sábado, 30 de novembro de 2013

Beniamino Gigli – Tenor italiano

No dia 30 de Novembro de 1957 morreu em Roma, vítima de broncopneumonia Beniamino Gigli, um tenor italiano de fama internacional, dotado de uma voz de grande e rara extensão a quem chamaram Caruso Segundo. Tinha nascido em Recanati, no dia 20 de Março de 1890.


Estreou-se como Enzo, na ópera Gioconda, de Ponchielli, a 15 de Outubro de 1914. Em Novembro de 1918 cantou no La Scala de Milão, na ópera Mefistófeles de Arrigo Boito, sob a direcção de Arturo Toscanini. No dia 26 de Novembro de 1920 estreou-se no Metropolitan Opera de Nova Iorque, novamente com Mefistófeles, seguida de Andrea Chérnier, de Umberto Giordano, que cantou durante onze temporadas consecutivas, La Bohème, de Puccini, O Elixir do Amor, de Donizetti e outros sucessos. Foi o tenor principal do Metropolitan Opera durante doze anos, sucedendo ao mito italiano, Enrico Caruso.
Em 1955 fez a tournée de despedida dos Estados Unidos, com três concertos, em Abril, no Carnegie Hall. O último concerto da sua vida foi em 25 de Maio de 1955, no Constitution Hall de Washington.
Ária “Che gelida manina”, da ópera “La Bohème”, de Puccini
Tenor: Beniamino Gigli

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Giacomo Puccini - Compositor italiano

No dia 29 de Novembro de 1924, morreu, em Bruxelas, o compositor italiano Giacomo Puccini. Tinha nascido a 22 de Dezembro de 1858, em Lucca, na Itália.


Estudou órgão com o pai até que este morreu, em 1864, quando Puccini tinha 5 anos. Continuou os estudos de órgão com o tio e, aos dez anos, começou a cantar no coro da igreja. Parecia destinado a seguir a tradição da família e ser um simples músico de igreja, até que um dia, em 1876, aos 18 anos, ouviu a ópera “Aida”, de Verdi, que despertou nele a paixão pela composição de óperas. Conseguiu uma bolsa de estudo da rainha Margherita e, com a ajuda financeira do tio, entrou para o Conservatório de Milão, onde foi aluno de Amilcare Ponchielli e se graduou em 1883. A sua primeira ópera, Le Villi, foi composta em 1883 para participar num concurso. Não ganhou o primeiro prémio, mas chamou a atenção de Giulio Ricordi, dono da uma editora de música, que lhe encomendou uma segunda ópera, Edgar, que foi friamente recebida quando estreou no Teatro La Scala de Milão, na primavera de 1889.
Puccini casou com Elvira Gemignani, em 1904, mas a relação do casal foi turbulenta. Elvira era ciumenta e acusou a empregada de manter relações íntimas com o compositor. A vida da garota era um inferno, a tal ponto que acabou por cometer suicídio, em 1909. Mas a autópsia revelou que ela era virgem, provando assim a inocência do compositor. A Senhora Puccini foi presa e obrigada a pagar uma indemnização à família da rapariga.
Em 1924, diagnosticado com cancro na garganta, Puccini foi-se tratar para Bruxelas, onde morreu, no dia 29 de Novembro do mesmo ano, deixando inacabada a sua última ópera, Turandot.
“Un bel di vedremo” da ópera “Madame Butterfly”, de Puccini
Soprano - Angela Gheorghiu

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Anton Rubinstein - Pianista, compositor e maestro russo

No dia 28 de Novembro de 1829, nasceu, em Vikhvatinets, o pianista, compositor e maestro russo Anton Rubinstein.


No piano, foi visto como um rival de Liszt, graças ao seu extraordinário virtuosismo. O seu enorme talento não agradava a todos, como quase sempre sucede. Mas têm reconhecimento unânime a sua obra musical e o trabalho que desenvolveu em prol da música.
Nascido numa família judaica, aprendeu a tocar piano muito cedo. Em Berlim, estudou composição e teoria musical com Siegfried Dehn. Depois, foi para Viena, onde ensinou por pouco tempo, antes de voltar à Rússia, em 1848, onde trabalhou como músico da cunhada do Czar.
Rubinstein estabeleceu-se em São Petersburgo e iniciou uma tournée como pianista, em meados de 1850. Crítico do movimento nacionalista russo, cujo rosto mais visível foi o grupo dos Cinco, fundou a Sociedade Musical Russa, em 1859, e o Conservatório de S. Petersburgo (a primeira escola de música na Rússia), em 1862, para "combater o amadorismo desse movimento nacionalista"… Até 1867, foi director e professor do Conservatório, período durante o qual teve Tchaikovsky como aluno.
Durante quase toda a vida, Rubinstein sentiu-se um pouco deslocado. Nascido na República da Moldávia, de pais judeus, Anton Rubinstein cresceu numa família em que se falava judaico, russo e alemão e em que muitos dos membros judeus se converteram ao cristianismo russo. Por isso, quando os músicos da escola nacionalista criticaram asperamente a sua música, escreveu um dia este desabafo: “Os Russos chamam-me alemão, os alemães chamam-me russo, os judeus chamam-me cristão e os cristãos, judeu. Os pianistas chamam-me compositor e os compositores chamam-me pianista. Os clássicos vêem-me como futurista e os futuristas chamam-me reaccionário. Concluo que não sou carne nem peixe – um desgraçado indivíduo.”
Anton Rubinstein faleceu no dia 20 de Novembro de 1894, em Peterhof, na Rússia, depois de ter sofrido de uma doença do coração durante algum tempo.
Melodia em fá maior, de Anton Rubinstein
Piano: Shura Cherkassky

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Fernando Lopes-Graça - Um dos maiores compositores portugueses do séc. XX

No dia 27 Novembro de 1994, faleceu, na sua casa da Av. da República, na Parede, o compositor português Fernando Lopes Graça. Tinha nascido no dia 17 de Dezembro de 1906, em Tomar.


