlied, de François-Auguste Gevaert
Agrupamento Vocal Le Petit Sablon
Tenor e Maestro: Thibaut Lenaerts

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Sinfonia nº 3 “A Escocesa”, de Mendelssohn

No dia 30 de Julho de 1829 Mendelssohn começou a compor a sua Sinfonia nº 3, que também foi por ele designada e ficou a ser conhecida como “A Escocesa”.


A Sinfonia nº 3, em lá menor, op. 56, conhecida como “Sinfonia Escocesa” começou a ser composta durante a primeira viagem de Mendelssohn à Grã-Bretanha. Esta sinfonia, com 4 andamentos, foi dedicada à rainha Vitória I do Reino Unido. Apesar do título, é discutível que alguma das melodias desta obra derive do folclore escocês. Mendelssohn era inimigo das denominadas "músicas nacionais" e só no scherzo podem ser encontradas reminiscências dos ritmos típicos das canções escocesas.
A primeira das 9 visitas que o compositor fez às Ilhas Britânicas começou em Abril de 1829. Foi incentivado pelo seu professor de composição a abandonar a provinciana Berlim e a ver o mundo. O seu pai concordou e Mendelssohn partiu para Londres. De início a capital britânica foi desconcertante. “É pavorosa! É louca! Estou atordoado e confuso! Londres é o monstro mais grandioso e complicado que o mundo tem para oferecer.”
Mas depressa se habituou a Londres. A sua música foi calorosamente tocada e recebida. Uma interpretação da sua primeira sinfonia transformou-o em favorito do público britânico e, a partir daí, considerou a Inglaterra a sua segunda pátria. No Verão, Mendelssohn foi de férias à Escócia. Primeiro foi a Edimburgo, onde visitou as ruínas da capela onde a rainha Maria Stuart tinha sido coroada. Foi aí que Mendelssohn teve a ideia de gravar, numa sinfonia, as suas impressões sobre a Escócia. Escreveu os primeiros 16 compassos da introdução, que contém o material melódico principal do primeiro andamento.
O compositor estava encantado com a Escócia. Visitou Glasgow, Perth, Inverness e conheceu Sir Walter Scott, do qual tinha lido a totalidade das obras. A Sinfonia Escocesa só foi concluída em Janeiro 1842, não tendo sido publicada em partitura completa até ao ano seguinte. Foi estreada no dia 3 de Março de 1842, com o próprio compositor dirigindo a Orquestra de Gewandhaus de Leipzig.
Sinfonia nº 3 “A Escocesa”, de Mendelssohn
Orquestra Sinfónica de Londres
Maestro: John Eliot Gardiner

terça-feira, 29 de julho de 2014

John Barbirolli - Maestro inglês

No dia 29 de Julho de 1970 morreu o maestro inglês John Barbirolli. Tinha nascido em Londres no dia 2 de Dezembro de 1899.


Começou por estudar violino, mas, aos 7 anos, já tinha mudado para o violoncelo, que viria a tocar na Henry Wood's Queen's Hall Orchestra (onde, à data da entrada, era o membro mais novo, com apenas 17 anos), na Orquestra Sinfónica de Londres e na Orquestra do Covent Garden. A partir de 1926 dedicou-se em exclusivo à regência, começando por dirigir a British National Opera Company e a Covent Garden Opera Company. Nesse mesmo ano dirigiu a Orquestra Sinfónica de Londres, interpretando a Sinfonia nº 2, de Elgar. Em 1933 assumiu a condução da Scottish Orchestra, de Glasgow (mais tarde Royal Scottish National Orchestra).
Em 1937, perante alguma surpresa dos seus compatriotas (na terra natal era ainda considerado uma promessa...), sucedeu a Arturo Toscanini à frente da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque, lugar que ocupou até 1943. Nessa altura a vontade de regressar a casa prevaleceu. A Inglaterra estava totalmente envolvida na 2ª Guerra Mundial e Barbirolli não estava disposto a permanecer longe do seu país. Após o seu regresso passou a dirigir a Hallé Orchestra, que, em pouco tempo, se transformou numa das orquestras mais conceituadas e apreciadas. Barbirolli viria a dirigi-la durante 27 anos, até ao fim dos seus dias. Foi com ela que deu o seu último concerto, no dia 25 de Julho de 1970, quatro dias antes de morrer.
Abertura “Festival Académico”, de Brahms
Orquestra Filarmónica de Nova Iorque
Maestro: John Barbirolli

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Riccardo Muti - Um dos melhores maestros das óperas de Verdi

No dia 28 de Julho de 1941 nasceu, em Nápoles, na Itália, onde estudou piano, no Conservatório de São Pedro, o maestro Riccardo Muti.


