sábado, 12 de outubro de 2013

Luís de Freitas Branco - Um dos maiores compositores portugueses

No dia 12 de Outubro de 1890 nasceu, em Lisboa, o compositor português Luís de Freitas Branco, uma das mais importantes figuras da cultura portuguesa do século XX.


Outro grande compositor português, Joly Braga Santos, caracterizou-o como “a mais elevada personalidade da sua geração e uma das maiores da música portuguesa”. Desenvolveu actividades em diversos domínios da vida cultural. Educado no meio familiar, cedo tomou contacto com a música, aprendendo violino e piano. Aos 14 anos compõe canções que atingem grande popularidade. Aos 17 inicia a crítica musical no Diário Ilustrado. Estuda também órgão.
Em 1910 viaja até Berlim para estudar composição, música antiga e metodologia da história da música. Colheu as novas ideias musicais das escolas alemã, francesa e italiana e foi o principal obreiro da introdução do modernismo em Portugal. Em Maio de 1911 vai para Paris, onde conhece Claude Debussy. Em 1916 é nomeado professor do Conservatório de Lisboa, sendo seu subdirector entre 1919 e 1924. Em 1925 torna-se director artístico do Teatro de S. Carlos, cargo que exerce durante 2 anos.
Mantém estreitas relações com diversas figuras, como Bento de Jesus Caraça, António Sérgio e Viana da Motta. Um certo dia, a pianista Elisa Pedroso disse a Freitas Branco que tinha ouvido, de Salazar, elogios a seu respeito. O compositor escreveu no seu diário: “Mal sabe esta minha excelente amiga que o sintoma é mais para alarmar do que para alegrar. Ai daquele para quem Torquemada sorri.”
A partir de 1940 era acusado de irreverente por se comportar de maneira imprópria nas aulas e por factos da vida familiar, sendo constituído arguido num processo, do qual resultaria a sua suspensão como docente no Conservatório.
Apesar de o poema sinfónico “Paraísos Artificiais”, primeira obra do modernismo português, ter nítidas inspirações em Debussy e Ravel, Luis de Freitas Branco, cedo se dedicou com profundidade à música portuguesa. O seu interesse pela música da Renascença foi a principal razão da atenção que passou a dar-se a Carlos Seixas e aos polifonistas portugueses dos sécs. XV e XVI. E na Suite Alentejana explora a nota popular do folclore tradicional orquestrado de forma magistral.
Freitas Branco morreu em Lisboa a 27 de Novembro de 1955, depois de sofrer um colapso cardíaco.

Fandango, da Suite Alentejana nº 1, de Luís de Freitas Branco
Orquestra Sinfónica do Estado Húngaro
Maestro: Gyula Németh

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