Cresceu no seio de uma família da pequena burguesia. O pai tomou, de trespasse, o hotel que fora do padrinho. Entre os trastes que mobilam a casa, um velho piano. A brincar, o pequeno Fernando matraqueia o teclado. É o acaso que lhe proporciona estudar música a sério. O tenente Aboim é hóspede no hotel do pai. Entusiasmado com as habilidades da criança, insiste para que tenha lições com a filha do seu general.
Aos 14 anos, Fernando Lopes Graça já é pianista no Cine-Teatro de Tomar. Em 1923 ingressou no Curso Superior do Conservatório de Lisboa e, em 1927, inscreveu-se na Aula de Virtuosidade de um antigo aluno de Liszt, José Vianna da Motta, seu mestre e amigo. Terminou o Curso Superior de Composição com a mais alta distinção.
Obteve a 1ª classificação para o lugar de professor de piano e solfejo do Conservatório de Lisboa. Não chegou a tomar posse por motivos políticos. Foi preso e desterrado para Alpiarça. Em 1937 ganhou uma bolsa para estudar em Paris, a qual acabou por lhe ser recusada pelas mesmas razões que o impediram de ser professor no Conservatório. No entanto, partiu, a expensas suas, para Paris, onde estudou composição e orquestração. O director de programas da Emissora Nacional convidou-o a assumir a direcção da secção de música, cargo que recusou por não querer satisfazer as formalidades de ordem política. Mas continuou a sua actividade como compositor, pianista, crítico teatral em "O Diabo" e crítico musical na "Seara Nova". Lopes-Graça era um homem bem-humorado, que dizia o que pensava e pensava o que dizia.
1º andamento da Sinfonia para orquestra, de Fernando Lopes-Graça

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Albert Ketèlby – Maestro, pianista e compositor inglês

No dia 26 de Novembro de 1959 morreu em Cowes o compositor, maestro e pianista inglês Albert Ketèlby. Tinha nascido a 9 de Agosto de 1875, em Birmingham.


Aos onze anos escreveu uma sonata para piano que lhe valeu grandes elogios por parte do compositor Edward Elgar. Obteve uma bolsa de estudo para o Trinity College of Music, em Londres, onde revelou o seu talento para tocar vários instrumentos de orquestra. Obteve, aí, uma bolsa de estudo, ficando em primeiro lugar, à frente de Gustav Holst. Foi organista na Igreja de S. João, em Wimbledon, antes de ser nomeado director musical do Teatro Vaudeville de Londres, para o qual escreveu várias obras vocais e instrumentais. Mais tarde, adquiriu fama a compor música ligeira e popular, que era usada como acompanhamento de filmes mudos e em salões de chá.
Embora não haja provas disso, Ketèlbey é frequentemente mencionado como sendo o primeiro compositor milionário da Inglaterra. Baseando-se no número de actuações das suas obras, a revista "Performing Right Gazette" nomeou-o “o maior compositor inglês vivo”. Além da música de cariz popular, também ficou famoso por escrever música de inspiração oriental.
Morreu na sua casa em Egypt Hill, para onde tinha ido para se concentrar na escrita e se dedicar ao seu passatempo favorito: jogar bilhar.
Num Mercado Persa, de Albert Ketèlbey
Orquestra de Bandolins da Madeira
Maestro: Eurico Martins

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Wilhelm Kempf - Compositor e pianista alemão

No dia 25 de Novembro de 1891 nasceu em Jüterbog, Brandeburgo, o compositor e pianista alemão Wilhelm Kempf.


Cresceu perto de Potsdam, onde o pai era director de música e organista, na Igreja de S. Nicolau. O seu avô também era organista e o irmão, Georg, foi director de música de igreja na Universidadde de Erlangen. Kempff começou a estudar música numa escola de Berlim, depois de ter tido lições com o pai, quando era mais novo. Em 1917, deu o seu primeiro grande recital. Depois disso, actuou por quase toda a Europa e pelo resto do mundo.
Entre 1936 e 1979, Wilhelm Kempff actuou dez vezes no Japão (deram o nome de Kempu-san a uma pequena ilha japonesa, em sua honra). Actuou pela primeira vez em Londres, em 1951 e, em Nova Iorque, em 1964. Em 1981, deu o seu último concerto em Paris e, depois, retirou-se, devido a problemas de saúde. Tinha a doença de Parkinson. Morreu em Positano, na Itália a 23 de Maio de 1991, com 95 anos. Embora o seu repertório inclua Bach, Liszt, Chopin, Schumann e Brahms, Kempff é mais conhecido pelas suas interpretações da música de Schubert e Beethoven. Gravou, pelo menos uma vez, as sonatas completas destes dois compositores.
3º andamento da Sonata “Ao Luar”, de Beethoven
Piano: Wilhelm Kempff

domingo, 24 de novembro de 2013

Scott Joplin – Compositor e pianista norte-americano

No dia 24 de Novembro de 1868, nasceu em Texarkana, no Estado do Texas, Estados Unidos, o compositor e pianista norte-americano Scott Joplin, o mais célebre compositor da "Era do Ragtime".


Embora a sua família fosse pobre (os pais eram mendigos), o jovem Joplin chegou a estudar piano clássico quando criança.
Quando tinha 14 anos, a mãe adquiriu um piano – e ele, demonstrando grande habilidade para o instrumento, recebeu aulas gratuitas de uma professora alemã, que lhe incutiu o gosto pela música clássica. Por volta dos 20 anos, tornou-se pianista, viajando pelo centro-oeste americano.
Mas num belo dia de 1893, na Feira Mundial de Chicago, ele ouviu a música mais recente, incluindo a banda orquestral de John Philip Sousa. Talvez tenha sido esse o dia em que “decidiu” que entre música popular e música erudita não havia necessariamente divergência. Depois disso, reforçou os seus estudos de teoria musical, harmonia e composição. Anos depois, vendiam-se em grande escala os seus discos de marchas, valsas e… ragtimes.
Em 1895 publicou a primeira composição: "Please Say You Will". "Maple Leaf Rag" foi o mais famoso "Piano Rag" da época, garantindo a Joplin o título de "Rei do Ragtime".
No total, Scott Joplin escreveu cerca de 60 composições, 41 delas "Piano Rags", entre outras canções, marchas e a ópera "Treemonisha" (produzida sem sucesso em 1915, mas que seria revivida em 1957 com grandes resultados). Nunca reconhecido em vida como o sério compositor que era, Joplin só obteve reconhecimento postumamente, quando o seu trabalho foi republicado em 1972 e aclamado pela comunidade popular e escolar.
Pelo menos no ragtime, foi um virtuoso pianista. Um jornal americano da época chegou mesmo a qualificá-lo como “o melhor pianista do mundo”. Mas a principal razão por que viria a receber, a título póstumo, o Prémio Pulitzer e tem hoje uma estrela no Passeio da Fama de St. Louis foi – é claro – a mestria das composições que deixou escritas.
Scott Joplin morreu em Manhattan, Nova Iorque, no dia 1 de Abril de 1917.