É diplomado em composição e direcção de orquestra pelo Conservatório de Milão. Em 1967 ganhou o primeiro prémio numa competição para jovens maestros. De 1968 a 1980 foi o maestro principal do Maggio Musicale Fiorentino. A partir de 1972, e durante 10 anos, foi maestro principal da Orquestra Filarmónica de Londres, sucedendo a Otto Klemperer.
Entre 1980 e 1992 Riccardo Muti foi director musical da Orquestra de Filadélfia, com a qual fez muitas digressões internacionais. Em 1986 ocupou o cargo de maestro principal da Orquestra Filarmónica do La Scala. Desde 1971 é um dos maestros convidados no Festival de Salzburgo. O ano de 2001 foi o ano de Verdi. Apresentou, em Milão, várias óperas deste compositor, assim como o Requiem, com o Coro do La Scala na Basílica de São Marco, para comemorar o centenário da morte daquele compositor.
A 7 de Dezembro de 2004 Muti inaugurou o Teatro Alla Scala, após a sua restauração. Em Maio de 2008 assinou um contrato de cinco anos com a Orquestra Sinfónica de Chicago e também tem sido convidado a dirigir a Filarmónica de Nova Iorque. Em Setembro de 2008 foi convidado a dirigir a Filarmónica de Viena numa longa digressão pelo Japão.
"Coro dos escravos hebreus", da ópera “Nabucco”, de Verdi
Orquestra e Coro do Teatro da Ópera
Maestro do coro: Roberto Gabbiani
Maestro: Riccardo Muti

domingo, 27 de julho de 2014

Miklós Rózsa – Compositor húngaro

No dia 27 Julho de 1995, faleceu, nos Estados Unidos, o compositor Miklós Rózsa, que ficou mais conhecido pelas suas composições de bandas sonoras. Tinha nascido a 18 de Abril de 1907, em Budapeste, na Hungria.


Ainda jovem, compôs obras neoclássicas, além de ballets e sinfonias, em Paris e Londres, antes de ser contratado pelo seu compatriota Alexander Korda, para o arranjo musical do seu primeiro filme, em 1937. Três anos depois foi para Hollywood, onde desenvolveu um estilo que destacava impacto psicológico, tanto em filmes de suspense como em policiais.
Ganhou o primeiro Óscar em 1946, pela composição de "A casa encantada", de Alfred Hitchcock. Em 1949, foi contratado pela Metro-Goldwyn-Mayer e, no ano seguinte, o seu primeiro filme para aquele estúdio, "Quo Vadis”, marcou o início de uma nova fase para o músico e maestro, que saiu do estilo psicológico e dos filmes policiais, para o estilo épico e religioso.
O filme “Ben-Hur” foi um marco memorável na carreira de Miklós Rózsa, no final da década de 50. Na década seguinte, com o Óscar conquistado por "Ben-Hur" e o contrato com a Metro a acabar, ainda compôs as bandas sonoras de mais dois épicos espectaculares: "Rei dos Reis", em 1961, ainda para a Metro, e “El Cid”, para a Allied Artists.
Em 1967, compôs, para a Warner Brothers, a música do filme "Os Boinas Verdes". Miklos Rozsa é referência para muitos compositores de bandas sonoras que surgiram posteriormente, como Maurice Jarre e John Williams. Viveu o resto da vida nos Estados Unidos, onde veio a falecer.
Suite “Ben Hur”, de Miklós Rózsa
Orquestra Filarmónica de Pitsburgo
Maestro: Miklós Rózsa

sábado, 26 de julho de 2014

Laurindo Almeida - Guitarrista brasileiro

No dia 26 de Julho de 1995 faleceu em Los Angeles, o grande guitarrista brasileiro Laurindo Almeida. Tinha nascido em Miracatu, no Estado de São Paulo, Brasil, no dia 2 de Setembro de 1917.


Começou a aprender música com a mãe e a tocar guitarra com a irmã. Em 1935, mudou-se para Santos e, depois, para o Rio de Janeiro. Sozinho e sem dinheiro, chegou a dormir em bancos de jardim, tendo passado semanas à base de café com leite e pão com manteiga.
A carreira de Laurindo Almeida começou em 1936, a tocar a bordo de um cruzeiro e, no final dos anos 30, foi trabalhar na Rádio e actuou ao lado de artistas como Heitor Villa-Lobos e Pixinguinha. Em 1947 fez parte da orquestra de Carmen Miranda. A partir de 1950, estabeleceu-se em Los Angeles e começou a ser um requisitado músico de estúdio, tornando-se conhecido como guitarrista da orquestra de Stan Kenton, com a qual gravou muitos discos.
Laurindo Almeida contribuiu muito para a difusão da bossa nova nos Estados Unidos. Comenta-se mesmo que as suas gravações de 1953, com o saxofonista Bud Shank, antecipam em vários anos, o aparecimento da bossa nova. Nos anos de 1963 e 1964, participou no Modern Jazz Quartet. Ganhou seis Prémios Grammy, além de uma série de outros prémios da indústria fonográfica e cinematográfica.
Compôs e fez arranjos para 800 produções, incluindo filmes dos grandes estúdios de Hollywood. Tocou alaúde no filme, de 1956, “Os Dez Mandamentos”. A sua última participação em cinema foi em 1992, no filme “Os Imperdoáveis”, realizado por Clint Eastwood.
Clair de Lune, de Debussy
Guitarra: Laurindo Almeida

