segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Helmut Walcha – Organista e cravista alemão

No dia 11 de Agosto de 1991 morreu, em Frankfurt, o organista e cravista alemão Helmut Walcha. Tinha nascido no dia 27 de Outubro de 1907, em Leipzig, na Alemanha.


Especializou-se nas obras dos mestres do barroco alemão e é conhecido pelas suas gravações das obras integrais, para órgão, de Johann Sebastian Bach. Walcha ficou cego aos 16 anos, depois de ter sido vacinado contra a varíola. Apesar da sua deficiência, deu entrada no Conservatório de Leipzig. Como era cego, aprendia novas peças, pedindo a outros músicos (entre os quais a sua mulher e a sua mãe) que as tocassem quatro vezes: cada mão separadamente, depois a parte do pedal e, por fim, a obra complete. As suas interpretações fixaram novos padrões que, segundo alguns críticos, ainda não foram ultrapassados.
Walcha também compôs para o órgão. Publicou quatro volumes de prelúdios corais originais. Fez, ainda, transcrições para este instrumento de obras orquestrais de outros compositores. Ensinou muitos organistas americanos relevantes, os quais se tornaram grandes professores e intérpretes. Gravou, ainda, a maioria das obras para cravo, de Joahnn Sebastian Bach. Dizia que “Bach abre uma visão para o universo. Depois de o experimentar as pessoas pensam que, apesar de tudo, a vida tem significado”.
Tocata e Fuga em ré menor, de Johann Sebastian Bach
Órgão: Helmut Walcha

domingo, 10 de agosto de 2014

Sinfonia nº 41 “Júpiter”, de Wolfgang Amadeus Mozart

No dia 10 de Agosto de 1788, Mozart termina a composição da Sinfonia nº 41, conhecida como Sinfonia “Júpiter”.


A Sinfonia nº 41, em Dó Maior, também conhecida por “Júpiter” foi terminada nos primeiros dias de Agosto de 1888 – ou seja, poucos dias após Mozart ter concluído a Sinfonia nº 40.
Estrearam ambas em 1791, precisamente o ano da morte do compositor.
Mozart compôs praticamente em simultâneo as suas últimas 3 sinfonias, as nºs 39, 40 e 41.
Acerca da vertiginosa velocidade com que Mozart escrevia as suas composições, já se tem dito que, numa época em que boa parte da música se fazia por encomenda, o compositor de Salzburgo fazia produção em série.
Mas estas suas últimas sinfonias demonstram que a razão dessa facilidade de criação era outra: o genial talento de Mozart.
Na Sinfonia nº 41, Mozart combina o rigor da técnica do contraponto, característico do período barroco, com uma linguagem própria, nova, que faz já lembrar o que Beethoven viria a fazer depois, em plena época clássica.
Daí se diz que, com a Sinfonia Júpiter, Mozart baseia-se na tradição para rasgar as linhas do futuro.
Sinfonia nº 41 “Júpiter”, de Mozart
Orquestra de Câmara Europeia
Maestro: Nicolaus Harnoncourt

sábado, 9 de agosto de 2014

Ópera “Beatriz e Benedicto”, de Berlioz

No dia 9 de Agosto de 1862, o compositor francês Hector Berlioz, assumiu o papel de maestro, na estreia da sua ópera “Beatriz e Benedicto”. O evento realizou-se no Neues Theater, em Baden-Baden.