“The Entertainer”, de Scott Joplin
Piano: Katia Labèque e Marielle Labèque

sábado, 23 de novembro de 2013

Manuel de Falla – Compositor espanhol

No dia 23 de Novembro de 1876, nasceu, em Cádis, o compositor espanhol Manuel de Falla.


Filho dum comerciante e duma pianista, recebeu, da mãe, as suas primeiras aulas de música. A partir do fim da década de 1890, estudou piano e composição em Madrid. Em 1899, por votação unânime, foi-lhe conferido o primeiro prémio na competição de piano do conservatório.
Nessa altura, Falla começou a usar o "de" com o primeiro sobrenome, fazendo "de Falla" ser o nome com o qual se tornaria famoso. Por influência de Felipe Pedrell, seu professor de composição, Manuel de Falla começou a interessar-se pela música espanhola, particularmente pelo flamenco andaluz, que se mostraria marcante em muitas das suas composições. A sua obra-prima, “O Amor Bruxo” (com o subtítulo ‘Cenas Ciganas da Andaluzia’) é uma ilustrativa demonstração desse seu interesse pela música de raiz popular.
Enquanto ensinava piano em Madrid, Manuel de Falla ganhou dois prémios de composição, um com uma peça para piano e outro com a ópera “A vida breve”, que só estreou oito anos depois, em 1913, na cidade francesa de Nice, quando de Falla já residia em Paris. Na França conviveu com alguns dos mais conhecidos compositores da época, como Ravel, Albéniz e Stravinski.
Mudou-se para Granada em 1919, onde criou, em 1922, com o poeta Federico García Lorca, um festival de cânticos do folclore da Andaluzia. De Falla tentou em vão impedir o assassinato de García Lorca em 1936. Viveu em Granada até à vitória de Franco na guerra civil espanhola, quando se exilou na Argentina, em 1939, onde morreu no dia 14 de Novembro de 1946. Os seus restos mortais foram trasladados para Cádis, em cuja catedral lhe foi destinado um túmulo.
“Dança Ritual do Fogo” do bailado “O Amor Bruxo”, de Manuel de Falla
Orquestra Sinfónica de Chicago
Maestro: Daniel Barenboim

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Joaquin Rodrigo – Compositor espanhol

No dia 22 de Novembro, dia de Santa Cecília, padroeira da música, no ano de 1901, nasceu, em Sagunto (na província de Valência), o compositor espanhol Joaquin Rodrigo.


Quando tinha apenas 4 anos, em 1905, houve um surto de difteria na sua terra natal, que vitimou mortalmente muitas crianças e de que resultou a cegueira de Joaquin Rodrigo. O facto de ter ficado cego impeliu-o para o seu maior talento: a música.
Graças a esse talento e a uma obra enorme, no final da vida tinha recebido nada menos que 8 condecorações e medalhas honoríficas, das mais notáveis atribuídas em Espanha. Mas não só: foi doutor honoris causa por 4 universidades espanholas, pela Universidade da Califórnia e pela Universidade inglesa de Exter. E mereceu do governo francês 3 das mais elevadas condecorações, não só na arte e na cultura, mas também como cidadão.
Enquanto jovem, Joaquin Rodrigo tinha, graças a bolsas de mérito, estudado música em Paris, onde foi dilecto aluno do compositor Paul Dukas, e na Alemanha, de onde teve que fugir quando rebentou a II Guerra Mundial. Nessa fuga, trazia consigo o manuscrito da obra que o imortalizou: o célebre Concerto de Aranjuez.
Em 1954, recebeu a responsabilidade de compor para o “gigante” da guitarra clássica Andres Segovia uma obra destinada a estrear no ano seguinte em S. Francisco, na Califórnia. Daí resultou a obra “Fantasia Para Um Gentil Homem”.
Joaquin Rodrigo morreu, na sua casa em Madrid, no dia 6 de Julho de 1999.
Excerto de “Fantasia Para Um Gentil Homem”, de Joaquin Rodrigo
Guitarra: Narciso Yepes

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Francisco Tárrega – Guitarrista e compositor espanhol

No dia 21 de Novembro de 1852, nasceu, em Vila-real, o guitarrista e compositor espanhol Francisco Tárrega.


Teve as suas habilidades musicais questionadas quando defendeu um método de tocar guitarra diferente do que era usado na época. Segundo ele, o toque realizado pela mão direita deveria ser feito num ângulo de 90º e com a parte "macia" do dedo, ou seja, a unha não deveria ser utilizada. Devido à ocupação dos seus pais, o pequeno Francisco ficou ao cuidado de uma ama. Um dia fugiu da ama, caindo num riacho perto de casa, o que lhe causou um forte choque, danificando a sua visão para sempre. O pai pensou que Francisco poderia perder completamente a vista, por isso a família mudou-se para Castellón, para ele frequentar aulas de música e, no caso de ficar cego, poder ganhar a vida tocando algum instrumento.
Foi no Conservatório Nacional de Música que, tendo visto a grande qualidade de Tárrega como guitarrista num concerto, o seu professor lhe disse: "A guitarra necessita de ti, e tu nasceste para ela". Desde esse momento, abandonou o piano e concentrou-se exclusivamente no seu instrumento preferido. A partir de 1880 a sua fama começa a crescer e o seu sentimento interpretativo cativa o público. Em 1881 muda-se para França. Depois de um maravilhoso concerto em Lyon, chegou a Paris onde conheceu as personalidades mais importantes da época. Depois de se casar, estabeleceu-se em Barcelona e deslocou-se a inúmeros lugares para dar concertos. Realizou frequentes digressões por Espanha e França. Regressou depois a Barcelona, onde compôs a maioria das suas mais famosas obras e onde faleceu a 15 de Dezembro de 1909.
"Recuerdos de Alhambra", de Francisco Tárrega
Guitarrista: Pepe Romero

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Barbara Hendricks – Soprano norte-americana

No dia 20 de Novembro de 1948, nasceu, no Arkansas, Estados Unidos, a soprano Barbara Hendricks.