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Maureen Forrester – Contralto canadiana

No dia 25 de Julho de 1930 nasceu, em Montreal, a contralto canadiana Maureen Forrester, que ficou particularmente conhecida como intérprete de Mahler e Brahms.


Com quatro irmãos, cresceu num bairro pobre e, aos 13 anos, abandonou a escola para ajudar no sustento da família, trabalhando como secretária na companhia dos telefones. Teve aulas de canto com Sally Martin, Frank Rowe e o barítono Bernard Diamant. Em 1953, deu o primeiro recital no YWCA, acompanhada pelo pianista John Newmark que passou a ser seu colaborador durante um longo período da sua carreira. Fez várias digressões pelo Canadá e Europa com o grupo Jeunesses Musicales.
A estreia de Maureen Forrester nas salas de concerto foi com a Nona Sinfonia de Beethoven, conduzida por Otto Klemperer. Em 1956 estreou-se no Town Hall, em Nova Iorque. Nesse mesmo ano, Bruno Walter, maestro e compositor alemão, convidou-a para cantar. Estava à procura de uma contralto para uma actuação e gravação da Sinfonia n º 2, de Mahler. Em 1957, Maureen Forrester realizou um recital, acompanhada pela Orquestra Filarmónica de Nova Iorque, na despedida de Walter.
A dicção alemã que Forrester possuía era considerada excelente e o seu sentido dramático também era admirado. As suas actuações em óperas eram, preferencialmente, em papéis para mezzo-soprano e contralto. Também deu voz à personagem Bianca Castafiore na série de televisão “As Aventuras de Tintin”.
Trabalhou com todos os principais maestros de renome internacional e foi casada com o maestro Eugene Kash, com quem teve cinco filhos, entre eles os actores Linda Kash e Daniel Kash. Maureen Forrester morreu, com 79 anos, no dia 16 de Junho de 2010, em Toronto.
4º andamento "Urlicht” da Sinfonia nº 2, de Mahler
Contralto: Maureen Forrester
Maestro: Glenn Gould

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Ruggiero Ricci – Professor e violinista americano

No dia 24 de Julho de 1918, nasceu, em San Bruno, na Califórnia, o violinista americano Ruggiero Ricci.


Filho de emigrantes italianos, foi um violinista virtuoso e tornou-se célebre pelas suas interpretações de Paganini. O seu primeiro professor foi o pai, mas, aos sete anos, foi aluno de Louis Persinger, que, mais tarde, o acompanharia ao piano em muitos recitais e gravações. Ricci deu o seu primeiro recital com 10 anos, em San Francisco, onde interpretou obras de Wieniawski e Vieuxtemps. Aos 11 anos, em Nova Iorque, interpretou, com orquestra, o Concerto para violino de Mendelsshon e, pouco depois, teve a sua estreia no Carnegie Hall, onde obteve enorme sucesso. Foi considerado menino-prodígio.
Em 1947, Ruggiero Ricci foi o primeiro violonista a gravar os 24 Caprichos, op. 1, de Paganini. Além de ter dado mais de 6000 concertos, em 65 países, durante a sua carreira de 70 anos, Ricci também fez mais de 500 gravações, para todas as principais etiquetas. Também era brilhante como professor. Ensinou violino nas Universidades de Indiana e Michigan e na Juilliard School, em Nova Iorque. Na Áustria, foi professor na Universidade Mozarteum, em Salzburgo.
Ruggiero Ricci faleceu em Palm Springs, na Califórnia, devido a problemas de coração, no dia 6 de Agosto de 2012. Tinha 94 anos.
Capricho nº 24, de Paganini
Violino: Ruggiero Ricci

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Maria João Pires – Pianista portuguesa de renome internacional

No dia 23 de Julho de 1944 nasceu, em Lisboa, a pianista portuguesa Maria João Pires.