“Beatriz e Benedicto” é uma ópera cómica, em dois actos, com libreto em francês, escrito pelo próprio compositor, baseado na obra de Shakespeare “Muito barulho para nada”. Berlioz terminou a partitura desta ópera logo depois de terminar e antes de produzir a monumental ópera “Os Troianos”. Pouco depois da sua triunfante estreia, Berlioz dirigiu as duas primeiras actuações de uma versão alemã de “Beatriz e Benedicto”, em Weimar.
Como o próprio Berlioz refere nas suas memórias, em Weimar foi “inundado por todo o género de amáveis atenções”. A ópera “Beatriz e Benedicto” não é levada à cena com frequência e nunca se tornou parte do habitual repertório operático. No entanto, existem várias gravações e a sua abertura, que refere várias passagens da ópera, é frequentemente ouvida nas salas de concerto.
Abertura da ópera “Beatriz e Benedicto”, de Berlioz
Orquestra Sinfónica de Boston
Maestro: Charles Münch

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Cécile Chaminade - Compositora e pianista francesa

No dia 8 de Agosto de 1857, nasceu, em Paris, a compositora e pianista francesa Cécile Chaminade.


Estudou primeiramente com a mãe, depois com Félix Le Couppey, Savart, Martin Pierre Joseph Marsick e Benjamin Godard. Aos 10 anos foi ouvida por Bizet, ao piano, e mereceu dele a classificação de “Mozart no feminino”. O padre que influenciava a família é que não esteve pelos ajustes: entendia e recomendava que a pequena Cécile devia crescer para governar o lar, ser esposa e mãe.
Mas ela não contrariou o seu grande talento musical. Formou-se com aulas particulares de piano e acabou por ganhar fama animando tertúlias com a chamada música de salão. Bem-humorada, charmosa, independente, Cecile Chaminade fez carreira como pianista, animando as soirées dos artistas mais libertinos de Paris.
Sempre inspirada na graciosidade mas também na liberdade e no romance no feminino, Cécile Chaminade escreveu 140 canções. A maioria inspira-se no folclore francês – mas em todas sobreleva o tom romântico que caracteriza a compositora.
Abandonou a carreira musical quando começou a I Grande Guerra. E ainda veria a II Guerra Mundial. Tinha 87 anos quando morreu, no Mónaco, a 13 de Abril de 1944.
Concertino para flauta e orquestra, de Cécile Chaminade
Flauta: Guillermina Ibañez
Orquestra Juvenil Libertador San Martín
Maestro: Juan Pablo Llobet

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Alfredo Catalani – Compositor italiano

No dia 7 de Agosto de 1893, faleceu, em Milão, o compositor italiano Alfredo Catalani. Tinha nascido em Lucca, a 19 de Junho de 1854.


Ficou mais conhecido pelas suas óperas “La Wally” e “Loreley”. As suas outras óperas tiveram menos sucesso devido à menor qualidade dos libretos. Estudou no Conservatório de Milão com Antonio Bazzini, que também ensinou Puccini, e que acabaria por ser director do Conservatório.
Catalani opôs-se à corrente chamada de “verismo”, que afirmava o direito do artista de representar a realidade com todos os seus contornos, sem restrições nem preconceitos, estilo que se popularizou por volta de 1880. Preferiu optar por um estilo de composição mais tradicional.
A maioria das suas obras já não faz parte do reportório actual dos teatros de ópera, preteridas pelas de Massenet e Puccini, de cujas obras a sua música mais se aproxima, bem como pelas de Amilcare Ponchielli, cuja influência também se pode sentir no trabalho de Catalani. Apesar de tudo, “La Wally” continua a ser apresentada ocasionalmente.
Alfredo Catalani morreu de tuberculose, em 1893, e foi enterrado no Cemitério Monumental, em Milão, onde Ponchielli e o maestro Arturo Toscanini também repousam. Toscanini, sendo um vigoroso defensor da música de Catalani, deu o nome de Wally à sua filha, em homenagem à ópera de maior sucesso do compositor e, em 1952, dirigiu a Orquestra Sinfónica da NBC, no Carnegie Hall, num concerto que incluiu o prelúdio do 4º acto da ópera “La Wally” e a “Dança das Ninfas Aquáticas”, de “Loreley”, que deu origem a uma gravação para a RCA Victor.
Ária “Ebben? Ne andrò lontana”, da ópera “La Wally”, de Alfredo Catalani
Soprano: Anna Netrebko
Orquestra Nacional da Bélgica
Maestro: Emmanuel Villaume

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

"Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem." – Jean-Paul Sartre

No dia 6 de Agosto de 1945 e, novamente, no dia 9, o governo americano decidiu lançar bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki.