Licenciou-se na Juilliard School of Music, depois de já ter obtido uma licenciatura em Matemática e Química pela Universidade do Nebraska, aos vinte anos de idade. Em 1974 estreou-se como cantora de ópera nos Estados Unidos e na Europa, apresentando-se, seguidamente, nas principais casas de ópera do mundo. O repertório de Barbara Hendricks inclui mais de vinte personagens, tendo gravado doze das óperas de Mozart, clássicos franceses e obras-primas da ópera italiana. Estreou-se no cinema no papel de Mimi, numa produção de La Bohème realizada por Luigi Comencini. Foi membro do júri na edição de 1999 do Festival Internacional de Cinema de Cannes, presidido por David Cronenberg.
Foi acompanhada ao piano por um grande número de destacados pianistas, entre os quais se destaca a pianista portuguesa Maria João Pires. Foi, também, dirigida por inúmeros maestros de renome internacional. Barbara Hendricks estreou-se no domínio do jazz em 1994, no Festival de Jazz de Montreux, tendo, desde então, actuado regularmente em importantes festivais em todo o mundo. Depois de mais de vinte anos ao serviço da causa dos refugiados e do seu apoio ao Alto Comissariado para os Refugiados, foi nomeada Embaixadora Honorária Vitalícia daquela organização, realizando tarefas que requerem a sua longa experiência e dedicação. Barbara Hendricks recebeu numerosos prémios pela sua actividade artística e pelo seu trabalho humanitário. Vive na Europa desde 1977 e é cidadã sueca.
Ave Maria, de Schubert
Soprano: Barbara Hendricks

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Franz Schubert - Um dos maiores compositores do séc. XIX

No dia 19 de Novembro de 1828, morreu, em Viena, o compositor austríaco Franz Schubert. Tinha nascido no dia 31 de Janeiro de 1797, num pequeno subúrbio daquela cidade.


Aos seis anos, entrou na escola de Lichtenthal, onde passou alguns dos melhores anos da sua vida. A sua educação musical começou também por esta altura. O seu pai transmitiu-lhe alguns conhecimentos rudimentares sobre violino e o seu irmão, Ignaz, iniciou-o no piano.
Aos sete anos, foi entregue à guarda de Michael Holzer, o mestre de capela da igreja de Lichtenthal. As lições de Holzer consistiam mais em manifestações de espanto por parte do mestre. O jovem Schubert beneficiou muito com a ajuda de um seu colega que o levava a um armazém de pianos, onde tinha oportunidade de praticar em instrumentos mais sofisticados do que aquele que a sua família lhe podia proporcionar.
Aos 11 anos foi ouvido por Antonio Salieri, compositor oficial da corte (que também foi mestre de Mozart), o que lhe valeu um lugar de soprano no coro da corte e uma bolsa de estudo num dos melhores colégios de Viena. Depois, foi uma vida de criação e produtividade imensas. Dessa vida nasceram 600 lieder, a imortal Ave Maria, concertos e peças de piano e sinfonias que, enriquecendo o património da humanidade, de pouco adiantaram a um génio que lidava mal com o dinheiro e morreu sem ver publicadas algumas das suas mais geniais obras. Depois da morte, as partituras de Schubert foram vendidas ao desbarato e vieram a enriquecer editores como Diabelli.
A obra de Franz Schubert não teve grande reconhecimento por parte do público durante a sua curta vida. Teve sempre dificuldade em assegurar um emprego permanente, vivendo muitas vezes à custa de amigos e do trabalho que o pai lhe dava. Conseguia ganhar algum dinheiro com obras que publicava e, ocasionalmente, dando explicações de instrução musical. Só no último ano de vida conseguiu alguma aceitação por parte do público.
A sua saúde deteriorou-se no auge da sua actividade criativa. Sofria de sífilis desde 1822. Supõe-se que morreu de febre tifóide, ainda que vários biógrafos apresentem outras possíveis doenças, no dia 19 de Novembro, na casa do seu irmão Ferdinand, em Viena, com 31 anos de idade e sem quaisquer recursos financeiros. Parecia ter morrido um qualquer vagabundo, desprezado por quase todos, boémio miserável que nunca tivera para tocar senão um piano alugado com o dinheiro que um amigo rico lhe emprestava.
Ao fazerem o despejo da casa em que habitava, fizeram um inventário de uns míseros 63 florins – dos quais 53 foram contados como "roupas domésticas e pessoais" e 10 – apenas 10 florins – como “músicas".
Foi sepultado num pequeno cemitério local e, 60 anos mais tarde, trasladado para o cemitério central de Viena, para repousar ao lado de Beethoven. Continua ainda hoje lembrado por uma estátua digna, na principal praça de Viena.
Serenata, de Franz Schubert
Tenor: Peter Schreier
Piano: Rudolf Buchbinder

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Eugene Ormandy - Maestro e violinista americano

No dia 18 de Novembro de 1899 nasceu, em Budapeste, na Hungria, o maestro e violinista Eugene Ormandy. Inicialmente, ganhou fama como violinista, na sua terra natal.


