terça-feira, 5 de novembro de 2013

Vladimir Horowitz – Pianista ucraniano

No dia 5 de Novembro de 1989, faleceu, em Nova Iorque, o pianista ucraniano Vladimir Horowitz. Tinha nascido no dia 1 de Outubro, em Kiev, não se sabendo, ao certo, o ano do seu nascimento. No seu país, tinha-se como certo que tivesse ocorrido em 1904 – mas o pai deixou um dia escapar que afinal tinha sido em 1903… tinha falsificado a idade dele, para o livrar de cumprir o serviço militar e assim poupar as suas especialíssimas mãos.


Aos 16 anos, o jovem Vladimir Horowitz tinha o Conservatório feito e, para o exame de aferição, tocou nada mais nada menos que o Concerto nº 3 de Rachmaninov – “simplesmente” a obra que muitos consideram a mais difícil que existe para tocar no piano e que muitos chegaram a dizer impossível de ser tocada. Em 1932 tocou pela primeira vez com o maestro Arturo Toscanini, apresentando o Concerto nº5 para Piano, de Beethoven.
Maestro e pianista parecem ter ficado maravilhados um com o outro. No ano seguinte, casou com Wanda, filha de Toscanni. Casamento curioso: ele judeu e ela católica… sem problema, porque nenhum dos dois era devoto. O pior era que ele não sabia falar o italiano dela e ela nada percebia da língua russa dele. Passaram a comunicar-se em francês – e a filha, Sonia Toscanini Horowitz, teve de crescer falando russo, italiano e francês.
Durante muitos anos, Horowitz detestou o palco. Tanto, que várias vezes se retirou da carreira de concertista em público. Passava anos sem aparecer às plateias… e diz-se que algumas vezes, na hora de entrar no palco, tiveram de o empurrar. Como quase todos os espíritos geniais, era modesto e muito exigente consigo mesmo. Felizmente, havia a possibilidade de fazer programas em televisão – e já antes disso havia as gravações em disco.
Começou a gravar em 1928, quando fazer discos ainda parecia uma arte do outro mundo. Durante a sua longa vida, gravou para as maiores etiquetas e um extraordinário número de obras. A partir de 1985, a Deutsche Grammophon produziu fantásticas gravações de programas televisivos e de espectáculos ao vivo. Nos últimos anos da sua vida foram feitos quatro grandes documentários em que o brilho era tão somente o da magia de um octogenário para quem o piano parecia um maravilhoso brinquedo.
Polonaise, op. 53, de Chopin
Piano: Vladimir Horowitz

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