O bombardeiro que lançou a bomba sobre Hiroshima, no dia 6, ficou conhecido como Enola Gay, nome que lhe foi atribuído pelo próprio piloto. A mãe desse piloto chamava-se Enola Gay. Não consigo imaginar maneira mais odiosa de prestar “homenagem” à própria mãe. Mas ele lá saberá as razões.
Se eu deitar fogo à Serra da Gardunha e for apanhado, mesmo que não mate ninguém, serei considerado criminoso, julgado e condenado como tal. E bem. Se for um acto negligente, também não ficarei impune. Mas o governo americano, presidido por Harry Truman, conseguiu, com este bombardeamento, matar mais de 250 mil pessoas. Inocentes, é bom que se diga. E não foi negligência. Foi um acto criminoso e deliberado que nunca foi julgado nem condenado. Foi o maior crime contra a humanidade cometido pelos governantes de um país onde, nalguns estados, se condena à morte uma pessoa porque cometeu um crime. Em Hiroshima e Nagasaki foram assassinadas mais de 250 mil pessoas! Foram danos colaterais, dirão eles. No dia 11 de Setembro de 2001, no ataque às torres gémeas, em Nova Iorque, morreram cerca de 3 mil pessoas. Foram danos colaterais, dirão os outros.
"A humanidade tem de acabar com a guerra antes que a guerra acabe com a humanidade" disse o presidente americano John Kennedy, em 1961. Bonita frase esta, não se desse o caso de, no mesmo ano em que a pronunciou, estar disposto a iniciar uma guerra, com a finalidade de destituir Fidel Castro, quando mandou invadir a Baía dos Porcos, em Cuba.
Quantas palavras belas saem da boca para fora de tantos e tantos estadistas, de tantos e tantos políticos, por esse mundo fora, e que, mais tarde ou mais cedo, se vem a constatar que não passam de palavras hipócritas para enganar o povo?
Quantos sorrisos belos estão estampados na cara de tantos e tantos estadistas, de tantos e tantos políticos, por esse mundo fora, e que, mais tarde ou mais cedo, se vem a constatar que não passam de sorrisos hipócritas para ficar bem na fotografia?
Depois de Nagasaki e Hiroshima, quantas guerras se travaram, onde morreram demasiados inocentes, só porque vivemos num mundo onde alguns daqueles que nele mandam são hipócritas, xenófobos, fanáticos e gananciosos?
Antes e depois de Nagasaki e Hiroshima, quantas guerras se travaram e quantas atrocidades se cometeram, em que morreram demasiados inocentes, só porque acreditam, fanaticamente, num qualquer Deus que, ironia das ironias, até dizem ser infinitamente bom e justo?
(As imagens não são fruto de um qualquer fogo provocado pela natureza. São obra de mão criminosa.)


A rosa de Hiroshima, de Vinícius de Moraes
Intérprete: Ney Matogrosso

Oratória “Messias”, de Haendel

No dia 6 de Agosto de 1768, estreou-se, no Palácio Pitti di Firenze, a oratória “Messias”, de Georg Friedrich Haendel, talvez uma das obras corais mais conhecidas de sempre.