Foi o aluno mais novo da história da Academia de Música de Budapeste (hoje chamada Academia de Música Franz Liszt), onde entrou com 5 anos, deu os primeiros concertos aos 7 e formou-se com o grau de Mestre aos 14. A carreira de maestro começou, por acidente: em 1921 ia fazer uma digressão, como violinista, pelos Estados Unidos, com a promessa de proventos fabulosos, mas que não passou de um embuste. Sem dinheiro, lá arranjou um empregozito no Teatro do Capitólio de Nova Iorque, de que, 4 anos depois, já era o maestro principal. Tornou-se cidadão americano em 1927. A oportunidade da sua vida surgiu quando, por doença, Toscanini se viu impedido de dirigir a Orquestra de Filadélfia. Corria o ano de 1931.
Ormandy agarrou essa oportunidade, causando tal impressão que, pouco tempo depois, foi convidado para maestro principal da Orquestra Sinfónica de Minneapolis. Com esta orquestra, foi contratado pela RCA Victor para uma série de gravações, que decorreram em 1934 e 1935 e graças às quais, seleccionando e dirigindo músicos cuja técnica apurou laboriosamente, o maestro granjeou prestígio e reconhecimento mundial. Em 1938, depois de 2 anos como maestro auxiliar, passou a maestro principal da Orquestra de Filadélfia, de onde só saiu para a reforma, 42 anos depois!!! Foram suas as primeiras gravações da Sinfonia nº 4 e do Concerto para Violoncelo nº 2, de Shostakovich, no segundo caso com o violoncelista Mstislav Rostropovich. Foi ainda com Ormandy que, no dia 21 de Março de 1948, foi efectuada a primeira transmissão televisiva de uma sinfonia: a nº 1 de Rachmaninov.
Faleceu no dia 12 de Março de 1985, em Filadélfia.
Sinfonia nº 8, de Beethoven
Orquestra Filarmónica de Viena
Maestro: Eugene Ormandy

domingo, 17 de novembro de 2013

Álvaro Cassuto - Maestro português

No dia 17 de Novembro de 1939 nasceu, no Porto, Álvaro Cassuto, o maestro português de maior projecção internacional. É licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa.

Entre 1970 e 1992 dirigiu a Orquestra Sinfónica da RDP e, em 1993, fundou a Nova Filarmonia Portuguesa. Entre 1993 e 1999 dirigiu a Orquestra Sinfónica Portuguesa e, actualmente, é o maestro titular da Orquestra do Algarve. Estudou regência com Pedro de Freitas Branco e Herbert von Karajan e licenciou-se no Conservatório de Viena. Viveu 18 anos nos Estados Unidos, onde foi professor de música na Universidade da Califórnia e director musical da Orquestra Filarmónica de Rhode Island e da Orquestra Nacional de Nova Iorque. Regressou definitivamente a Portugal em 1986. Entre outras, dirigiu a Orquestra Sinfónica de Jerusalém e a Ra'anana Symphonette de Israel. Durante toda a sua carreira, o maestro Álvaro Cassuto tem sido um dos principais divulgadores da obra do compositor português Joly Braga Santos, seu amigo e colega.
Suite Rústica nº 1, de Fernando Lopes-Graça
Royal Scottish National Orchestra
Maestro: Álvaro Cassuto

sábado, 16 de novembro de 2013

Rodolphe Kreutzer - Violinista, professor, maestro e compositor francês

No dia 16 de Novembro de 1766, nasceu, em Versailles, o violinista, professor, maestro e compositor francês Rodolphe Kreutzer, cujo nome é, talvez, mais conhecido, porque Beethoven lhe dedicou uma das suas mais famosas e conhecidas sonatas para violino e piano.


Inicialmente aprendeu música com o pai e, mais tarde, com Anton Stamitz, tornando-se num virtuoso do violino, que tocou, como solista, até 1810. Foi professor no Conservatório de Paris, desde a sua fundação, em 1795, até 1826. Durante algum tempo foi dirigente da Ópera de Paris, onde também foi maestro, a partir de 1817.
A Sonata nº 9, op. 47, em lá maior, para violino e piano de Ludwig van Beetoven foi escrita em 1803 e, originalmente, dedicada ao violinista George Bridgetower. Mas uma questiúncula entre o compositor e o violinista levou Beethoven a retirar essa dedicatória. Dedicou-a, então, a Rodolphe Kreutzer, que tinha conhecido em 1798, em Viena. Acontece que Kreutzer nunca chegou a tocar esta sonata, porque a considerava intocável.
Kreutzer morreu em Genebra, no dia 6 de Janeiro de 1831.
Concerto nº 17, para violino e orquestra, de Rodolphe Kreutzer

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Frederico de Freitas-Compositor, professor e autor

No dia 15 de Novembro de 1902, nasceu, em Lisboa, o compositor português Frederico de Freitas.


Estudou no Conservatório de Lisboa e uma das suas primeiras obras foi o "Poema sobre a écloga de Virgílio", para orquestra de cordas. Em 1923 compôs o “Noturno”, inspirado num soneto de Antero de Quental, e uma Sonata para violino e violoncelo. Em 1926, ganhou o prémio Nacional de Composição e o prémio Carlos Seixas e, em 1935, o prémio Domingos Bomtempo. Foi um compositor prolífico, tendo-se inspirado nas mais variadas vertentes da música, como a popular e a religiosa. Também compôs bandas sonoras para filmes e música de bailado. Compôs obras por encomenda para o Gabinete de Estudos Musicais e foi autor de estudos de musicologia, professor de música e director de várias orquestras da Europa e do Brasil. Em 1940, criou a Sociedade Coral de Lisboa.
Frederico de Freitas faleceu no dia 12 de Janeiro de 1980.
Final da “Dança de Menina Tonta”, de Frederico de Freitas
Orquestra Nacional Escocesa
Maestro: Álvaro Cassuto

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Narciso Yepes - Um dos ícones da guitarra clássica do séc. XX

No dia 14 de Novembro de 1927, nasceu, em Lorca, o guitarrista espanhol Narciso Yepes.


Aos 4 anos, recebeu, do pai, a sua primeira guitarra. Aos 20 (em 1947) fez a sua estreia oficial em Madrid, interpretando o Concerto de Aranjuez, de Joaquin Rodrigo. Com essa mesma obra viria, em 1964, a utilizar, pela primeira vez, a guitarra de 10 cordas que ele próprio criou, para interpretar mais fielmente a grande música do período barroco.
Nunca mais deixou a sua guitarra de 10 cordas. Com ela tocou com as mais famosas orquestras do mundo, numa média de 130 recitais por ano. E com ela se tornou num dos grandes músicos do século XX, para além de importante investigador e redescobridor de inúmeras obras para guitarra dos séculos XVI e XVII.
Pelo seu enorme contributo para a música, Narciso Yepes recebeu, das mãos do rei Juan Carlos, a Medalha de Ouro de Distinção das Artes. Foi-lhe também atribuído o Prémio Nacional da Música, para além de ter sido nomeado Membro da Academia de Afonso X, Doutor Honoris Causa pela Universidade de Múrcia e eleito por unanimidade para a Academia Real das Belas Artes de Espanha.
Narciso Yepes morreu, em Murcia, no dia 3 de Maio de 1997.
Recuerdos de la Alhambra, de Francisco Tarrega
Guitarra: Narciso Yepes

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Gioachino Rossini - Um dos mais populares compositores de todos os tempos

No dia 13 de Novembro de 1868, faleceu, na sua casa de campo em Passy, na França, o compositor italiano Gioachino Rossini. Tinha nascido no dia 29 de Fevereiro de 1792, em Pésaro, na Itália.


