No dia 27 Novembro de 1994, faleceu, na sua casa da Av. da República, na Parede, o compositor português Fernando Lopes Graça. Tinha nascido no dia 17 de Dezembro de 1906, em Tomar.
Cresceu no seio de uma família da pequena
burguesia. O pai tomou, de trespasse, o hotel que fora do padrinho. Entre os
trastes que mobilam a casa, um velho piano. A brincar, o pequeno Fernando
matraqueia o teclado. É o acaso que lhe proporciona estudar música a sério. O
tenente Aboim é hóspede no hotel do pai. Entusiasmado com as habilidades da
criança, insiste para que tenha lições com a filha do seu general.
Aos 14 anos, Fernando Lopes Graça já é pianista no Cine-Teatro de Tomar. Em
1923 ingressou no Curso Superior do Conservatório de Lisboa e, em 1927,
inscreveu-se na Aula de Virtuosidade de um antigo aluno de Liszt, José Vianna
da Motta, seu mestre e amigo. Terminou o Curso Superior de Composição com a
mais alta distinção.
Obteve a 1ª classificação para o lugar de professor de piano e solfejo do
Conservatório de Lisboa. Não chegou a tomar posse por motivos políticos. Foi
preso e desterrado para Alpiarça. Em 1937 ganhou uma bolsa para estudar em
Paris, a qual acabou por lhe ser recusada pelas mesmas razões que o impediram
de ser professor no Conservatório. No entanto, partiu, a expensas suas, para
Paris, onde estudou composição e orquestração. O director de programas da
Emissora Nacional convidou-o a assumir a direcção da secção de música, cargo
que recusou por não querer satisfazer as formalidades de ordem política. Mas
continuou a sua actividade como compositor, pianista, crítico teatral em
"O Diabo" e crítico musical na "Seara Nova". Lopes-Graça era
um homem bem-humorado, que dizia o que pensava e pensava o que dizia.
1º andamento da Sinfonia
para orquestra, de Fernando Lopes-Graça
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