“Messias”, HWV 56, é uma oratória composta por 51 movimentos e foi escrita por Haendel em 1741. É a sua mais famosa criação e está entre as mais populares obras corais da literatura ocidental. Narra a vida de Jesus Cristo desde a sua anunciação profética, o seu nascimento, vida, morte e ascensão ao céu.
Em 1741, Haendel recebeu um convite do Lord Lieutenant da Irlanda para ajudar a angariar dinheiro para três instituições de caridade de Dublin, através de apresentações musicais. Embora doente na altura, Haendel estava determinado a compor uma nova oratória sacra para a ocasião e pediu a Charles Jennens, o seu libretista em “Saul” e “Israel no Egipto”, um tema apropriado. Jennens respondeu com uma série de versículos do Velho e do Novo Testamentos arranjados num "argumento" em três partes.
Na época, o texto suscitou controvérsia, com alguns jornais considerando-o de natureza blasfema. O produto acabado, contudo, teve outra receptividade, sendo elogiado em Berlim e depois em Londres. Haendel fez várias revisões subsequentes, incluindo uma versão criada para o Hospital Thomas Coram, em 1754.
A tradição conta que na primeira apresentação do “Messias”, em Londres, o rei da Inglaterra, Jorge II, estava presente. Quando o coro começou a entoar os primeiros acordes do “Halleluia”, o rei, impressionado com a potência e a beleza daquela oração, levantou-se automaticamente da poltrona. Quando viram que o rei estava em pé, todas as pessoas se ergueram. Daí o costume de a assistência permanecer de pé durante a execução desta parte da oratória.
O nome da oratória foi tirado do conceito judaico e cristão de messias. Para os cristãos, o messias é Jesus. O próprio Händel era um cristão devoto e a obra é uma apresentação da vida de Jesus e do seu significado, de acordo com a doutrina cristã.
Apesar de a obra ter sido concebida para a Páscoa, após a morte de Händel tornou-se tradição executá-la durante o Advento, o período preparatório para as festas do Natal. Mas é também, muitas vezes, executada no domingo de Páscoa.
Halleluia, da Oratória “Messias”, de Haendel
Mormon Tabernacle Choir
Orchestra at Temple Square
Maestro: Mack Wilberg

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Erich Kleiber – Maestro austríaco

No dia 5 de Agosto de 1890 nasceu, em Viena, o maestro Erich Kleiber.

Estudou em Praga e, em 1923, depois de dirigir a ópera Fidélio, de Beethoven, na Ópera Estatal de Berlim, tornou-se o director musical dessa instituição. Em 1925 dirigiu a estreia mundial de Wozzeck, de Alban Berg. Quando a segunda ópera de Berg, Lulu, foi proibida pelo Partido Nazi, abandonou o seu posto na Ópera de Berlim, em sinal de protesto. Kleiber também abdicou do seu contrato com o teatro La Scala de Milão, em Abril de 1939, logo após o regime de Mussolini anunciar o anti-semitismo.
Posteriormente, Erich Kleiber mudou-se para Buenos Aires, onde trabalhou no Teatro Colón, assumindo o cargo de director musical. É especializado no repertório operático alemão, particularmente nas obras de Wagner. Graças ao prestígio do seu nome, conseguiu atrair grandes nomes ao Teatro Colón. Naturalizou-se argentino em 1938. O seu filho, Carlos Kleiber, foi, também, um maestro de renome.
Erich Kleiber morreu no dia 27 de Janeiro de 1956, em Zurique.

Abertura da ópera “Lohengrin”, de Wagner
Danish Royal Opera
Maestro: Erich Kleiber

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

William Schuman – Compositor norte-americano

No dia 4 de Agosto de 1910, nasceu, em Nova Iorque, o compositor americano William Schuman.


