No dia 20 de Junho de 1946, nasceu em Nuremberga, na Alemanha, André Watts, um pianista que tem uma das mais memoráveis histórias da música americana.
Filho de um soldado
afro-americano, destacado na Alemanha durante a 2ª guerra mundial, André Watts
passou os primeiros tempos da sua vida em bases militares, até que, aos oito
anos, os pais se mudaram para Filadélfia. A mãe, ela própria pianista, foi a
sua primeira professora de piano e ensinou ao filho a importância de praticar
constantemente, dando sempre o exemplo do seu compatriota Franz Liszt, que teve
uma grande influência no pequeno André. Aos nove anos, já Watts tinha ganho um
concurso para tocar num dos concertos para crianças da Orquestra de Filadélfia.
Em 1963, quando frequentava o liceu, André Watts ganhou um concurso de piano
para tocar nos Concertos para Jovens da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque,
no Lincoln Center, sob a direcção de Leonard Bernstein. Pouco tempo depois,
Bernstein contratou Watts para substituir o pianista Glenn Gould, que estava
doente, num concerto que foi transmitido em todo o país pela televisão. A
carreira de André Watts estava lançada, tornando-se o primeiro pianista negro,
conhecido internacionalmente.
Em 1964, com 17 anos, ganhou um Grammy para novos artistas clássicos, com a sua
primeira gravação: o concerto em mi bemol, para piano, de Liszt. Em meados da
década de 60 tornou-se o mais importante pianista de concerto, com uma agenda
totalmente preenchida, que incluiu, em 1966, a sua estreia na capital inglesa,
com a Orquestra Sinfónica de Londres. Em 1969, tocou no concerto de inauguração
do presidente Richard Nixon.
Em 1972 obteve a licenciatura em música no Instituto Peabody, em Baltimore. Em
meados dos anos 70, André Watts realizava 150 concertos por ano e, com apenas
trinta anos, já tinha actuado 10 vezes no Lincoln Center. Em 1976, a televisão
pública americana transmitiu o concerto “Ao vivo do Lincoln Center” na sua
totalidade, pela primeira vez na história da televisão.
Fez uma digressão pelo Japão, em 1976, e duas pela Europa, em 1975 e 1976. Aos
26 anos recebeu um doutoramento honoris causa pela Universidade de Yale e, em
1988, foi distinguido com o prémio Avery Fischer, um dos mais importantes na
música clássica nos Estados Unidos. Mesmo depois dos 60 anos, feitos em 2006,
André Watts continuou a dar concertos um pouco por todo o mundo.
2º e 3º andamentos da “Sonata ao Luar”, de
Beethoven
Piano: André Watts
Piano: André Watts
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