No dia 15 de Junho de 1843 nasceu em Bergen, na Noruega, o compositor e pianista Edvard Grieg.
Recebeu desde criança uma rigorosa educação
musical, não só porque a mãe era uma notável pianista profissional, não só
porque o pai era um entusiástico melómano com vários antepassados músicos, mas
principalmente porque revelou, desde cedo, o talento que viria a levá-lo a um
estilo muito pessoal. Durante a vida de Grieg, a Noruega era um país pobre, tentando
libertar-se do domínio da Suécia. Foi este anseio de liberdade para a Noruega
que moldou Grieg enquanto compositor.
Estudou na Noruega e também na Alemanha – onde se licenciou no Conservatório de
Leipzig, um dos mais importantes da Europa – e pouco depois dos 20 anos começou
a passar longas temporadas em Copenhaga, porque naquela época a capital
dinamarquesa era uma segunda casa para os artistas e intelectuais noruegueses.
Foi nessa época que Grieg começou também a interessar-se pela música folclórica
da sua Noruega – e dedicou-se-lhe com tal empenho e com tal brilho que o
governo norueguês lhe atribuiu uma remuneração anual para assegurar a
continuidade da sua obra. E ele correspondeu com a batalha que apaixonadamente
travou durante toda a vida para elevar a qualidade da música no seu país,
aproveitando inclusivamente o conhecimento que travou com grandes nomes do seu
tempo, como Liszt, Brahms e Tchaikovsky.
Grieg acreditava profundamente na importância da música na sociedade. Em várias
ocasiões, realizou concertos gratuitos para trabalhadores e para os pobres.
Depois de um destes concertos, escreveu: “Esta noite representa a concretização
de um sonho da minha juventude: que, tal como na antiga Grécia, a arte deveria
chegar a todos, precisamente porque comunica de coração para coração. […] Que a
arte possa pertencer ao povo!”. Grieg defendia que na arte não havia classes
altas ou baixas e que a arte podia, por isso, ter um papel educativo na
sociedade.
No final da vida, Grieg era um nome grande da música universal, muito para além
das fronteiras da Noruega, que fez dele um símbolo nacional. Quando, no dia 4
de Setembro de 1907, soou a notícia da morte de Grieg, toda a Noruega chorou
por aquele que foi não só o mais importante compositor norueguês, mas também um
especial cultor da história e do folclore do país. Mais de trinta mil pessoas
assistiram ao funeral, invadindo as ruas de Bergen.
Excerto do Concerto nº
1, para piano, de Grieg
Piano: Valentina Lisitsa
Orquestra Filarmónica de Seul
Maestro: James Judd
Piano: Valentina Lisitsa
Orquestra Filarmónica de Seul
Maestro: James Judd
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