Nasceu no seio de uma família de judeus, em Manhattan, e foi-lhe dado o nome de Eilliam em honra do 27º presidente dos Estados Unidos, William Howard Taft, embora a família preferisse trata-lo por Bill. Enquanto criança, tocou violino e banjo, mas a sua grande paixão era baseball. Durante os tempos de liceu formou um grupo de música de dança, chamado "Billy Schuman and his Alamo Society Orchestra", que tocava em casamentos e bar mitzvahs.
Em 1928, William Schuman ingressou na Escola Comercial da Universidade de Nova Iorque, ao mesmo tempo que trabalhava numa empresa de publicidade e escrevia canções populares.
No dia 13 de Abril de 1930, foi, com a sua irmã mais velha, a um concerto no Carnegie Hall, pela Orquestra Filarmónica de Nova Iorque, dirigida por Arturo Toscanini. Acerca desta experiência, Schuman disse: “Fiquei abismado ao ver o mar de instrumentos de cordas. Esta visão, por si só, foi fantástica. Mas o som! Fiquei possesso. Nunca tinha ouvido nada como aquilo. No dia seguinte, decidi tornar-me compositor.”
Abandonou a escola e o emprego e foi estudar múesica. Em 1935, licenciou-se em Educação Musical, na Teachers College da Universidade de Columbia. Chamou à atenção do maestro Serge Koussevitzky, que patrocinou muitas das suas obras.
Em 1934, ganhou o Prémio Pulitzer para a Música, com a sua cantata “Uma Canção Livre”, adaptada de poemas de Walt Whitman. Entre 1935 e 1945, ensinou composição na Faculdade Sarah Lawrence e, em 1945, tornou-se presidente da Juilliard School, onde fundou o famoso Quarteto de Cordas Juilliard. Deixou o cargo em 1961 para se tornar o primeiro presidente do Lincoln Center, cargo que exerceu até 1969. Em 1987, foi-lhe atribuída a Medalha Nacional das Artes.
William Schuman faleceu em Nova Iorque, com 81 anos, no dia 15 de Fevereiro de 1992.
Sinfonia nº 5 “Sinfonia para Cordas”, de William Schuman
Orquestra Filarmónica de Nova Iorque
Maestro: Leonard Bernstein

domingo, 3 de agosto de 2014

Elisabeth Schwarzkopf – Soprano alemã

Na noite de 2 para 3 de Agosto de 2006, morreu durante o sono, em sua casa, na aldeia de Schruns, na Áustria, a soprano alemã Elisabeth Schwarzkopf. Tinha nascido a 9 de Dezembro de 1915, em Jarotschin, na Prússia (hoje, parte da Polónia).


Foi uma das principais sopranos do período pós-Guerra, alvo de grande admiração pelas suas interpretações de Mozart, Strauss e Hugo Wolf. Schwarzkopf, desde cedo, mostrou interesse pela música. A primeira participação numa ópera aconteceu em 1928, como Eurídice, numa encenação escolar de Orfeo e Eurídice, de Gluck, em Magdeburg, na Alemanha. Teve a sua estreia profissional na Ópera Estatal de Berlim, no dia 15 de Abril de 1938, como a Segunda Donzela no 2º Acto da ópera Parsifal, de Richard Wagner.
Elisabeth Schwarzkopf cantou em Berlim durante quatro anos, durante os quais se tornou membro do Partido Nazi (uma decisão que levou ao boicote dos seus espectáculos nos EUA por vários anos). Contudo, foi sempre bem-vinda e aclamada noutros países. Em 1942, juntou-se à Ópera Estatal de Viena, onde interpretou, entre outros, Konstanze em O Rapto do Serralho de Mozart, Mimi em La Bohème de Puccini e Violetta em La Traviata de Giuseppe Verdi.
"Vilja", da opereta “A viúva alegre”, de Franz Lehar
Soprano: Elisabeth Schwarzkopf
Orquestra da Rádio do Canadá
Maestro: Willi Boskovsky

sábado, 2 de agosto de 2014

Gundula Janowitz – Soprano austríaca, nascida na Alemanha

No dia 2 de Agosto de 1937, nasceu em Berlim, na Alemanha, a soprano austríaca Gundula Janowitz, uma das sopranos mais famosas do século XX, que atingiu o auge da carreira nas décadas de 1960 e 1970.