Compôs 39 óperas, assim como diversos trabalhos para música sacra e música de câmara. Recebeu as suas primeiras lições musicais do pai, que tocava trompa e trompete na orquestra local. O pai de Rossini simpatizava com a Revolução Francesa e deu as boas-vindas às tropas de Napoleão quando invadiram o norte da Itália. Isto tornou-se um problema quando os austríacos restauraram o antigo regime, em 1796. O pai de Rossini foi preso e a mãe foi para Bolonha com o filho, onde ganhava a vida como cantora nos diversos teatros da região.
Aos catorze anos, Rossini matriculou-se no liceu musical da cidade e apaixonou-se pelas composições de Haydn e Mozart, mostrando grande admiração pelas óperas de Cimarosa. Estudou violoncelo no Conservatório de Bolonha. Em 1807 é admitido nas aulas de contraponto do padre Stanislao Mattei.
Em 1810 abandonou o conservatório e seguiu para Veneza, onde estreou a sua primeira ópera, “La Cambiale di Matrimonio”. A visão de Rossini sobre recursos orquestrais não é geralmente atribuída às regras de composição estritas que aprendeu com Mattei, mas aos conhecimentos adquiridos independentemente, ao seguir as sinfonias e quartetos de Haydn e Mozart. Em Bolonha, era conhecido como "il Tedeschino" ("o alemãozinho") por causa da sua devoção a Mozart. Instalou-se em Paris em 1855, onde a sua casa era um centro da sociedade artística.

Final da Abertura da ópera “Guilherme Tell”, de Rossini
Orquestra Sinfónica de Milwaukee
Maestro: Edo de Waart

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Lucia Popp – Soprano austríaca

No dia 12 de Novembro de 1939 nasceu na Eslováquia, a soprano Lucia Popp. Atingiu grande destaque nas décadas de 60 e 70, principalmente interpretando óperas de Mozart.


Depois de terminar a escola, estudou medicina durante dois anos. Começou a sua carreira como actriz, até que uma professora de canto, ao ouvi-la cantar numa peça de Molière, se ofereceu para lhe dar lições de canto. Decidiu, então, estudar música nos Conservatórios de Brünn e Praga. Frequentou a Academia de Música de Bratislava, durante quatro anos. Começou os estudos como mezzo-soprano, mas, de repente, a sua voz desenvolveu-se para um registo mais alto.
Aos 23 anos, Lucia Popp estreou-se em palco, como cantora, na Ópera de Bratislava, interpretando papel de Rainha da Noite, na ópera “A Flauta Mágica”, de Mozart. Em 1963, Herbert von Karajan ouviu-a cantar e contratou-a, imediatamente, para integrar o elenco da Ópera do Estado de Viena. As suas primeiras actuações tiveram um sucesso tão grande que lhe foi oferecido um contrato de três anos naquela companhia de ópera. Tornou-se famosa da noite para o dia, interpretando a Rainha da Noite, um papel no qual era considerada inultrapassável.
Estreou-se no Covent Garden, em Londres, no ano de 1966 e, em Fevereiro de 1967, cantou, pela primeira vez, no Metropolitan Opera de Nova Iorque. As audiências do La Scala de Milão só tiveram oportunidade de a conhecer em 1976.
Trabalhou com maestros famosos como Leonard Bernstein, Lorin Maazel, Neville Marriner, Charles Mackerras, Rafael Kubelík, Bernard Haitink and Georg Solti e participou em produções na Áustria, Alemanha e Inglaterra.
Muitas das suas gravações receberam prémios internacionais. A Filarmónica de Viena atribuiu-lhe a “Rosa de Prata”, uma honra da qual se sentia, particularmente, orgulhosa.
Lucia Popp também obteve grande sucesso na sua carreira em recitais e concertos. As “Lied” ocupavam um lugar especial no seu repertório. Deu recitais na América, Austrálias, Israel, África do Sul, Grã-Bretanha, Áustria, Suíça, Itália e Alemanha.
Estava, sem dúvida, no auge da sua carreira quando faleceu, prematuramente, de cancro do cérebro, no dia 16 de Novembro de 1993, em Munique, na Alemanha.
Ária da Rainha da Noite, da ópera “A Flauta Mágica”, de Mozart
Soprano: Lucia Popp

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Ernest Ansermet - Matemático, físico e maestro suíço

No dia 11 de Novembro de 1883, nasceu, em Vevey, na Suiça o matemático, físico e maestro suíço Ernest Ansermet.


