domingo, 1 de junho de 2014

Mikhail Glinka – O “pai” da música russa

No dia 1 de Junho de 1804, nasceu, em Novospasskoye, na Rússia, o compositor Mikhail Ivanovich Glinka. Foi o primeiro compositor russo a ser reconhecido fora do seu país e é, geralmente, considerado o “pai” da música russa.


O seu trabalho teve grande influência nos compatriotas que se lhe seguiram, sendo de sublinhar que inspirou o grupo de compositores que se celebrizou como “Grupo dos Cinco” a unirem-se na criação de música baseada na cultura russa, donde resultou a fundação da Escola Nacionalista Russa.
A sua formação musical foi bastante irregular. Só veio a sistematizá-la a partir de 1828, quando, por motivo de saúde, viajou para a Itália. Durante os três anos que passou em terra italiana, amadureceu o seu antigo projecto de criar uma música nacional russa. De passagem por Berlim foi fortemente estimulado pelo exemplo de Weber, que havia criado uma ópera caracteristicamente alemã.
De volta à Rússia, em pouco tempo compõe a ópera “A vida pelo czar”, cujo enredo se passa durante a guerra russo-polaca de 1635. A ópera obtém um sucesso triunfal. Os seus coros e danças autenticamente populares e o patriotismo do libreto assinalam o começo de uma escola musical genuinamente russa. Animado pelo sucesso, Glinka escreve outra ópera, “Russlan e Ludmila”, baseada no poema homónimo de Alexander Pushkin. Desta vez utiliza o orientalismo procedente das regiões fronteiriças com a Ásia. Apesar do interesse exótico e da estrutura operística mais sólida, a obra foi menos aplaudida que “A vida pelo czar”, que até hoje é muito representada na Rússia, sob o título de Ivan Sussanin. Compôs a “Canção Patriótica”, que foi postumamente usada como o hino da Rússia durante os anos de 1991 a 2000, que, apesar de ser uma canção conhecida e aprovada pelo povo, actualmente é considerada pelos russos que viveram no período pós-soviético como uma melodia que faz lembrar os "desastrosos" anos em que Boris Ieltsin estivera no poder, sendo vulgarmente chamada “Canção da Oligarquia”.
Em 1852, Glinka visitou Paris, onde passou dois anos vivendo serenamente e fazendo visitas frequentes aos jardins botânico e zoológico. Depois, mudou-se para Berlim, onde, cinco meses depois, no dia 15 de Fevereiro de 1857, morreu repentinamente, depois de uma constipação. Foi sepultado em Berlim, mas, alguns meses mais tarde, o seu corpo foi levado para S. Petersburgo e enterrado no cemitério do Mosteiro Alexander Nevsky.
Abertura da ópera “Russlan e Ludmilla”, de Glinka
Orquestra do Teatro Mariinsky
Maestro: Valery Gergiev

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