Estudou no Conservatório de Graz, na Áustria. Tornou-se cidadã austríaca e começou a cantar no final da década de 1950. Em 1959, o maestro Herbert von Karajan escolheu-a para o papel de Barbarina, na ópera “As Bodas de Fígaro”, de Mozart, na Ópera Estatal de Viena, companhia da qual Gundula Janowitz se tornou membro permanente em 1962. Nas décadas de 1960 e 1970 foi uma das cantoras mais populares a nível internacional e fez muitas gravações de obras, desde Johann Sebastian Bach a Richard Strauss, em cooperação com os mais destacados maestros, como o seu mentor Karajan, Otto Klemperer, Eugen Jochum, Leonard Bernstein, Rafael Kubelík, Karl Böhm, Georg Solti, Carlos Kleiber, entre outros. Em 1978, ganhou o prémio de Música Joseph Marx, do estado da Styria, na Áustria, do famoso compositor Joseph Marx.
Janowitz fez muito sucesso no Festival de Salzburgo, o que deu um grande impulso à sua carreira. Além da sua carreira como cantora, foi, também, professora. Em 1990, foi, por algum tempo, directora da ópera de Graz, na Áustria.
Janowitz cantou em muitos dos grandes palcos mundiais, incluindo o Festival de Ópera de Glyndebourne, os Festivais de Páscoa de Salzburgo, o Metropolitan Opera de Nova Iorque, a Ópera de Paris e a Royal Opera House.
A sua despedida dos palcos realizou-se no dia 18 de Maio de 1990, na Ópera Estatal de Viena, interpretando o papel principal, na ópera “Ariadne auf Naxos”, de Richard Strauss. Continuou, no entanto, a cantar recitais de Lied até 1997, ano em que se retirou completamente dos palcos.
Ária "Porgi Amor", da ópera “As Bodas de Fígaro”, de Mozart
Soprano: Gundula Janowitz
Orquestra da Ópera de Paris
Maestro: Georg Solti

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

William Steinberg – Maestro alemão

No dia 1 de Agosto de 1899 nasceu em Colónia, na Alemanha, o maestro William Steinberg, que, embora notável pelas suas interpretações expressivas, era conhecido pelo seu estilo simples e pouca dinâmica no pódio.


Estudou no Conservatório de Colónia, graduando-se, com distinção, em 1920. Foi-lhe atribuído o prémio Wullner, por direcção de orquestra. Na Ópera de Colónia foi assistente de Otto Klemperer, a quem sucedeu em 1924, como maestro principal. Começou também a aparecer em importantes concertos pela Europa, incluindo compromissos no Teatro Alemão de Praga, na Checoslováquia. Em 1929, foi nomeado maestro da Ópera de Frankfurt.
Steinberg deixou a Alemanha em 1936, mudando-se para Israel, porque o movimento nazi o retirou da Ópera de Frankfurt, em 1933. Tornou-se o primeiro maestro da Orquestra Sinfónica da Palestina, que viria depois a ser conhecida como Orquestra Filarmónica de Israel. Steinberg era o maestro quando Arturo Toscanini visitou a orquestra em 1936. Toscanini ficou tão satisfeito com o seu trabalho que o convidou para ser assistente na preparação de orquestras que seriam apresentadas na NBC.
William Steinberg mudou-se para os Estados Unidos em 1938, onde realizou uma série de concertos com a Orquestra Sinfónica da NBC, entre 1938 e 1940. De 1945 até 1952 foi o director musical da Orquestra Filarmónica de Buffalo. É mais conhecido pelo seu mandato como director musical da Orquestra Sinfónica de Pitsburgo, cargo que exerceu entre 1952 e 1976. De 1958 até 1960 dirigiu a Orquestra Filarmónica de Londres e foi director musical da Orquestra Sinfónica de Boston de 1969 a 1972. Entre 1966 e 1968, foi, também, o maestro principal convidado da Filarmónica de Nova Iorque.
Dirigiu as principais orquestras dos Estados Unidos e da Europa e tem uma estrela na calçada da fama de Hollywood. William Steinberg faleceu em Nova Iorque, no dia 16 de Maio de 1978.
1º andamento da Sinfonia nº 6, de Beethoven
Orquestra Sinfónica de Pitsburgo
Maestro: William Steinberg