Apesar de ter nascido no seio de uma família com tradições musicais, os seus estudos focaram-se principalmente na matemática, e não propriamente na música. No entanto, ainda novo, estudou vários instrumentos, entre os quais o clarinete e o violino, e mais tarde, enquanto prosseguia os estudos na Sorbonne, frequentou cursos no Conservatório de Paris. No regresso à pátria começou por ser professor de matemática na Universidade de Lausanne, antes de se dedicar exclusivamente à música.
Estreou-se como maestro em 1910 e entre 1915 e 1923 foi maestro nos Ballets Russes de Diaghilev. Viajando pela França, encontrou-se com Debussy e Ravel, e pedia-lhes conselhos sobre a interpretação das suas obras. Durante a primeira guerra mundial encontrou-se com Stravinsky, que estava exilado na Suíça, e a partir deste encontro começou a sua associação com a música russa.
Fundou a Orquestra Nacional de Buenos Aires e, em 1918, a Orquestra de la Suisse Romande, da qual foi maestro até 1967. Fez várias tournées pela Europa e pela América e ficou famoso pelas suas precisas interpretações da música moderna, fazendo primeiras gravações de obras como o “Capriccio”, de Stravinsky, tendo o compositor como solista. Ansermet nunca concordou com o hábito de Stravinsky fazer revisões às suas obras e por isso tocou sempre as versões originais deste compositor. Era um homem enérgico, que defendia as suas opiniões com veemência. Ficou conhecido na Grã-Bretanha pelas suas discussões nos ensaios com as orquestras inglesas, cujos músicos estavam habituados ao estilo mais jovial de Sir Thomas Beecham ou à maneira mais introvertida de Sir Adrian Boult.
Foi sob a sua batuta que se estrearam diversas obras de Stravinsky, Satie, Prokofiev, Honegger e Frank Martin, entre outros. A sua última gravação, “O Pássaro de Fogo”, de Stravinsky, foi feita em Londres, com a Orquestra Nova Filarmonia e incluiu a gravação dos ensaios, em memória do maestro.
Ernest Ansermet faleceu no dia 20 de Fevereiro de 1969.
Sinfonia nº 7, de Beethoven
Maestro: Ernest Ansermet

domingo, 10 de novembro de 2013

Michel Tabachnik - Compositor e maestro suíço

No dia 10 de Novembro de 1942 nasceu, em Genebra, na Suíça, o compositor e maestro Michel Tabachnik.

Estudou piano, composição e direcção de orquestra.
Enquanto jovem, trabalhou com maestros como Igor Markevitch e Herbert von Karajan e, durante quatro anos, foi maestro assistente de Pierre Boulez. Desempenhou o cargo de maestro principal da Orquestra Gulbenkian, em Lisboa, e já dirigiu várias orquestras internacionais, como a Filarmónica de Berlim, a Orquestra dos Concertos Gebouw e a Orquestra de Paris, entre outras.Na área da ópera, Michel Tabachnik dirigiu em salas de ópera de Paris, Genebra, Zurique, Copenhaga, Lisboa, Roma e Montreal. Também trabalhou com várias orquestras juvenis. De 1985 a 1989, foi director da Orquestra Juvenil do Quebeque e, em 1984, fundou a Orquestra Juvenil do Mediterrâneo. Em 1995 foi nomeado Artista do Ano pelo Centro Internacional de Arte e Cultura, de Roma e, em 2005, assumiu o cargo de maestro principal e director artístico da Orquestra Filarmónica de Bruxelas.

1º andamento da Sinfonia nº 1, de Brahms
Orquestra Filarmónica de Bruxelas
Maestro: Michel Tabachnik

sábado, 9 de novembro de 2013

Tomaz Alcaide – Tenor português

No dia 9 de Novembro de 1967 morreu, em Lisboa, o tenor português Tomaz Alcaide. que cantou e encantou, e que é prova de que ser português não é ser menor. Infelizmente, como acontece a tantos portugueses, foi mais reconhecido no estrangeiro.


Tomaz Alcaide nasceu em Estremoz, no dia 16 de Fevereiro de 1901. Estudou em Lisboa e Milão, onde se estreou, em 1925. Na década de 30, depois de alguns anos de actividade, gravou para a Columbia Gramophone Company. Cantou no Reale de Roma e no Scala de Milão, onde esteve em cartaz durante três anos. Actuou por toda a Europa, Estados Unidos, Brasil e Argentina. A 2ª Grande Guerra interrompeu-lhe a carreira e, financeiramente, ficou numa situação muito delicada. Voltou, novamente, para Portugal em 1947, tendo desempenhado as funções de professor de canto e encenador da Companhia Portuguesa de Ópera, até a sua morte, em 1967.
Tenore Tomaso, como era conhecido em Itália, de origem portuguesa mas da escola italiana, tinha, de facto, aprendido e aperfeiçoado a sua voz com professores italianos e, na sua estreia, em Itália, no Teatro Goldoni di Bagnacavallo (Ravenna), no papel de Fausto de Gounod, recebeu os maiores aplausos de um público conhecedor. Tomaz Alcaide interpretou Rigoletto, La Traviata, Fausto, Manon, Werther, La Bohème, Tosca, Os Pescadores de Pérolas e tantas outras óperas.
Ária “O Lola”, da ópera “Cavalleria Rusticana”, de Mascagni
Tenor: Tomaz Alcaide

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

César Franck – Compositor francês

No dia 8 de Novembro de 1890 morreu, em Paris, o compositor francês César Franck. Foi vítima de um acidente rodoviário, coisa que na época era pouco habitual. Tinha nascido em Liège, a 10 de Dezembro de 1822.


Com quinze anos, após os estudos na sua cidade natal, foi para Paris, onde começou a frequentar o conservatório. As suas primeiras composições datam desta época e incluem quatro trios para piano e cordas, além de peças para piano. “Rute”, uma cantata bíblica, foi composta com sucesso, no conservatório, em 1846. Deixou inacabada a ópera “Le Valet de Ferme”, iniciada em 1851. Durante muitos anos, César Franck levou uma vida retirada, dedicando-se ao ensino e aos deveres de organista, adquirindo fama como improvisador.
Professor de órgão no Conservatório de Paris em 1872, César Franck naturalizou-se francês no ano seguinte. Escreveu mais de 100 peças para órgão e muitas mais se perderam, dada a sua predilecção pela improvisação. Não era adepto de improvisar pela partitura. Além das obras para órgão, deixou-nos ainda música sacra, vocal, orquestral e de câmara.
Sinfonia em ré menor, Op. 48, de César Franck
Maestro: Yan Pascal Tortelier

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Joan Sutherland – “La Stupenda”

No dia 7 de Novembro de 1926 nasceu em Sydney, Austrália, a soprano Joan Sutherland. É considerada uma das melhores cantoras do seu tempo, que se especializou no repertório de bel canto, com uma voz encantadora, um excelente registo e uma fantástica presença em palco.


