quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Jacques Brel - Autor de canções, compositor e cantor belga francófono

No dia 9 de Outubro de 1978, morreu, em Bobigny, perto de Paris, o autor de canções, compositor e cantor belga francófono Jacques Brel. Tinha nascido em Schaerbeek, na Bélgica, a 8 de Abril de 1929.

Ainda que em casa se falasse o francês, os Brel eram de ascendência flamenga. O pai era sócio de uma fábrica de cartão, onde Jacques Brel estaria, supostamente, destinado a trabalhar na empresa da família.A seguir à escola primária, onde entrou em 1935, frequentou o Colégio Saint-Louis, a partir de 1941. Aluno pouco brilhante, é neste colégio que Brel começa a mostrar interesse pelas artes: em 1944, aos 15 anos, colaborou na criação do grupo de teatro, actuou em várias peças, escreveu três pequenas histórias e interpretou, ao piano, alguns improvisos para poemas que ele próprio escreveu.
Em 1946 aderiu a uma organização de solidariedade católica, a Franche Cordée, que ajudava doentes, pobres, órfãos e velhos. Foi aqui, e não no seu ambiente familiar ou escolar, que se iniciou a sua formação cultural. Entre as actividades desta organização contava-se a realização de recitais, onde Brel se iniciou nas apresentações públicas, acompanhando-se a si próprio à viola. Foi, também, aqui que conheceu Thérèse Michielsen ("Miche"), com quem veio a casar em 1950.
No início dos anos 50, não se sentido entusiasmado pelo trabalho na fábrica de cartão do pai (dizia-se "encartonado"), continuou a escrever canções, que foi mostrando aos amigos e cantando pelos bares de Bruxelas sempre que lhe era possível.
A pequena mas sólida fama na sua terra natal proporcionou-lhe a gravação, em 1953, do primeiro single, um 78 rotações, contendo as canções "Il y a" e "La foire". Persistente na sua ideia de fazer carreira com as suas canções, Brel deixou o emprego, a família e a sociedade burguesa de Bruxelas (que ele viria a retratar em "Les Bourgeois") e foi tentar a sorte na capital francesa, onde conseguiu, ao fim de algum tempo, ser ouvido pelo descobridor de talentos Jacques Canetti (irmão de Elias Canetti, o prémio Nobel da literatura de 1981). Apresentou-se no célebre cabaré parisiense “Les Trois Baudets”, do próprio Canneti, onde pouco tempo antes tinha actuado Georges Brassens. Em 1959, actuou no “Bobino”, em Paris e cantou em Bruxelas no "L’Ancienne Belgique", com Charles Aznavour.
Brel passou a segunda metade da década de 1950 num grande ritmo de espectáculos (chegou a participar em 7 espectáculos numa só noite). Para além dos sucessos conseguidos no “Olympia” e no “Bobino”, em Paris, ia fazendo espectáculos por todo o mundo, chegando a ultrapassar 365 num único ano.
Em 1966, anunciou que iria deixar de actuar em público como cantor. Seguiramm-se vários espectáculos de despedida nomeadamente em Paris e em Bruxelas. Apesar da insistência dos seus amigos, Brel não mudou de ideias e, a 16 de Maio de 1967 dá-se a sua última actuação ao vivo.
Em 1977 deslocou-se a Paris, onde gravou, discretamente, em estúdio, 12 canções das 17 que tinha escrito e que viriam a integrar o seu último álbum, esperado há mais de 10 anos, e chamado, simplesmente, "Brel". O disco teve sucesso imediato. Apesar de Brel ter pedido que não houvesse publicidade, mais de um milhão de exemplares estavam reservados antes da edição e setecentos mil foram adquiridos logo no primeiro dia da sua venda ao público. Em 1978, a sua saúde começou a degradar -se. Em Outubro foi internado no Hospital, com uma embolia pulmonar, vindo a falecer com 49 anos, na madrugada do dia 9 de Outubro de 1978.

Ne me quite pas
Jacques Brel

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