Aprendeu a tocar piano ainda criança. Aos cinco anos deu o primeiro recital, aos sete já tocava, em público, concertos de Mozart e com nove anos recebeu o prémio da Juventude Musical Portuguesa. Entre 1953 e 1960 estudou com o Professor Campos Coelho, no Conservatório de Lisboa. Prosseguiu os estudos musicais na Alemanha, primeiro na Academia de Música, em Munique, e depois em Hannover com Karl Engel.
Tornou-se reconhecida internacionalmente ao vencer o concurso internacional do bicentenário de Beethoven em 1970, que se realizou em Bruxelas. Tem feito numerosas digressões, onde interpretou obras de compositores, principalmente dos períodos clássico e romântico.
Maria João Pires é convidada com regularidade pelas grandes orquestras mundiais para tocar nas melhores salas de concerto, apresentando-se regularmente na Europa, Canadá, Japão, Israel e Estados Unidos. Em 1989, ganhou o Prémio Pessoa.
Foi fundadora e dirigente do Centro de Belgais para o Estudo das Artes, no concelho de Castelo Branco, de cariz pedagógico, cultural e social. Em 2006 partiu para o Brasil tendo declarado à Antena 2 e à publicação brasileira “Aguarrás”, ter sofrido muito em Portugal devido ao seu projecto em Belgais. No Brasil adquiriu uma casa nos arredores de Salvador, capital do estado da Bahia.
Nocturno op. 9, nº 1, de Chopin
Piano: Maria João Pires

terça-feira, 22 de julho de 2014

Josef Strauss – Engenheiro mecânico e compositor austríaco

No dia 22 de Julho de 1870 faleceu, em Viena, o compositor austríaco Josef Strauss. Tinha nascido na mesma cidade, no dia 20 de Agosto de 1827.


O seu pai, Johann Strauss, queria que ele seguisse a carreira militar. No entanto, Josef estudou teoria musical e aprendeu a tocar violino. Também teve formação como engenheiro e trabalhou para a cidade de Viena, como projectista. Foi inventor de máquinas e veículos, publicou livros de matemática, foi pintor, poeta e cantor. Mas, com todos estes predicados, ficou na História por causa da música. Em 1850, Josef Strauss começou a integrar a orquestra da família. O público de Viena, amante de valsas, recebeu, com agrado, as suas primeiras composições, o que o levou a tomar a decisão de continuar a tradição familiar de compor música de dança. Compôs mais de 300 marchas e danças e fez cerca de 500 arranjos de música de outros compositores.
Entre a família e os amigos, era conhecido como “Pepi” e o seu irmão, Johann, costumava dizer que “Pepi é o mais dotado de nós os dois; simplesmente, eu sou mais popular…” Josef Strauss nunca gozou de boa saúde e, durante uma digressão pela Polónia, em 1870, enquanto dirigia a orquestra, que tocava obras suas, caiu, inconsciente. A sua mulher levou-o de regresso a casa, em Viena, onde veio a falecer.
A minha vida é amor e riso, de Josef Strauss
Orquestra Filarmónica de Viena
Maestro: Zubin Mehta

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Isaac Stern – Violinista ucraniano

No dia 21 de Julho de 1920 nasceu em Kremenetz, na Ucrânia, o violinista Isaac Stern.


Foi levado para San Francisco com menos de um ano – e foi naquela cidade americana que fez toda a sua aprendizagem musical. Deu o seu primeiro concerto com orquestra aos 11 anos e aos 23 teve um estrondoso sucesso no mais faustoso e exigente palco dos Estados Unidos, o Carnegie Hall. Foi mesmo, durante muitos anos, presidente do Carnegie Hall.
Virtuoso deslumbrante, trabalhador incansável da arte do violino, Isaac Stern emprestou a sua técnica e sensibilidade musical incomparáveis a quase todos os grandes compositores da grande música. Gravou ao todo, mais de cem discos.
Mas além de extraordinário violinista, Isaac Stern foi também um cidadão de elevado sentido humanista: Ficou célebre a sua recusa de tocar com o maestro Herbert von Karajan, em virtude da simpatia nazi do célebre regente da Filarmónica de Berlim, um maestro com quem qualquer músico pagaria para tocar.
Honrando a sua ascendência judia, Stern deu, graciosamente, um memorável concerto em Jerusalém em 1967, na comemoração da paz que se seguiu à Guerra dos 6 Dias. Executou magistralmente um Concerto para Violino e Orquestra de Mendelssohn, acompanhado pela Orquestra Filarmónica de Israel, sob a direcção de Leonard Bernstein. A performance, de resto, fez parte do filme “Uma Jornada em Jerusalém”.
Este prodigioso músico, que morreu em Nova Iorque a 22 de Setembro de 2001, tendo sido o único grande violinista que fez toda a sua formação na América, viu a sua condição de “cidadão do mundo” reconhecida quando o governo chinês, para assinalar a sua abertura política em 1979, o convidou expressamente para se deslocar à China e interpretar um momento histórico que ficou registado no célebre documentário “De Mao a Mozart”.
Excerto do Concerto para violino, de Mendelssohn
Violino: Isaac Stern
Orquestra dos Concertos Gebouw de Amesterdão
Maestro: Bernard Haitink