Os críticos italianos chamaram-lhe “La Stupenda”. Órfã de pai quando tinha apenas seis anos, a mãe era uma mezzo-soprano aposentada, com quem Joan Sutherland diz ter aprendido bastante em casa, quando costumavam cantar juntas e ouvir gravações. Enquanto trabalhava como secretária, Sutherland começou a estudar canto seriamente por volta dos 18 anos. Curiosamente, nunca frequentou um conservatório.
Em 1951 ganhou a mais importante competição de canto da Austrália e, com o dinheiro do prémio, viajou para Londres, para estudar na Escola de Ópera do Royal College of Music. No dia 16 de Julho de 1952, fez a sua estreia europeia no Parry Theatre, acolhendo boas críticas, o que lhe abriu as portas da célebre Royal Opera House, Covent Garden, de Londres. A partir daí, Sutherland correu mundo, interpretando uma enorme quantidade de personagens. Só o papel de Lucia, da ópera “Lucia de Lamermoor”, de Donizetti, foi interpretado mais de duzentas vezes, ao longo de trinta anos.
Em 1961, em reconhecimento da fenomenal carreira (em que se incluem mais de 1800 performances, mais de 50 papéis interpretados e mais de 80 discos gravados) a Coroa Britânica condecorou Joan Sutherland como Comendadora da Ordem do Império Britânico. Em 1975 veio a ser nomeada Companheira da Ordem da Austrália e, em 1979, recebeu o título de Dama do Reino da Grã Bretanha.
Estes e diversos outros títulos são, afinal, apenas o epílogo de uma carreira de mais de 40 anos de estrondoso sucesso, com todos os recordes de vendas de discos, cantando todos os papéis importantes do repertório da ópera.
A soprano Joan Sutherland morreu no dia 10 de Outubro de 2010, em Genebra, na Suiça, onde vivia com o seu marido, o maestro Richard Bonynge.
Ária "Casta diva" da ópera "Norma", de Bellini
Soprano: Joan Sutherland
The Elizabethan Symphony Orchestra
Maestro: Richard Bonynge

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Tchaikovsky – Compositor russo

No dia 6 de Novembro de 1893, morreu, em São Petersburgo, o compositor russo Piotr Ilich Tchaikovsky. Tinha nascido no dia 7 de Maio de 1840, na cidade de Kamsko-Votkinsk, que actualmente se chama Tchaikovsky, na Rússia.


O seu primeiro contacto com a música foi aos cinco anos, com um velho órgão mecânico que havia em casa, onde aprendeu a tocar, ajudado pela mãe. Em 1848 a família fixa-se em São Petersburgo, onde o compositor recebe as primeiras aulas teóricas musicais com vários professores particulares. Mas em 1850 os desejos da família eram que fosse advogado. Tchaikovsky foi para a Escola de Direito de São Petersburgo, que frequentou até 1859, mostrando-se um estudante muito aplicado e, antes mesmo de se formar, foi empregado do Ministério da Justiça. Em 1863 decide dedicar-se inteiramente à carreira musical. Abdica da carreira jurídica e matricula-se no Conservatório de São Petersburgo, onde permanece três anos.
Em 1866 é convidado pelo director do Conservatório de Moscovo, para dar aulas de Teoria Musical e Composição. Foi professor até 1878. Numa carta de 1876 ao seu irmão, Tchaikovsky confessa estar atormentado por tendências homossexuais desde a juventude, e que faria tudo o que fosse possível para se casar e afastar todos os rumores que o incomodavam. Em 1877 casa-se com uma aluna do Conservatório de Moscovo. Este casamento foi um suplício desde o começo. A mulher nunca se interessou pelas suas composições e projectos artísticos. Em Junho de 1893, Tchaikovsky recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Cambrigde. Em Outubro do mesmo ano a sua saúde agravou-se profundamente e veio a falecer no dia 6 de Novembro.
Final da Abertura 1812, de Tchaikovsky
Hallé Orchestra
Maestro: Mark Elder

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Vladimir Horowitz – Pianista ucraniano

No dia 5 de Novembro de 1989, faleceu, em Nova Iorque, o pianista ucraniano Vladimir Horowitz. Tinha nascido no dia 1 de Outubro, em Kiev, não se sabendo, ao certo, o ano do seu nascimento. No seu país, tinha-se como certo que tivesse ocorrido em 1904 – mas o pai deixou um dia escapar que afinal tinha sido em 1903… tinha falsificado a idade dele, para o livrar de cumprir o serviço militar e assim poupar as suas especialíssimas mãos.


Aos 16 anos, o jovem Vladimir Horowitz tinha o Conservatório feito e, para o exame de aferição, tocou nada mais nada menos que o Concerto nº 3 de Rachmaninov – “simplesmente” a obra que muitos consideram a mais difícil que existe para tocar no piano e que muitos chegaram a dizer impossível de ser tocada. Em 1932 tocou pela primeira vez com o maestro Arturo Toscanini, apresentando o Concerto nº5 para Piano, de Beethoven.
Maestro e pianista parecem ter ficado maravilhados um com o outro. No ano seguinte, casou com Wanda, filha de Toscanni. Casamento curioso: ele judeu e ela católica… sem problema, porque nenhum dos dois era devoto. O pior era que ele não sabia falar o italiano dela e ela nada percebia da língua russa dele. Passaram a comunicar-se em francês – e a filha, Sonia Toscanini Horowitz, teve de crescer falando russo, italiano e francês.
Durante muitos anos, Horowitz detestou o palco. Tanto, que várias vezes se retirou da carreira de concertista em público. Passava anos sem aparecer às plateias… e diz-se que algumas vezes, na hora de entrar no palco, tiveram de o empurrar. Como quase todos os espíritos geniais, era modesto e muito exigente consigo mesmo. Felizmente, havia a possibilidade de fazer programas em televisão – e já antes disso havia as gravações em disco.
Começou a gravar em 1928, quando fazer discos ainda parecia uma arte do outro mundo. Durante a sua longa vida, gravou para as maiores etiquetas e um extraordinário número de obras. A partir de 1985, a Deutsche Grammophon produziu fantásticas gravações de programas televisivos e de espectáculos ao vivo. Nos últimos anos da sua vida foram feitos quatro grandes documentários em que o brilho era tão somente o da magia de um octogenário para quem o piano parecia um maravilhoso brinquedo.
Polonaise, op. 53, de Chopin
Piano: Vladimir Horowitz