quarta-feira, 12 de março de 2014

Yehudi Menuhin - Violinista e maestro

No dia 12 de Março de 1999 morreu, em Berlim, devido a complicações derivadas de bronquite, o violinista e maestro, de várias nacionalidades, Yehudi Menuhin. Tinha nascido no dia 22 de Abril de 1916, em Nova Iorque.

Nascido americano, filho de judeus russos, agraciado com a cidadania e o título de “Sir” em Inglaterra, nacionalizado suíço, Menhuin morreu na Alemanha, com 83 anos de idade e 80 de prática do violino, que levou a quase todo o mundo, desde os campos de concentração nazis, em que fez questão de ser o primeiro a tocar para comemorar o final da guerra e do cativeiro judeu, até à Ásia, onde os seus magistrais concertos despertaram para a música erudita milhões de jovens, desde o Japão a Hong Kong e de Taiwan a Singapura.
Foi membro de uma verdadeira “dinastia” da cultura judaica (o pai era rabino e escritor anti-sionista e a irmã Hephzibah Menhuin líder de luta pelos direitos humanos, além de notável pianista, e o irmão Yaltah Munhuin destacado pintor, poeta e pianista também).
Fundou escolas de música para jovens talentos, deu nome ao Concurso Internacional Menhuin para Jovens Violinistas, à Fundação Yehudi Menhuin e ao Centro Yehudi Menhuin na Suiça.
Começou a ter lições de violino aos 3 anos e, muito cedo, demonstrou um extraordinário talento. Mais tarde estudou com o compositor e violinista romeno George Enescu. Fez a sua estreia aos dez anos, com a Orquestra Sinfónica de S. Francisco, interpretando a Sinfonia Espanhola, de Edouard Lalo.
Em 1929, tocou em Berlim, sob a batuta de Bruno Walter, três concertos de Bach, Brahms e Beethoven. Albert Einstein assistiu a esse concerto e, no fim, teria exclamado: “Agora sei que Deus existe.”. Em 1932, gravou o Concerto para Violino em si menor, de Elgar, com o próprio compositor à frente da orquestra. Yehudi Menuhin actuou para as tropas aliadas durante a 2ª guerra mundial e, com o compositor Benjamin Britten, deu concertos para os reclusos do campo de concentração de Bergen-Belsen, depois da sua libertação, em 1945.
Regressou à Alemanha, em 1947, para actuar com a Orquestra Filarmónica de Berlim, sob a direcção do maestro Wilhelm Furtwängler, como um acto de reconciliação, tornando-se no primeiro judeu a fazê-lo, depois do holocausto. Disse a críticos na comunidade judaica que queria reabilitar a música e o espírito da Alemanha.
Yehudi Menuhin ensinou discípulos que se tornaram célebres na música erudita, ao mesmo tempo que fazia gravações com jazzistas como Stephane Grappelli ou com músicos orientais como Ravi Shankar.


3º andamento do Concerto nº 1, para violino, de Paganini
Violino: Yehudi Menuhin
Orquestra Sinfónica de Paris
Maestro: Pierre Monteux

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